quinta-feira, fevereiro 25, 2010

O meu «cardio» na edição de 2009

A título de curiosidade, meramente consultivo, o gráfico abaixo refere-se ao registo da minha frequência cardíaca (dados do Polar) durante a edição de 2009 da Clássica de Santarém.
Analisando-o, percebe-se facilmente que a intensidade na primeira metade do percurso, até à subida de Santarém (o pico mais elevado do gráfico da altimetria), foi quase sempre baixa a moderada. Esta subida, porém, foi bem atacada, fazendo-me tocar pela primeira vez o «vermelho», mas foi a partir do Vale de Santarém (a subida seguinte) e no encadeamento de topos para o Cartaxo que atingi os níveis cardíacos mais elevados até então.
Depois disso, apesar do andamento ter sido rápido e com algumas escaramuças, o meu «pulso» só voltou a entrar no «red line» após Alverca, já na subida dos Caniços (que será substituída este ano pela da Sagres, ver percurso) e mais tarde, no topo da variante do Tojal, onde acelerei até Loures.
A média de pulsações foi de 149 e a máxima de 184.

segunda-feira, fevereiro 22, 2010

Tudo a postos para a Clássica de Santarém!

No próximo domingo a Clássica de Santarém, realiza-se a primeira da temporada, que promete reeditar o êxito da edição de 2009, ano de estreia destes eventos no alinhamento da época do grupo Pina Bike.
O percurso é praticamente igual do último ano (ver percurso interactivo) e tem a distância aproximada de 152 km, com um desnível acumulado de 720 metros. Como se percebe: acessível. Para quem não conhece, trata-se de um trajecto com relevo quase sempre plano: na primeira metade, até à entrada de Santarém, é-o quase sempre, mas na segunda fase é mesclado com um «ondulado» que, com o acumular dos quilómetros, se torna mais exigente.
Terreno de eleição para roladores e «puncheurs», já que subidas, apenas a das Portas do Sol, em Santarém, além do mais, curta e sem especial inclinação (1,5 km a 5%), sensivelmente a meio do percurso. De qualquer modo, esta interrompe uma longa secção de planície (na lezíria ribatejana), abrindo, como referi, a segunda porção da tirada, um pouco mais acidentada com a passagem pelo Vale de Santarém, Cartaxo e Azambuja.

Eis algumas informações importantes sobre a Clássica:
Características fundamentais: de acordo com o formato das Clássicas, o andamento é livre, de início ao fim, e não estão previstas neutralizações para reagrupamento (como nas voltas domingueiras normais). Ao contrário do que sucedeu no ano passado, não haverá neutralização em Santarém (no café habitual).
De qualquer modo, isso não quererá dizer que não se façam paragens colectivas imprevistas, por motivos vários: por exemplo, urinar, reparar um furo ou avaria ou outro incidente ou percalço do género. Estas paragens deverão ser decididas e aceites em colectivo (pelo pelotão) e por todos respeitadas.
Relembre-se que este evento não tens fins competitivos – deve ser apenas uma prova de superação individual, que pretende ter um grau de exigência mais elevado pelo conjunto de factores: distância-relevo-andamento livre. O prazer pela prática do ciclismo e a segurança devem prevalecer!

Concentração: 7h30
Partida: 8h00
Local (partida/chegada): Posto BP de Loures (junto ao acesso ao nó CRIL/A8)
Descrição do percurso: Loures-S. Roque-Tojal-Vialonga (Variante)-Cabo-Verdelha-Alverca-Vila Franca-Porto Alto-Samora Correia-Benavente-Almeirim-Santarém-Cartaxo-Azambuja-Carregado-Vila Franca-Alverca-Verdelha-Recta da Central de Cervejas-Cabo-Vialonga (Variante)-Tojal (por fora, pela variante e nó da CREL)-S. Roque-Loures (BP)
Distância: 152 km
Desnível acumulado: 720 metros
Média horária (2009): 33,6 km/h (154 km)

Notas:
Os participantes devem respeitar a ORDEM DE PARTIDA, saindo em pelotão compacto e andamento moderado, e assim é aconselhável manter-se, de preferência, até à entrada na Variante (Tojal).

