domingo, outubro 30, 2011

Crónica de uma fuga à antiga

Uma fuga à antiga! Ora que bela maneira de começar o «defeso»! A escapada do André e do Pedro Fernandes foi o ponto alto da volta deste domingo, que marcou a entrada no denominado «defeso» da pré-temporada, animando-a!
De qualquer modo, não foi esta que marcou, para a maioria dos participantes, os momentos de maior intensidade desta volta com relevo acessível e cerca de 120 km, que teve como epicentro o Cartaxo. O meu registo cardíaco pelo Polar não mente: foram as fases que se seguiram à anulação da fuga (após Azambuja, no topo da EN3, após o cruzamento de Aveiras, a caminho de Cruz do Campo) e entre Alenquer e Vila Franca, no regresso, duas ocasiões em que se deu, de facto, corda a alguns excessos.
Todavia, foi, como referi, a fuga duradoura e corajosa do André e do Pedro (principalmente deste, porque o André a estas aventuras chamas-lhe um figo...), como há muito não se via nesta etapas planas. Nasceu, com bastante aportunidade,
nas imediações da Castanheira, manteve-se em linha de mira do pelotão durante grande parte da sua duração, raramente ultrapassando 400 a 500 metros de vantagem, por isso, quase sempre controlada pelo grande grupo, que, todavia, nunca pôde dar tréguas. A demonstrá-lo, a média até à sua anulação (durou cerca de 20 km), foi de expressivos 37 km/h.Por isso, a iniciativa teve inteiro mérito e merece rasgados elogios.Mérito, igualmente, para a coordenação do pelotão, que geriu muito bem os esforços, embora apenas uma minoria dos seus elementos tenha contribuído efectivamente para o trabalho de perseguição. A natureza do do percurso, com longas rectas descampadas, que permitiram manter os fugitivos à vista, facilitou sobremaneira a tarefa. O objectivo, creio, seria anular a fuga antes da paragem (prevista) no Cartaxo. Aos fugitivos, faltou apenas um pouco mais.
Mas, reconheça-se, até para o André seria extremanente difícil resistir à caçada final do pelotão quando entraram os topos (suaves) a seguir à Azambuja. Talvez, por isso, tenha sido o primeiro a abdicar – e assim deixou o prémio da combatividade para o Pedro, que bem o mereceu! Está bruto, o homem!
Nota indispensável ao trabalho do Ricardo Gonçalves (Ricky): pertenceu-lhe a fatia de leão na condução do pelotão, a demonstrar que está em óptimo momento de forma.

A volta para a próxima terça-feira (dia 1, feriado) é para Torres. Percurso seguinte. Partida das bombas da BP às 8h30.

Neutralizações para reagrupamento:
- Alto de A-do-Barriga
- Sobral (jardim)
- Torres (centro: paragem para cafezinho)
- Malveira (alto de Vila Franca do Rosário)

