quinta-feira, outubro 29, 2009

Domingo: Marginal-Alcoitão

No próximo domingo, a volta é a de Marginal-Alcoitão, a que era para se realizar na semana passada, mas que teve de ser adiada devido à realização de uma prova de atletismo em Algés.
O percurso é bem conhecido e não oferece grandes dificuldades, mas sim um enquadramento paisagístico interessante. Poucas vezes percorremos a Marginal, que é sempre estimulante. A partir do Estoril, começa a subir-se, suavemente, até S. Pedro de Sintra, por Alcoitão e recta do Autódromo. Depois de descer para Sintra (passando pela via pedonal), segue-se para o Lourel-Pêro Pinheiro-Negrais-Sta- Eulália e Loures.

Os pontos de neutralização previstos são os seguintes:
1- rotunda de S. Pedro de Sintra
2- Sta. Eulália




quarta-feira, outubro 28, 2009

Crónica de A-dos-Arcos

A volta do último domingo aproximou-se razoavelmente do que deveriam ser em época de defeso. Digo razoável porque o andamento de cruzeiro foi quase sempre acima do recomendado – embora acessível para quem seguia protegido no aconchego do pelotão. O percurso foi plano em mais de primeira metade da distância, entre Loures, Azambuja e o Carregado, passando, a partir daí, a acidentado até Arruda e em subida suave para A-dos-Arcos, terminando em descida para Bucelas e depois para Loures.
Para quem não pretendeu meter ácido nos músculos foi uma jornada a calhar. Só se esforçou, acima desses limites, quem quis conduzir o pelotão acima dos 35 km/h pela lezíria ribatejana. Ou então, os que estavam mais limitados em subida, nomeadamente em A-dos-Arcos, que até foi realizada apenas em ritmo... médio alto – que só poderia deixar em dificuldades, como disse, os menos preparados.
Uma das excepções ao domingo de «folga» foi o Carlos Gomes, a quem pertenceu a esmagadora maioria das despesas à frente do pelotão e dos pouquíssimos que imprimiram um andamento acima do moderado. Tal sucedeu, amiúde, no regresso de Azambuja para o Carregado, quando se rolou acima dos 40 km/h, ainda e sempre com o forte contributo do camarada Gomes – que está a atravessar um momento de forma, arrisco dizê-lo, sem precedentes desde que participa nas voltas com o grupo.
De qualquer modo, não houve tentativas de fuga, ataques ou outras iniciativas fracturantes, rolando-se sempre em pelotão compacto em andamento que, reforço, esteve quase sempre ao alcance de todos os níveis e capacidades dos participantes. De resto, à entrada para o sector teoricamente mais selectivo (a partir do Carregado para Arruda, e depois para A-dos-Arcos), o grupo dividiu-se devido a um contratempo na neutralização. Aí resultou que um pequeno pelotão tivesse seguido para Arruda, bem à frente de um grupo que me incluía, tal como o Freitas, o Steven, ZT, o seu pai.
E que, por terem saído mais cedo da neutralização do Carregado, tanto o Salvador como o Pintainho seguiram isolados do próprio minipelotão, subindo destacados a A-dos-Arcos. De resto, após o reagrupamento entre os retardatários (onde eu estava) e o minipelotão já depois da recta da Fresca, também estes abordaram a subida dos Arcos com enorme tranquilidade. E só, à medida em que se ascendia, é o andamento foi aumentando, tornando-se apenas acessível a um pequeno grupo. O ritmo, paulatino, foi de responsabilidade partilhada entre o Freitas e o Jony, que «o» levaram até aos derradeiros metros da subida, com quase inexistentes e de todo inconsequentes acelerações. À passagem por A-dos-Arcos, o grupo da frente ainda alcançou o Salvador e o Pintainho.
Mais intensa acabou por ser, para alguns, a descida para Bucelas, «espicaçada» no início por alguns sprints em força «de reinação» entre mim e o Jony. Tais, tiveram o condão de despoletar a ira do Carlos Gomes, que, às tantas, se cansou dos repelões e passou ele a impor o andamento... decidido. Levou na sua roda o Gil, o João Lopes (ex-Gesink...) e o «Bianchi Pantani-98» (ex-camisola azul!), cada vez mais já dois «habitués» aos domingos.
O Jony saltou com facilidade para grupo, que passou a quinteto, e logo que o Gomes começou a vacilar, passou ele para a frente, e a manter (e a aumentar mesmo) o andamento. Eu, descarregado dos sprints recentes, fiquei cortado, e com os homens fortes do grupo da dianteira tão empenhados limitei-me a juntar, para o meu, os que entretanto iam «caindo» da frente. O Lopes, primeiro, depois o Gil, que ainda colaborou na perseguição... sem sucesso. Contentámo-nos em não perder terreno até Bucelas.
Estas foram os únicos ritmos na volta que ultrapassaram os limites do recomendável para o «defeso». Defeso que, aliás, nunca houve no nosso grupo! Inverno sempre foi para... continuar a carregar!
No próximo domingo, entra Novembro: a volta é a de Marginal-Alcoitão. Mais informações em breve.