Ao contrário do que sucedeu o ano passado, as passagens de ida e volta serão, ambas, pela RECTA DA CERVEJEIRA (SAGRES) e Verdelha de Baixo. Ou seja, na ida, segue-se até ao final da Variante de Vialonga, até à rotunda do Cabo (1ª saída para Alverca), descendo-se depois a recta da Cervejeira e no final desta volta-se à direita para Verdelha/Alverca. No regresso, será o trajecto inverso.
Recorde-se que, o ano passado, devido a obras, o traçado fez-se pelo Forte da Casa/Estrada dos Caniços. Na parte final do percurso, a partir do Tojal, segue-se em frente na rotunda da COSTA E BALEIA pela variante que passa sobre o nó da CREL/Estrada de Bucelas, descendo depois para a rotunda de S. Antão do Tojal (das Oliveiras) e daí para S. Roque e Loures.
O final do percurso será à entrada da rotunda, em frente às bombas da BP de Loures (no mesmo local da partida).

quarta-feira, fevereiro 17, 2010

Domingo para o Oeste... para apalpar pulso!

No próximo domingo, dia 21, o camarada Paulo Pais vai reunir as tropas para uma saída de bicicleta de pré-temporada, entre Livramento, o Bombarral e regresso ao Livramento (por Sarge), na distância de 85 km. O mesmo é dizer, que todos os soldados estão recrutados!
Aos mais cépticos neste tipo de ajuntamentos com ciclistas de múltiplos quadrantes e níveis, digo que é oportunidade a não desperdiçar para conviver, aprender e divertir-se. O conceito é sempre este, e não há motivos para que difira nesta ocasião. Não há, naturalmente, restrições ao andamento, mas a este prevalece o espírito de camaradagem – nunca de hostilização.
Pode-se aceder aqui ao percurso detalhado (da autoria do Dario). A concentração está marcada para as 8h30, junto ao polidesportivo do Livramento, para arrancar às 9h00.

De qualquer modo, para quem não estiver interessado em rumar ao Oeste, cumpre-se a volta que está estipulada no calendário: Marginal (Alcoitão). Amanhã colocarei aqui o percurso detalhado.

segunda-feira, fevereiro 15, 2010

Crónica de S. Pedro da Cadeira

Pelo motivo da minha ausência, não poderei rubricar a habitual crónica da volta domingueira (S. Pedro da Cadeira). Todavia, tal não invalida que os participantes o façam. Lanço desde já o repto! Espero que o aceitem, para que esta semana este espaço não fique em... branco.

quarta-feira, fevereiro 10, 2010

Domingo: S. Pedro da Cadeira

No próximo domingo, a volta, na minha opinião, é bastante interessante. É um percurso já conhecido, para S. Pedro da Cadeira, uma localidade entre Mafra e Torres Vedras, e por ter um pouco de tudo em termos de relevo, dá-lhe um carácter... eclético.

Existe apenas uma pequena variação no trajecto, que termina no eixo Venda-Bucelas-Loures e não, como tem sido habitual, entre Venda-Lousa e Loures. Motivo: evitar repetição do percurso de ida. A distância total é de 97,2 km e o desnível acumulado de 1330 metros.

A volta agradará menos a roladores ou aos que preferiam rolar, dada a quase inexistência de longas secções planas. O trajecto é, como referi, completo e pela distância e desnível tornar-se exigente, destacando-se as seguinte subidas: Venda do Pinheiro (da Freixeira); Encarnação (da Picanceira) e Vila Franca do Rosário (para Malveira). No entanto, o sobe e desce é constante, incluindo o troço entre S. Pedro da Cadeira e a Ventosa (até à estrada EN8 junto ao Turcifal) que tem uma sequência de topo curtos e inclinados e excelente enquadramento paisagístico. Que, de resto, é uma constante do percurso.