sábado, outubro 29, 2011

Clássica Pina Pike: a crónica

A temporada 2011 despediu-se em grande com a 1ª. edição da Clássica Pina Pike, que cumpriu um percurso interessante e selectivo que serviu perfeitamente aos pressupostos do numeroso e motivado pelotão que arrancou de Loures à conquista da Serra Alta, em Matacães, e chegou, em «happy ending», no alto do Cabeço de Montachique, após 120 km de intenso ciclismo.
Mais uma vez, vários grupos e «individuais» de diversas proveniências aderiram à iniciativa, contribuíndo para reforçar o prestígio das Clássicas do nosso calendário. A todos, sincera homenagem.
De resto, o comportamento responsável, produdente e solidário de todos os participantes foi fundamental para que se cumprisse, em rigor, o andamento moderado nos primeiros quilómetros da jornada, até Alenquer, de modo a compatibilizar as diferenças de capacidade física dos intervenientes, permitindo a TODOS sentirem-se bem integrados num pelotão de nível.
De qualquer modo, não se pense que a fase inicial foi passeio. Com a ajuda do vento favorável, neste troço de 35 km atingiu-se média superior a 33 km/h – com inteiro mérito para a disponibilidade do Freitas e do Pina (grandes exemplos, em dia em que teriam presença breve), a conduzir o grande grupo sem atropelos ou nervosismos. No passo certo!
Em Alenquer, abriram-se as hostilidades, de acordo o estipulado – com o que seria previsível... O sinal de que o figurino iria mudar, e rapidamente!, foi a aproximação aos lugares de cabeça dos homens-fortes ainda no interior da cidade, sem perder mais tempo para meterem andamento selectivo no «comboio».
O primeiro foi o André, logo nos topos a caminho de Porto da Luz, a fazer a primeira selecção. O «puto» ainda se distanciou algumas dezenas de metros, mas o pelotão nunca lhe permitiu mais liberdade. Ainda eram muitas as forças de perseguição e o terreno não beneficiava os aventureiros.
De qualquer modo, na liderança das maioria das caçadas colocou-se, sem supresas, o Renato Hernandez, aqui ou ali, com a restrita colaboração. O ritmo não abrandou até a Atalaia, com o parcial desde Alenquer a subir para os 36 km/h de média. Já não era para todos, está a ver-se...
Sempre a subir, de Atalaia para as imediações de Vila Verde dos Francos, com o andamento em alta – ainda e sempre os mesmos protagonistas a «inflaccioná-lo» -, não surpreeendeu que, algures, o grupo cedesse perante apenas e só... os dois elementos que se previa serem os mais fortes: André e Renato. Distanciaram-se algumas dezenas de metros perante a imediata (e possível) reacção do pelotão, mas durante algum tempo a vantagem aumentou paulatinamente e chegou a parecer na iminência de se solidificar. Ou seja, a fuga prestes a pegar... Pensei, de facto, que a confirmar-se, estaria ali um bico de obra, uma situação que poderia a desenhar-se como definitiva. Tanto mais, que os perseguidores com capacidade para continuar a fazê-lo durante muito mais tempo pareciam estar a escassear à cabeça do pelotão.
No entanto, não houve entendimento entre o duo de fugitivos e depois de estarem controlados acabaram por ser rapidamente absorvidos depois de um esforço adicional do Duarte Salvaterra, a 65 km/h pela descida depois de Vila Verde – não voltassem os «perigosos» ter mais ideias... Estavamos prestes a dobrar a rotunda do Rodeio. Média desde a Atalaia: 36,5 km/h. O pelotão estava reduzido «à nata».
Viragem à esquerda para Torres e... vento de cara! Os ímpetos retraíram-se. O André «desapareceu» e deixou a dianteira ao Renato que, igual a si próprio, manteve um andamento moderado até Torres, com uma passagem «higiénica» pelo Sarge que não fez a «mossa» que se antevia. A média neste sector desceu para 33 km/h. (n.d.r. diversos elementos do Ciclismo2640 entram nesta ligação, entre estes, o camarada Paulo Pais, o Mário Fernandes, o Xico Aniceto, o Sérgio e o Pedrix).
