quarta-feira, outubro 08, 2014

Crónica do Infantado


Regressaram as voltas totalmente planas e quase por magia (ou talvez não...) o pelotão tornou-se massivo e os andamentos dispararam sem queixumes – sem espanto, está mesmo a ver-se! De qualquer modo, esta tirada do Infantado-2 teve momentos relevantes além da impressionante média de 38 km/h que se fixava na segunda passagem por Vila Franca de Xira, com 90 km percorridos. Para esta, contribuíram sobremaneira meia dúzia de elementos – não muitos mais... – de um grupo que terá saído de Loures com quase duas dezenas. Mas vamos à história.

Nesta volta com cerca de 120 km no total, os referidos 90 foram os «aproveitáveis» e que concentraram a animação, iniciada pouco depois do arranque e que, em Vila Franca, fez com que a média já alcançasse 35 km/h. Todavia, mesmo esta fase madrugadora pouco se fez em pelotão compacto. Primeiro, o Ricardo Gonçalves a isolar-se logo nos primeiros quilómetros, despoletando uma perseguição liderada pelo António Prates (montado numa «cabra»; tal como o Mário). E não se parou mais...

Movimentações diversas até que, na descida da Sagres, ocorreu um corte importante, com o pelotão a dividir-se em partes iguais, com muitos poderosos à frente, o que não era recomendável para a parte que seguia atrás, embora nesta pontificassem elementos com capacidade para fechar o espaço. Entre estes, tarefa de apenas um: o Rui Torpes. A partir de Alverca assumiu a perseguição e concretizou-a em Alhandra, após 4 km a 42 km/h. Poderia (e deveria) ter contado com ajuda mas nunca aliviou (seria o sinal para os restantes), e àquela velocidade a vontade/capacidade de rendê-lo era escassa. Prestes a concluir a missão com êxito, levava a adrenalina ao máximo e reagiu, compreensivelmente, quando alguns que vinham à sua boleia (eu incluído) fecharam os últimos 10 metros para os fugitivos. Não foi por mal...

De Vila Franca ao Porto Alto, 40 km/h de média e... mais uma fuga. O Prates deu o mote e o Mário – os dois «contrarelogistas» do dia – correspondeu, iniciando, a dois, a fuga mais duradoura da volta, que obrigou o pelotão a uma perseguição esforçada – quase sempre liderada pelo Ricardo Gonçalves, o Rui Torpes e o Duarte Salvaterra. Do Porto Alto até ao cruzamento do Campo de Tiro de Alcochete, 42,5 km/h de média! Facilidades, só para quem foi na roda... Antes deste ponto, fuga anulada. De qualquer modo, tanto o Prates como o Mário, ora voltavam a tentar isolar-se, ora colaboravam na condução do grupo: grande desempenho, que não foi só as máquinas apropriadas a justificar!

A partir daquele cruzamento, mudança de direção, agora com o vento mais desfavorável. Desde logo, a velocidade baixou. Mas foi algures neste troço até ao Infantado que sucederam os momentos mais agressivos para quem seguia na roda, e foram por iniciativa do Torpes nos topos, deixando alguns (entre eles eu) em desconforto. De qualquer modo, coube ao Gonçalves a parte esmagadora do trabalho de condução do pelotão, já mais reduzido.

Do Infantado ao Porto Alto, novamente o Mário imparável. Ataque-fuga-fim de fuga-novo ataque-fuga e assim sucessivamente. Duas ou três repetições. Excelente forma, ótimas qualidades de rolador! Setor a 38,5 km/h de média.

Na reta final até Vila Franca, então deixei-me «convencer» a passar pela frente (não o tinha feito uma única vez... e foi um descanso!), primeiro a responder a mais uma iniciativa do Mário, depois a colaborar com ele e mais dois ou três na condução do pelotão até Vila Franca. Com vento contra: 37,5 km/h e 163 de pulso durante 16 minutos. As pernas corresponderam melhor do que em qualquer volta domingueira desde o início de setembro (após o regresso após a paragem de férias). A uma semana do Skyroad, boas notícias. Finalmente! Veremos!
Em Vila Franca, paragem retemperadora de forças e a promover invulgar momento de convívio em voltas com outro relevo. Há pouco ou nada fazer para que nestas suceda o mesmo. É pena...

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