Definem-se os seguintes pontos de neutralização para reagrupamento:

Venda do Pinheiro (final da subida) – km 13,8

Abrunheira (rotunda) – km 24,3

S. Pedro da Cadeira (junto ao cruzamento p/ Ventosa... local propício a enganos) – km 45

Malveira (rotunda da AE, após a subida de VF Rosário) – km 71

Para ver o percurso clique aqui

segunda-feira, fevereiro 08, 2010

Ericeira: a crónica

A volta da Ericeira/Terrugem marcou o regresso do pelotão a cotas superiores a 100 metros de altitude e a acumulados a rondarem os 1000 metros, mas o nível das últimas semanas manteve-se. As subidas, na sua maioria curtas e pouco acentuadas, limitaram-se a fazer a selecção... mínima, apenas abalando o equilíbrio de forças vigente nos longos percursos planos. Ou então, pode igualmente concluir-se que as dificuldades não foram suficientes para quebrar a ordem: nem o relevo foi atroz, nem a distância (inferior a 90 km) tão massacrante.
Desde logo, ajudou a atenuar o desgaste o facto de a primeira dificuldade, em subida, entre Bucelas e Venda do Pinheiro, ter sido cumprida a ritmo tranquilo, constituindo, na opinião do Rui Torpes à chegada ao alto, uma «série perdida»... O motivo do impasse foi um furo do Hugo Silveira (o recordista na dispendiosa modalidade de arremesso de boyaux ao lixo) logo nas primeiras elevações, à saída de Bucelas. O pelotão, composto, na altura, por cerca de 15 unidades, contemporizou, subindo calmamente em amena cavaqueira e conduzido em parceria pelo Freitas e o Evaristo. A reunião dos grupos só sucedeu praticamente na chegada à Venda e coincidiu com a entrada do Runa, Rocha, Manso e Paulo Pais – estes dois últimos de regresso (aplaudido!) após longa ausência.
Logo que deixou de haver retardatários, acabaram-se as razões para continuar em andamento moderado. Tanto mais, porque alguns corações já desesperavam por maiores palpitações! Não se esperou muito mais pela correria. A descida da Malveira a Alcainça abriu as hostilidades e a subida para a Abrunheira, «atacada» desde os primeiros metros pelo André, despoletando a reacção do Torpes, causou as primeiras rupturas no (agora) grande pelotão. O Freitas lançou-se na descida e na rampa final, entre rotundas, «negociada» em forte aceleração, isolou-se um grupo de não mais de 5/6 elementos, e até estes chegaram fraccionados ao alto.
O ZT, que aí se juntou à alcateia, não deve ter ficado surpreendido com a ferocidade com que foi ultrapassado. E definiu os sinais evidentes da intensidade estampados no meu rosto, que ousei (tentar) seguir aos andamentos mais rápidos: «parecias um peixinho que tenho lá no aquário»... Em 3,5 km, a 28,5 km/h, média de pulsações: 168.
No alto, «carimbou» o André, seguido de perto por mais um jovem companheiro que fez a estreia entre nós, tal como o poderoso Fábio Silvestre, capaz de altas andanças. O Torpes foi o único a morder-lhes os calcanhares e os demais que se aproximaram (poucos como já referi) tiveram de ceder algumas dezenas de metros.
A neutralização foi, contudo, muitíssimo mais breve que o habitual, e o pelotão não perdeu tempo para se lançar a toda a velocidade, agora a caminho de Mafra e Ericeira. Nesta ligação, evidenciou-se um quarteto: o Manso deu o mote e passou para a liderança logo na Paz, levando alguns minutos (consideráveis...) o pelotão estirado a cerca de 50 km/h (média de 46,2 km/h), após ser rendido amiúde pelo Jony, Hugo Silveira e o Evaristo. Excelente trabalho deste grupo, com mérito acrescido para o Manso devido à mais empenhada e duradoura participação. O labor deste fantástico rolador (considero-o desde o início um dos hábeis e disponíveis entre nós na acção neste tipo de terreno) não terminou com a entrada na Ericeira – manteve-se até ao início da descida para a Foz do Lisandro, quando o Freitas tomou a dianteira e entrou na subida à frente, logo atacando...
Acelerou à frente do pelotão e ganhou-lhe cerca de 50 metros face a aparente tranquilidade deste. Mas os leões já vinham de garras afiadas, apenas preferiram aguardar por melhor altura para investirem. De qualquer modo, mesmo ao ser alcançado ainda antes do cruzamento da Carvoeira/Sra. do Ó, o Freitas passou directamente de fugitivo para condutor do pelotão, impondo bom ritmo. Porém, sabia-se que as feras não iriam demorar muito a assumir-se.