Até Torres e daqui ao início da subida de Matacães (Zurrigueira), serviu apenas para reaquecer os motores antes de enfrentar o grande manjar desta Clássica - que não defraudou as expectativas!
Com o ritmo já lançado a 30 km/h em falso plano ascendente, logo que a estrada empinou, o André desferiu o seu golpe. Único, certeiro e decisivo. Levou apenas a companhia de um elemento (GesBES), com que se manteve até ao final, sem que mais fossem alcançados. Dois de outro campeonato!
Atrás, foi o desbarato total. Logo na primeira rampa pareciam setas apontadas ao céu, mas os rigores das pendentes que se acumulavam obrigou a maioria a refrear a violência com que carregavam os crenques. Permaneci, com surpresa minha, na roda do Renato – que, abrasado da Maratona de BTT de Santarém (Festibike) da véspera, teve de salvar os anéis e progredir com ponderação. Pena que essa ponderação não estivesse muito mais tempo ao alcance das minhas capacidades, e na segunda rampa da Zurrigueira tive de o largar. E fazer-me à vida, que tormenta!
Após 4,7 km à média de 4,5%, três passagens de 300/400 metros a mais de 18% e média de pulsação de 176, no alto da Ereira deparei-me na companhia do Pedrix e de outro elemento (laranja), com possibilidade de alcançar um grupo de 6/7 elementos. Ao longo da descida da vertente de Casais Brancos, até apanharmos à entrada da Merceana, tive de deixar a pele: 6,5 km a 43 km/h e 160 pulsações. Uff! E estava logo aí a longa subida para o Sobral!!
Recuperar, retemperar forças, proteger-me no semi-conforto do grupo e rezar para que este não estivesse... com ganas! Felizmente, não estava. Mas tinha elementos com enorme disponibilidade, casos do Xico Aniceto, do Sérgio (naturalmente mais «frescos») e dos Duros Vaqueirinho e Pinarello (soube depois que estes dois tinham atalhado e contornado a Zurrigueira – maldade!!).
À passagem por Carmões, avistámos o Jorge. Tinha descaído do primeiro grupo (o dos mau-maus!). Como foi possível? Estava em nítidas dificuldades, ao ponto de o termos ajudado a integrar o nosso. Onde o Pedro da Amadora estava a dar as últimas, vítima de um esvaziamento. Estes não perdoam, quando batem, deixam-nos a pé! Não me apercebi onde, mas ficou algures a caminho do Sobral e teve certamente penoso final de manhã.
Graças ao trabalho incansável dos referidos elementos do meu grupo (que era o segundo nesta fase), atingimos o Sobral com «elan», descemos a Cabeda e ligámos a Pêro Negro, onde os 2640 se despediram. Reforço-lhes o elogio: excelente trabalho desde a Merceana, que me menteve sempre no limiar anaeróbio, entre as 160 e as 170, excepto nas descidas. Valeu, malta rija do Mafra!
À chegada a Sapataria, entra o Renato que tinha parado com o Runa para abastecimento, e durante dois terços da subida que se guiu imprimi bom ritmo (ou o que podia...), apenas na derradeira fase assomando-se quem se esperava: o Hernandez.
Mas também este é... humano! No término de um fim-de-semana intenso, encontrava-se bastante desgastado e até ao Vale de S. Gião fez o favor de nos levar em conforto, ainda resistindo metade da subida final, até às mudanças bruscas de ritmo imprimidas pelos dois Duros, bem correspondidas pelo Eurico e o seu parceiro alverquense, e ainda melhor pelo renascido Jorge, que carimbou (neste grupo) no alto do Cabeço de Montachique. É assim mesmo Contador!
À nossa espera, o André (segundo o seu «relógio» há 10 minutos: não espanta!) e o Pina, que confirmou a passagem de alguns elementos do primeiro grupo perseguidor, entre eles, o Capela, que esteve em dia... sim!
Os demais chegaram a conta-gotas: alguns a queixarem-se dos valentes empenos. Mas quem não os teve!? Fazem parte. Eu tinha-o, mas também uma enorme satisfação por uma jornada de grande ciclismo!
Chegou o defeso, é hora de recarregar baterias! O ano já vai longo, e 2012 virá cheio de renovados desafios.
Média final 31,5 km/h.

