quinta-feira, outubro 30, 2014

Crónica do Campeonato do Mundo-2014. Perdão, do Livramento-Óbidos!


A edição de 2014 da Clássica Livramento-Óbidos, organizada pelo camarada Paulo Pais, foi mais um retumbante sucesso, ao reunir várias dezenas de participantes dispostos a contribuírem para uma jornada de sã convivência e momentos de intenso (e imenso!) ciclismo, honrando a denominação simpática por que está a ficar afamada, a de Campeonato do Mundo... As condições meteorológicas desde outono primaveril – ou quase estival... – também ajudaram e foi praticamente sem aquele habitual friozinho cortante matinal que o pelotão arrancou do Livramento em direção a Torres, cumprindo a regra que faz do conceito/filosofia deste evento ser tão peculiar: o andamento «certo», sem desvarios, até à paragem em Óbidos.

De qualquer modo, há andamento certo e... andamento certo. E há que... «metê-lo». Este ano, calhou-me (voluntariamente!) a mim e ao Mário (a partir de Torres, esclareça-se) e com mais intensidade do que nas mais recentes edições. Na primeira parte do percurso, este ano, média 35,8 km/h; em 2013, 33 km/h. E acrescente-se o fator peito ao vento, que, se a memória não me trai, no ano passado, para mim foi inexistente - ou quase. Mas, como disse, a (minha) iniciativa foi voluntária e, acima de tudo, motivada pelas boas sensações de final de temporada – ainda resquícios de forma trazidos do Skyroad da Lousã. Mas não há milagres, e a boa vontade implicou naturalmente desgaste, num terreno ascendente (ainda que suave) e muito aberto ao vento. De resto, reconheço que as sensações (boas) não refletiram a pulsação média algo elevada.

De qualquer modo, repito, não estive sozinho nessa «generosa» função. Acompanhou-me o Mário, que, analisando o desempenho coletivo do regresso (e mesmo excluindo o efeito retemperador da paragem de alguns minutos devido a queda no pelotão na aproximação ao Ameal), arrisco afirmar que foi o homem do dia! Justifico-o, desde logo, ao comparar a sua prestação como a minha, uma vez que, em Óbidos, tínhamos o mesmo nível de exposição ao desgaste: no final, a partir do Turcifal, eu entrei claramente na reserva, enquanto o novo reforço da equipa Pinabike ainda teve pilhas para integrar o grupo da dianteira e liderá-lo até à derradeira rampa. Para mim, o homem da Clássica! Mais uma vez, impressionante! Uma enorme promessa para 2015, mas também uma expectativa de ver como reage ao longo de uma época desgastante.

No entanto, e perdoem-me continuar «a puxar a brasa à (nossa) sardinha», estendo a homenagem à presença massiva de elementos Pinabike, que corresponderam não só ao compromisso/dever de representar um dos grupos domingueiros de maior nomeada da nossa região, mas, acima de tudo, de gratidão e honra à camaradagem, disponibilidade e simpatia de sempre do mentor desta Clássica, o insuperável PP. A todos eles (nós), uma vénia!

Voltando à estrada, eis o rescaldo do regresso, a parte «competitiva», a partir de Óbidos, em que desde logo o andamento foi «livre», e não só após o Bombarral (também contrariamente ao que tem sucedido em pretéritas edições - cuja mudança aplaude-se, embora tenha havido algum excesso de nervosismo, e não só durante este trajeto). Assim, média de 37 km/h contra apenas 32 em 2013, com diversos elementos empenhados em puxar pelo extenso e agora muito mais alongado pelotão. Todavia, foi com a entrada no falso plano ascendente para o Outeiro da Cabeça que se «libertaram os cavalos», embora sem a selvajaria dos piores anos. Foi, de resto, muito à imagem de 2013: andamento certo, sem ataques ou esticões. E com a média idêntica: 37,5 km/h.

Ao invés, na descida rapidíssima que se segue, começaram as movimentações, que animam a toada mas, naturalmente, condenadas, sem exceção, ao insucesso. No topo seguinte, um dos mais desabrigados deste troço até Torres, o andamento elevou-se uns bons furos, e uma solicitação mais forte para fechar um espaço fez-me atingir o pulso máximo do dia (185). Mas quando a contenda parecia definitivamente lançada, ocorre uma queda no meio do pelotão, devido a um furo (rebentamento), que motivou a indispensável paragem.

No reatamento, embora com o grande grupo fracionado pela saída a conta-gotas de alguns elementos, que se meteram ao caminho durante a neutralização, os momentos mais altos estavam reservados para a parte final do trajeto, a partir de Torres, como é habitual. O primeiro topo da Variante daquela cidade foi em ritmo progressivo, não «atacado» desde o início, deixando para o topo final e ligação a Catefica as maiores intensidades. Naquele, meti o andamento mas sem grande seletividade, por dois motivos: primeiro, o Freitas pediu-me para não forçar; segundo, as pernas já não estavam boas para fazê-lo... A seguir, na passagem pelos stands, o Mário rendeu-me e teve a mesma recomendação do Freitas. A este fez bem pedir!... O mesmo já não podia ao Duarte Salvaterra ou ao elemento do Movefree (azul), atacantes, à vez, na rampa final para Catefica, a obrigarem a cerrar fileiras nas suas rodas. A mim, o esforço de fechar espaço de alguns metros acabou-me com o resto...

Na ligação ao Turcifal e à rampa final do Livramento, apenas o corte no grupo da frente, com cerca de 10 unidades (5+5), como resultado, primeiro, de um forcing longo do João Silva e, depois, de mais uma iniciativa intensa do Duarte, e definitivamente, devido a outro ataque do Movefree. Eu e o Duarte ficámos no 2.º grupo; o Freitas e o Mário no 1.º. Na rampa final queimaram-se os últimos cartuchos. Por ter ficado à distância, não sei quem ganhou a camisola de Campeão do Mundo. Mas merece-a, certamente! Será que a partir do próximo ano haverá essa «graça», que propus ao PP?! – haver um jersey arco-íris para «defender» na edição seguinte. Tinha a sua... piada!

                 

                 

1 comentário:

Anónimo disse...

boas... em primeiro parabens a todos os que chegaram ao livramento depois de tanto esforço e trabaho. neste caso tambem a equipa do vencedor lirbety sseguros sularsegura bombarral composta por beto..joao paulo o homem da queda ..faisca e o grande vencedor mais uma vez mostrando o seu grande valor nao dando qualquer duvidas a ninguem ..to silva nao foce ele da terra de grandes ciclistas.. agora vou eu puxar a brasa as minhas sardinhas ja no ano 2013 li todos os comentarios sobre o campionato do mundo(paulo pais) grande amigo,e nem uma palavrinha sobre o vencedor e este ano voltamos ao mesmo, sera que ninguem tera vontade de saber? temos outra situaçao o carro de apoio que deu o seu contributo desde o km o ao ultimo. os meus parabens. parabens para os homens do pina sem duvidas que trabalharam muito. quanto a camisola arco ires era bem esgahlado.... boa ideia, ate nos da mais vontade de treinar para a podermos defender para 2015 deixo ja o aviso que nao sera tarefa facil ficarmos sem ela. abraço.