Sem surpresas, o André. Mudou o andamento, abalando a ordem. Seguiu-se o seu comparsa. Forte, forte... O André correspondeu e a intensidade atingiu o grau de «selecção». O Duarte, então à cabeça do grupo, deixou abrir uns metros. A corda partiu-se. Então saltei no encalço do duo, mas o andamento era muito alto... e não baixava. Quando o André aliviava, o outro rendia-o. Aguardei por uma nesga, um momento de relaxe dos dois para encostar. Nunca houve. E eu nunca cheguei às rodas. Nem quando o Torpes, atrás de mim, me empurrou, quase ordenando em tom desesperado: «Fecha lá o espaço!». Respondi-lhe com a verdade: «Não dá»! Andamento de outro nível, admitamos. E ele teve de se fazer à vida. Saltou, juntou-se à dupla, mas sofreu, sofreu... e teve largar ligeiramente antes do topo. Eu perdia cerca de 60/70 metros. Para a frente e agora também para trás, perante a contra-ofensiva de um pequeno grupo liderado pelo Duarte. Ainda atingi o alto em posição intermédia mas fui absorvido rapidamente.
À frente, o trio também aliviou. E aguardou-se pelo pelotão, na sua versão mais tresmalhada do dia. Ressalve-se que, no grupo perseguidor, estavam (perdoem-me os nomes que eventualmente omitir, por mera impossibilidade de observação e memória), além do Duarte, o Paulo Pais, Cunha, Jorge, Maçã, Arraiolos, Runa, Zé-Tó... Além do Freitas (pelo seu bom desempenho inicial), foram os mais fortes no Pobral, a subida realmente mais selectiva do percurso – pela sua morfologia e modo como foi «atacada»!
Subi em tempo de recorde pessoal: 6m43s (25 km/h, a 177 bpm de média), retirando 16 segundos à minha melhor marca anterior, em Fevereiro de 2009, na mesma volta. Então, o André e o Ruben em destaque a partilharem a liderança com um ataque madrugador; eu a «estrear» a posição intermédia durante grande parte da subida, tal como ontem; e o Aldeano a protagonizar uma excelente recuperação à frente do restante grupo.
Novamente reagrupado, o pelotão rumou a Terrugem, novamente sob o comando do Freitas. Deu-se a esforço redobrado, porque foi de face ao vento – e sabe-se como ele castiga naquela zona. Foi ainda com o homem das maratonas de sábado naquela posição que o Paulo Pais se destacou e também que foi reabsorvido, muito ainda antes de Terrugem. Terá sido, para ambos, uma acção bastante fustigadora. Sublinho-o, mesmo sem ter ousado experimentar a sensação.
Na aproximação a Terrugem, a volta passa a ser contar factor... inesperado. A equipa de jovens do Milharado cruzou-se em sentido contrário e não foi em modas: fez meia volta, juntando-se a nós. A fusão, só por si, fomentou a desestabilização: os «outsiders» não se coibiram em assumir rapidamente as posições cimeiras do pelotão. Não sei se pelo efeito daí recorrente, mas o andamento disparou nas rectas da Granja, com o André e o Rui Torpes a isolarem-se alguns metros. Todavia, o pelotão estava maior e mais forte que nunca e moveu-lhes perseguição eficaz e de curta duração.
Em Pêro Pinheiro, a rampa estreia no interior da localidade atirou o Runa ao chão. Causa: abalroamento de um tranquilo ciclista que parecia parado à passagem do endiabrado pelotão. Sem consequências. E até à aproximação de Negrais, reinou uma espécie de paz... podre. Então, assumi-me à frente, puxando pelo grupo no primeiro topo (do campo de futebol) e depois através do falso plano ascendente até Sta. Eulália, onde se discutiu (eles discutiram!!!), como é tradicional, o sprint para o topo. Para mim, foram 2,8 km em 6 minutos intensos, a 29 km/h e 175 bpm.
A chegada a este local marcou simbólico fim de volta. A ligação a Loures foi faseada e quase sempre tranquila, tendo a malta das bandas de Alverca e Sta. Iria (são cada mais e mais «ruins»!) mantido ritmo moderado, não propriamente de relaxe apesar da fadiga que a maioria já reconhecia.
Ainda assim, eu e o Jorge ainda partilhámos um excelente prolongamento de treino, com subida ao alto de A-dos-Melros e descida para Alhandra, terminando a quinta hora, com satisfatória média total de 29 km/h.