Domingo entra o «defeso»

Amanhã, domingo, a volta é a do Cartaxo-Aveiras-Vale do Brejo-Ota (baptismo à pressão) e a primeira do denominado «defeso». O percurso é o seguinte (atenção: no gráfico, devido a erro informático, não está correcta a ligação entre Azambuja e o Cartaxo; e também a saída do Cartaxo em direcção a Aveiras de Cima, que se fará pela Variante, como nesta Clássica.

Os pontos de neutralização são os seguintes:

- Cartaxo (rotunda; paragem sugerida para café)

- Ota (se necessário)

ATENÇÃO: MUDANÇA DE HORA NO DOMINGO! OS RELOGIOS ATRASAM-SE 1 HORA

sábado, outubro 22, 2011

A menos de 24 horas da Clássica Pina Bike, vamos esperar que não... chova! Caso contrário, este seria um factor extremamente condicionador do bom desenrolar do evento, uma vez que há muito tempo que não há precipitação e as estradas ficariam do tipo... manteiga. Perigosíssimas! Enfim, aguardemos que não!

Por motivos de indisponibilidade, ainda não tinha tido oportunidade para actualizar a «prosa» sobre as incidências do passado fim-de-semana, em particular, o domingo «gordo». Em resumo, marcámos presença no evento do Paulo Pais (Livramento-Óbidos) - desde já agradeço o Dario pelo video! -, mas devido a outros compromissos (no meu caso), um grupo ficou-se pelo Bombarral, regressando, como tinha sugerido na véspera neste blog, por uma parte (importante) do percurso da Clássica de amanhã, com o objectivo de fazer o reconhecimento da secção nuclear do traçado: a passagem por Matacães e a Serra Alto (Zurrigueira).
Para informação a todos os participantes da Clássica, refira-se que a subida é, sem dúvida, difícil, bastante selectiva, com passagens de algumas centenas de metros a pendentes muito íngremes, claramente acima dos 15%. Sobe-se por patamares, com fases mais suaves e até a descer (num destes sectores o piso encontra-se algo degradado), e há três fortes inclinações, cada uma com cerca de 500/600 metros no máximo, mas, a maioria, bem duras. A zona é lindíssima!
Logo, na minha opinião, estaremos perante a Clássica da nossa temporada que tem a fase intermédia mais selectiva. E, por isso, recomenda uma abordagem cautelosa à fase anterior do trajecto e não menos zeloso critério na enfrentar a fase que se segue. É altamente recomendável não entrar na reserva na Zurrigueira e garantir que não se sai dela... isolado. Porque será suicídio (tentar) fazê-lo! - ou seja, procurar resistir, em solitário, à longa subida da Merceana para o Sobral e ligação final após a descida da Cabêda, ainda com os pontos quentes derradeiros para ultrapassar: Sapataria e Cabeço de Montachique.
Bom, o mais importante será desfrutar do magnífico percurso e do convívio, relembrando que, na fase inicial (como está estipulado) entre Loures e Alenquer, deve-se imprimir andamento moderado que permita cumprir a ligação sem nervosismos e promovr a sã convivência neste evento de final de época.

A hora da partida, recorda-se, é às 8h00.

Local: Posto de abastecimento (BP) de Loures
Que não chova!

sexta-feira, outubro 14, 2011

Clássica Pina Bike: o percurso!