Para a semana, a tipologia do percurso repete-se para S. Pedro da Cadeira. Num traçado que considero bastante interessante e não menos exigente que o do domingo transacto. Ainda que não demasiado, tem mais subidas e mais selectivas! E a primeira clássica da temporada aproxima-se rapidamente: é já no dia 28, para Santarém! E começam a chover novidades para Évora!

quinta-feira, fevereiro 04, 2010

Domingo: Ericeira


Antes de mais, congratulo todos os visitantes deste blog e em especial os participantes nesta semana pelos diversos comentários. É isso que se pretende deste espaço de opinião.

Sobre a volta da próxima semana, dir-se-á que interrompe o ciclo de percursos de longa distância, maioritariamente planos, com que se abriu o ano. E recorde-se: não se realizaram as duas primeiras saídas, verdadeiras clássicas do nosso calendário, Sto. Estevão e Ota, que certamente preencherão vagas em alguns feriados.

Contudo, no próximo domingo a volta é a de Ericeira-Terrugem, num percurso de sobe e desce mas de distância inferior a 90 km. Digamos que é uma transição pacífica para os relevos acidentados, ainda longe de incluir qualquer dificuldade montanhosa digna desse nome. Refiro-me a subidas superiores a 3 km e inclinação média acima de 5%. Nenhuma figura no cardápio.

De qualquer modo, há ascensões mais suaves e... mais longas, como a que liga Bucelas a Venda do Pinheiro, ou Alcainça à Abrunheira (Mafra) e uma que, por tradição, é o «ponte quente» desta jornada: Foz do Lizandro/Pobral.

A partir daqui, não existem mais dificuldades de relevo que justifiquem ressalva, pois o eixo final: Odrinhas-Terrugem-Pêro Pinheiro-Negrais-Sta- Eulália-Loures é pouco mais que ondulado.

De qualquer maneira, devido à tipologia do terreno, deverão estabelecer-se diversos pontos de neutralização para reagrupamento (se necessário). Nestes, pede-se a todos os participantes que aguardem pela chegada do último retardatário ou de decisão colectiva para voltar a iniciar a marcha.

Por outro lado, volta-se a colocar acento tónico nas medidas de precaução ao atravessar localidades. O bom desenrolar da «tirada» depende do respeito por estas «regras» simples.

Os pontos de neutralização são os seguintes:

Rotunda nova da Malveira (Vala do Valador)

Rotunda da Abrunheira (antes de descer para Mafra)

Estação de Serviço do Pobral (pouco depois da subida)

Sta Eulália (depois de Negrais)

terça-feira, fevereiro 02, 2010

Pontével: a crónica

Grande pelotão que se reuniu em andamento moderado à passagem pela variante de Vialonga! Quase quatro dezenas de ciclistas, motivando o espanto de quem esteve presente nalgumas das maiores concentrações do nosso grupo e há algum tempo andava afastado das lides domingueiras de Loures, como o caso do camarada Rocha. «Isto está mesmo a sério! A continuar assim, vai ser preciso contratar batedores...», desabafava ao contemplar a dimensão da coluna que voltou a contar com a presença de muitos elementos estreantes e outros menos habituais.
Atenção: não confundir com «forasteiros», cujo significado do termo é «que ou aquele que é de fora; exterior ou alheio»; e deve ser interpretado à letra e em contexto próprio.
Mas a admiração de quem também já assistiu a algumas das mais desenfreadas correrias do grupo, não demorou a subir de tom, quando o pelotão desatou a ritmo alucinante ainda se passava por Alverca, em resposta a um ataque inesperado do Freitas. As acelerações provocaram diversos cortes no pelotão, que devido à necessidade de fechar os espaços abertos e perante o elevado ritmo imposto no grupo da frente quase toda a gente passou por dificuldades. Não tenho memória de alguma vez se ter rolado tão depressa entre Alverca e Vila Franca – e a média demonstra-o: 43 km/h.
A passagem do empedrado não trouxe tranquilidade e na sequência da altas intensidades não surpreendeu que o pelotão se tivesse fraccionado. E os que conseguiram (re)integrá-lo com dificuldades à saída do pavé, tê-lo-ão perdido definitivamente até ao Carregado, ao rolar-se a 37 km/h.
Na liderança, o habitual Capela contou com um «concorrente», sem dúvida, capaz de o superar: o jovem sub-23 Fábio Silvestre, que há duas semanas se estreou entre nós, deixando desde logo vincada a sua chancela de extraordinário rolador/sprinter. Desta vez, estarreceu quem seguia no grupo que se seleccionou a caminho da Azambuja, passando largos períodos a «tirar» a velocidades a rodar os 50 km/h. Resultado: média de 42 km/h desde o Carregado.
Poucos ou nenhuns ousaram substitui-lo! E quanto o fizeram foi por breves instantes e com prejuízo do andamento. No grupo quase sempre estirado em fila indiana e reduzido a cerca de metade da sua dimensão original, cerravam-se fileiras para não se perder as rodas. E desejava-se que aquele andamento não perdurasse quando surgissem as primeiras irregularidades do relevo, entre Azambuja e Cruz do Campo.
Pura ilusão. O pequenos topos foram ultrapassados a alta intensidade e os mais justos tiveram de ceder. Neste sector: 39 km/h.
A toada acalmou, finalmente, a caminho de Pontével e Aveiras, agora que o terreno se tornava mais acidentado, permitindo que outros passassem pela frente, embora com desgaste controlado. Aproveitou-se para se alimentar e até para... dialogar.
Em Casais Penedos, o Duarte atacou e destacou-se perante a permissividade do pelotão. Esta, apesar de breve, foi interrompida pela arriscada entrada em Aveiras, que poderia ter causado dissabores. Relaxou-se bastante e o fugitivo ganhou importante vantagem até à Ota – onde aguardou pelo grupo. A média do pelotão nestes sectores rondou mais acessíveis 30 km/h.
Mas logo que se tomou a estrada nacional a caminho de Alenquer, o ritmo voltou a aumentar, agora sem o contributo do Fábio, protegido desde Pontével no seio do pelotão, e com o Capela e um ou dois seus conhecidos (de Alverca!?) a assumirem o controlo das operações. O Renato também passou pela frente.