A Clássica Pina Bike, que se realiza no próximo dia 23 (domingo), pretende ser uma referência do elevado nível que atingiram as lides velocipédicas puramente amadoras e não-federadas da nossa região. Mais que o estimulante percurso, a jornada que encerrá a temporada de Clássicas do calendário Pina Bike de 2011 terá como objectivo primordial congregar, em saudável convivência, participantes oriundos das mais diversas, grupos e equipas ou «individuais» que têm contribuído para dinamizar o ciclismo nos últimos tempos na nossa região – e cuja extraordinária evolução este evento pretende homenagear.
Por esse motivo, o trajecto da Clássica Pina Bike foi tido em especial conta (refira-se que será diferente todos os anos), integrando longa fase inicial em terreno plano, entre Loures e Alenquer (35 km), em que se pretende que o andamento seja adequado a preservar a coesão do pelotão durante o mais tempo possível, sem nervosismo e tensão que os ritmos elevados (mesmo a rolar) e os esticões sempre proporcionam. Refira-se que esta «ideia» partiu do camarada Tó Monteiros e dos seus Duros e foi muito bem recebida no seio do nosso grupo.
Como tal, conter o ímpeto da «alcateia» até Alenquer parece pretensão legítima e fácil de concretizar, sem prejuízo para o interesse e a filosofia própria das Clássicas. E partir de Alenquer, então, abrir-se-á a estrada ao ritmo livre.
O percurso segue em direcção à Merceana, em terreno ondulado, mas não se «chega» lá. Cortamos à direita no cruzamento de Olhalvo (45,5 km) e continuamos em topos cada vez mais prolongados para Atalaia (49,5 km) e Vila Verde dos Francos (55 km).
Após esta vila, passando ao lado da entrada para a subida de Montejunto, desce-se para Rodeio (rotunda, 57,6 km), voltando à esquerda para o Maxial (64 km), seguindo-se para o alto do Sarge (70,3 km) até Torres Vedras (73 km) à rotunda da A8, onde se gira à esquerda em direcção à EN9 (Ordasqueira).
Pouco depois desta localidade, sai-se da EN9 à esquerda para Matacães (atenção, cruzamento antes de lomba, com pouca visibilidade!), onde começa a fase nuclear desta Clássica, com inédita passagem pela Serra Alta (direcção Ribeira de Matacães) e o «muro» da Zurrigueira (81 km) atingindo-se o cume da famosa Ereira (84 km – a ligação vai confluir no interior desta localidade, junto às bombas de combustível, onde se vira à direita para a tradicional rampa final do trajecto habitual desta subida).
Depois, desce-se por Casais Brancos (atenção ao empedrado e curva perigosa no interior) até voltar a encontrar a EN9, em Paiol, rumando à esquerda, no cruzamento (perigoso!) para a Merceana, onde se inicia a longa subida que nos levará ao Sobral (100 km).
Nota: esta fase do percurso poderá revelar-se fundamental para encarar, em boas condições, o que ainda restará. Um desgaste descontrolado poderá invalidar a sua boa conclusão: a subida tem cerca de 10 km, não é selectiva e leva ao êngodo, por permitir «encaixar» mesmo em rodas velozes, o que leva a níveis de intensidade contínuos e elevados.
À saída do Sobral, desce-se pela Cabeda (e não directamente por Feliteira, para evitar mais um cruzamento sem visibilidade no final desta descida) até à N374, em direcção a Sapataria, Póvoa da Galega e Vale de S. Gião, aqui se iniciando a derradeira subida, para o Cabeço de Montachique (Alto do Andrade) - o grande final e local de neutralização (120 km).
Restará, então, descer para Loures e concluir a Clássica (128 km).
Refira-se que, em várias fases do percurso, há possibilidade de seguir por atalhos que encurtam a distância. Mais uma vez se recomenda que, cada participante, decida a abordagem à Clássica em conformidade com as suas condições físicas, apelando à consciência que todos (principalmente os que poderão desconhecer os «cenários» por onde iremos passar) deverão ter em relação à exigência do traçado/distância, que, sem o «factor» andamento, é perfeitamente acessível a um nível de condição física médio, desde que se adapte devidamente o esforço às capacidade próprias.
A hora de partida é às 8h00, e o local, o posto de abastecimento da BP, em Loures. A chegada, após a neutralização no alto do Cabeço de Montachique, será neste mesmo local.

quarta-feira, outubro 12, 2011

Cronica de Alenquer

Os equipamentos branco e negro eram mais que muitos, esbatendo a cor do extensa e esfomeado pelotão que se fez à estrada no domingo para a volta de Alenquer. Esfomeado, entenda-se como bem mais motivado e unido que nos últimos tempos, o que é sempre razão de elogio.