Desde a Ota ao Carregado, a média parcial subiu para 39 km/h e daí a Vila Franca para 41,5 km/h, voltando amiúde as sensações desconfortáveis das altas intensidades, como sucedeu na primeira fase do percurso. Apesar disso, em Vila Franca o pelotão lançou-se em sprint vigoroso, com o Jony a fazer valer os seus créditos face ao jovem Fábio. Saiu-se do empedrado em pelotão compacto e na longa ligação a Sacavém a média estabilizou nos 36 km/h.
Na aproximação à subida para Apelação, na zona da S. João da Talha, o Freitas isolou-se. Surpreendeu muito bem o pelotão. Ainda teve uma breve parceria (terá sido mesmo!) do António, mas ficou rapidamente entregue a si próprio. Por alguns minutos, manteve muito bem a vantagem, mas a perseguição moveu-se. E não partiu do incontrolável Capela ou de outros, como este, quase sempre activos. Daquele, veio apenas a ordem de comando. E do Gil e do Carlos Gomes partiu a execução. Nesse momento, na iminência da subida, com a distância do fugitivo controlada a 200/300 metros, a sua aventura estava condenada.
Mal a estrada se inclinou, o André fez o óbvio: acelerou, deixando o pelotão para trás. Neste, levantaram-se vozes para ignorar o engodo. Ele rapidamente se juntou ao Freitas, mas passou... directo. Então, atrás, tomei a perseguição, surgindo pela primeira vez na frente em toda a jornada para cumprir o meu objectivo do dia: chegar à subida ainda com capacidade para impor o ritmo. Ouvi o Renato na minha roda dizer-me que me ajudaria. Não foi necessário. A perseguição foi breve, e mais uma vez sem surpresa: o André apercebeu-se da aproximação e aliviou os pedais, aguardando... por melhor ocasião. E esta chegaria, mais lá para o alto.
E agora, mesmo contra a vontade do já reduzido pelotão (talvez pretendendo que o André assumisse o andamento, imagine-se), continuei a meter o «meu» passo à frente. Fi-lo durante quase toda a subida, até aos metros finais da fase mais inclinada (saída da Apelação), quando, como se previa, o André voltou a atacar. Voltaram a disparar as indicações para não valorizar, mas a subida estava prestes a terminar e agora a intenção do «puto» era mesmo para ir até ao fim... Por isso, a perseguição teve de arrancar, deixando de fora os que vinham justos ao meu ritmo certo. Saltaram o Capela e um dos seus conterrâneos, o Duarte, o Carlos Gomes, o Carlos Cunha, o Fábio Silvestre. Eu perdi alguns metros até ao topo da serra de Frielas, com outro ciclista (dos conterrâneos do Capela), e os dois «fizemo-nos» à descida no encalço do grupo que depois de alcançar o André se lançou a toda a velocidade, dirigido pelo Capela.
Foi, nessa altura, na passagem pelo interior de Frielas, que se dá o acidente. Manobra mal sinalizada de uma automobilista atirou o Capela ao chão. Para quem, como eu, seguia ligeiramente atrás, a visão inicial, da bicicleta no solo sem... dono, fez temer o pior. À velocidade que se descia... ai! Mas o ciclista estava em pé! Felizmente! Naturalmente, combalido e com escoriações várias mas sem lesões ou ferimentos graves.
Mau final de «festa» que é alerta, uma vez mais, para o perigo que constitui atravessar localidades e outros locais de risco iminente a alta velocidade. Desafia-se a sorte, e estes acidentes relembram-nos que não devemos abusar dela. Mesmo no calor da luta, com a adrenalina aos saltos, deve-se preservar o discernimento de não arriscar... Que as consequências podem ser bem mais gravosas que estas.
Creio não estar errado se disser que não se perde uma perseguição, uma iniciativa de fuga ou uma roda «fundamental» ao moderar a velocidade numa zona potencialmente perigosa, para tentar prevenir qualquer imprevisto.
Lembrem-se: pode não parecer nalguns momentos em que a intensidade tolhe a razão, mas o trânsito não está interdito! Talvez, um dia, como dizia o espantado Rocha, quando as voltas não se fizerem sem batedores. Uma premonição!
Média final para 123 km: 35 km/h.