A fase inicial do percurso foi semelhante à da volta do fim-de-semana anterior (Belas) e foi abordada da mesmíssima forma: andamento moderado até passar o topo de Unhos, velocidade de cruzeiro estabilizada nos 35 km/h até Alenquer (naquele dia, a ligação pela EN10 interrompeu-se na rotunda dos Caniços, em Sta. Iria). E se há uma semana tinha sido maioritariamente o Freitas a impor o ritmo desde os primeiros quilómetros, este domingo foi o Ricardo Gonçalves que chamou a si essa tarefa, conduzindo com mestria o grande grupo, apenas a espaços curtos com colaboração (minha, do Capela, do Duarte – escassos para tão recheado pelotão). À excepção de mim, a disponibilidade dos restantes foi prova evidente de bom momento de forma.


Em Alenquer, a média fixa-se em apreciáveis 33 km/h, sem grande esforço para... os que não passaram à frente!


Após a rotunda de entrada na cidade, o Freitas tomou a dianteira e lançou a subida a um ritmo selectivo, na ordem dos 30 km/h. E logo que surgiu a primeira rampa (a mais íngreme de toda a ascensão) desmoronou-se a coluna, tocada pelo esforço adicional (e imprevisto) a que tinha sido submetida. Quando a estrada impinou destacou-se imediatamente um grupo de 6/7 unidades, de outro, de igual número, que procurou perseguir – ou atenuar as diferenças imprimindo seu próprio ritmo. No primeiro, sobressaiu o Mário Fonseca, com renovada BTT, em celebrada visita à capital com pontual regresso ao convívio do grupo que se habitou às suas façanhas com uma máquina «estranha» ao tipo de terreno. Não esteve diferente dos seus melhores dias, marcando presença na frente em todos os momentos de intensidade desta volta. Em Perrotes, não facilitou e foi dos poucos que não perdeu fulgor com a extensão imprevista (ou talvez não...) da subida. A verdade é que esta pareceu ter sido, por alguns, demasiado «atacada» no início.


Por isso, no alto as diferenças entre os que logo se adiantaram e os que geriram melhor o esforço foram quase irrelevantes. Houve, ainda, entre os que se lançaram em cavalgada madrugadora, alguns que vieram a perder bastante terreno...


A «subida» que mais surpreendeu foi a do Evaristo, que teve a ousadia de entrar com os primeiros e conseguiu manter andamento muito certo e constante até ao final. A prestação do Capela também foi positiva, mas partindo de trás, do grupo que eu integrava inicialmente para chegar ao topo a morder a roda dos mais rápidos. Já o Pedro da Amadora manteve as boas indicações da volta de Belas, e tal como o jovem João Silva, o Jorge «Contador» e o Ricardo Gonçalves, chegou entre os primeiros.


Ressalvo, igualmente, os esforços desenvolvidos pelo Alex e o Gonçalo, que se mantiveram durante grande parte da subida comigo, no grupo secundário, não perdendo muito após a necessidade de refrearem o ímpeto.


Depois da neutralização para reagrupamento e de uma ondulada ligação a Santana da Carnota, de novo... em subida. Andamento progressivo, a permitir de quase toda a gente se mantivesse perto da frente até muito perto do cume. De qualquer modo, às tantas o Duarte assumiu as rédeas e elevou o nível, abrindo a estrada para a aceleração final, em sprint, em que o jovem corredor João Silva «carimbou», após o Pedro da Amadora ter aberto as hostilidades, procurando surpreender. Todavia, era um final de subida para músculos mais explosivos.


Após a ligação ao Sobral e ao Alqueidão – esta com os mais frescos e em melhor forma a destacarem-se na subida: Duarte, João Silva, Jorge, Pedro, Ricardo Gonçalves, Capela, com este a causar impasse forçado ao furar a cerca de 300 metros do topo do Forte. Atrás, os restantes, já abatidos, não estavam para mais correrias... não houvesse ainda a descida para Bucelas como «happy ending». A média não atingiu os 50 km/h das mais rápidas, mas pouco faltou. Ainda, por cima, o grupo dividiu-se logo no início e o gato teve de se esforçar (muito...) para apanhar o rato.


No final, em Loures, a média da volta rondava os 32 km/h, fruto da motivação generalizada. Mas, contra ventos e tempestades, a verdade é que todos arrancaram juntos, fizeram-na e acabaram juntos. Ou quase...


No próximo domingo, o camarada Paulo Pais vai reunir as tropas no anual Caneira-Óbidos-Caneira (aprox. 110 km). A hora de partida é às 9h00.


PERCURSO DA VOLTA DO INFANTADO (DOMINGO, DIA 16)


Por cá, realiza-se a volta do Infantado, 100% a rolar, antes da Clássica Pina Bike, no dia 23. O percurso – que promete! – será apresentado na próxima sexta-feira.



sexta-feira, outubro 07, 2011

Domingo: Alenquer (Alto de Perrotes)

A volta do próximo domingo é a de Alenquer (Alto de Perrotes). A fase inicial do percurso é igual à da volta de Belas, do passado fim-de-semana, com passagem por Frielas, Unhos e Sacavém e ligação pela EN10, embora se continue pela EN1 até Alenquer, onde se inicia a principal subida do dia, para o Alto de Perrotes.
Os pontos de neutralização previstos são os seguintes:
- Alto de Perrotes (52 km)
- Alto de Santana da Carnota (60 km)
- Forte do Alquieidão (facultativo: 71 km)

quarta-feira, outubro 05, 2011

Crónica de Belas

Nota prévia: endereço votos de boas e rápidas melhoras ao Carlos (de Sta. Iria) e ao Cunha, que esta manhã foram vítimas de aparatosa queda no decurso do Cascais-Fátima. Apesar da imagem arrepiante, estão bem, felizmente.



A volta do passado domingo, Belas, superou as expectativas, quanto ao percurso, a adesão e o empenho dos participantes. Desde logo, em relação ao trajecto, a afirmação da sua «espectacularidade» por um dos participantes na volta que melhor poderiam avaliar do seu compromisso entre equilíbrio e grau dificuldade, o Hugo Ferro, foi o barómetro que faltava: 104 km e 1300 metros de acumulado não traduzem a exigência, mas quem conhece certamente reconhece-o como autêntico sobe e desce em forma de «parte pernas».



Para maior equilíbrio, uma longa parte inicial «rolante» (30 km), com o extenso pelotão a deslizar a uma boa média (32 km/h) maioritariamente sob o comando do Freitas, que exibiu disponibilidade inexcedível, e não apenas nesta fase madrugadora do percurso. A partir do Tojal, com a entrada nos «topos» e nas subidas, este «Pina» continuou a liderar as operações, impondo um ritmo bastante apropriado (reforce-se, apropriado!), com o pelotão bem escudado nas suas costas. De Bucelas ao Vale de S. Gião, em claríssimo ascendente, a média esteve sempre perto dos 30 km/h e, no alto, ainda em pelotão compacto, o que diz bem do nível global dos presentes, com apenas um elemento «sacrificado»: o Filipe, do Infantado.



Por ele, também eu me vi... sacrificado, fazendo a ligação Póvoa da Galega/Milharado/Venda de forma um pouco aziaga, em solitário, porque fui o único a cumprir a neutralização. Espera em vão: o homem libertou-me rapidamente por não estar em condição de acompanhar o grupo. Até à Venda, fiquei com menos energias e uma certeza: o pelotão não aliviou, pelo contrário, o andamento deverá ter engrossado! O facto de o Salvador ter descaído demonstra-o. Alcancei-o antes do ponto de neutralização, onde, então (e felizmente), todos aguardaram.



Entre a Venda e o alto da Carapinheira, os protagonistas mudaram. Assumiram-se, enfim, os trepadores. O Freitas começou a dar mostras (compreensíveis) de fadiga e foi o Hugo Ferro, o Cunha, o Capela e outros a intervirem na frente. Também à chegada à rotunda, o pelotão já mostrava sinais de menor coesão. De qualquer modo, a espera foi mínima, antes de reatar o andamento em direcção a Cheleiros.



A partir de Alcainça, um inesperado vento lateral fez-se sentir, afectando o avanço da grande coluna, onde os novos líderes continuaram a assumir as despesas. Com a entrada na subida de Cheleiros, primeiro ponto verdadeiramente selectivo do percurso, as diferenças foram relevantes. Destacou-se na dianteira um pequeno grupo composto por Hugo Ferro, Bruno Castro, Capela, Cunha, Jorge e Pedro Kuota. Atrás, eu reunia tropas do meu nível: Quim, Vidal, Pedro (Carboom) e Alex (Pina Bike). No final, ficámos com a convicção de que não fizemos uma subida que envergonhasse! Pelo contrário. Estavam estabelecidas as hierarquias para o que faltava percorrer.



Os restantes já aparentavam mais sofrimento e a maioria acabou por «atalhar» pelo eixo Pêro Pinheiro-Sta- Eulália, dando por finda a sua participação na volta – que, pela natureza do seu traçado, além da exigência física, acaba também por um interessante teste à resistência anímica. Um dos melhores exemplos disso foi o Capitão, que enfrentou, com galhardia, não menos complicada fase final de tirada nos «picotos» de Sabugo, Belas, Cabeças e Montemor.


Então, a cada inclinação mais acentuada do terreno, as águas separavam-se inapelavelmente. Os detrás, em que me incluia, sem capacidade para seguir os da frente (ainda e sempre o mesmo sexteto), concentravam-se em gerir e coordenar esforços. Os dois camaradas da Carboom estiveram em destaque, tal como o Alex, em boa forma e com uma enorme... atitude. Como ainda não lhe reconhecia! O Capitão idem... A todos a minha homenagem.



Na frente, o grupaço digladiava-se, com o Hugo Ferro e o Cunha a mostrar um must de capacidade. De qualquer modo, os demais só cediam em situações terminais – e apenas ligeiramente. Em Belas, os homens da frente tiveram de apenas refrear o andamento para que reentrássemos. Houve quem deixasse escapar alguma surpresa por nos termos despachado tão depressa, o que só abona em nosso favor. Serve como elogio «indirectos» que, quando se anda atrás, dá sempre mais algum alento...



A partir de Belas, o figurino manteve-se, embora eu tivesse experimentado uma passagem musculada pela dianteira, e logo à ilharga do Hugo(!), na aproximação a Caneças. Foi uma experiência interessante, intensa e fugaz, que serviu para sentir o gostinho dos ritmos altos de que ainda me sinto incapaz. Por isso, às primeiras centenas de metros das principais inclinações à entrada de Caneças abandonei o comboio bem embalado, e que se manteve a todo o vapor, rumo à estação final. Não sem que antes causasse uma (única) vítima na élite de seis (que já eram cinco, após a saída do Pedro da Kuota depois de Belas): o Capela, que cedeu nos metros finais, em Caneças, e ficou por sua conta...



Na abordagem à rampa de Montemor, acompanhava-me o Alex e o Pedro Carboom (creio...), mas este não resistiu ao rude quilómetro e já não estava connosco quando «encostámos» ao Capela na descida para Loures, após uma profícua colaboração... entre Pinas!



Média final superior a 29 km/h é de enaltecer.



A volta do próximo domingo é de Alenquer (Alto de Perrotes). O percurso é o seguinte. Descubram as semelhanças com o de Belas...



E recorda-se que a Clássica Pina Bike vai realizar-se no dia 23 de Outubro. O percurso (e que percurso!) será divulgado nos próximos dias.

Clássica Pina Bike: dia 23 de Outubro

O próximo dia 23 de Outubro é a data (enfim...) correcta da Clássica Pina Bike. Desculpem as «moléstias» com anteriores enganos...
Revelação do percurso nos próximos dias.