sexta-feira, outubro 23, 2009

ATENÇÃO: ALTERAÇÃO À VOLTA DE DOMINGO

Em virtude da realização, no próximo domingo, da Corrida do Tejo, ente Algés e a Praia da Torre, o trânsito na Marginal vai estar cortado... a tudo o que não seja malta de calção curtinho, camisola de alças e ténis. Deste modo, a volta que estava programada foi alterada, realizando-se então na próxima semana.
Por troca directa, a que se irá fazer é a de A-dos-Arcos, cujo percurso e altimetria estão em gráficos abaixo.
Fica a informação e o agradecimento aos camaradas Gil e Luís Novo pelo alerta.
Ponto de neutralização na volta de domingo: alto de A-dos-Arcos (cruzamento com a estrada do Sobral)
Na Azambuja, dá-se a volta na 1ª rotunda (junto à praça de touros/bombas Galp), com regresso pelo trajecto inverso, até ao Carregado.

segunda-feira, outubro 19, 2009

Contra-relógio por equipas: Livramento-Óbidos-Livramento

A «Concentração Ciclista Livramento-Óbidos-Livramento» de 2009, organizada pelo camarada Paulo Pais – melhor, a cada ano que passa... – realizou-se em inédito sistema de contra-relógio por equipas, na distância de 102,3 km. O evento contou com cerca de quatro dezenas de participantes, divididos por seis formações, com as mais rápidas a aproximarem-se bastante da média de 40 km/h – o que diz bem do nível e competitividade dos desempenhos.
O grupo Pina Bike foi representado por sete elementos – Pina, Zé-Tó, Salvador, Zé Henrique, Pedro, Ricardo, Freitas – que cumpriram o percurso (tempo do terceiro elemento) em 2h49m38s, à média de 36,3 km/h, o quarto melhor registo. Mais importante que o resultado foi a invulgar experiência, a tão «altas rotações», e o salutar companheirismo.
Na manhã surpreendentemente fresca de domingo no Livramento, a nossa equipa foi a quarta a arrancar para a estrada e desde os primeiros quilómetros procurou-se andamento que permitisse esbater ao máximo as diferenças de capacidade que inegavelmente existiam no septeto. No entanto, mesmo com especial contenção, cedo o Zé Henrique revelou dificuldades em seguir os restantes – acabando, por opção própria, continuar no seu ritmo.
Estava-se, então, a menos de meio caminho de Óbidos, com o grupo a empenhar-se na ascensão para Outeiro da Cabeça. Íamos bem, com dinâmica e coordenação. Na longa descida para o Bombarral alcançámos a equipa de Salvaterra (com quatro ciclistas de «competição», entre eles, Vítor Faria, Henrique Janota, João Portela e Márcio Correia), que mantinham andamento longe das exigências de um contra-relógio... mesmo este, a «brincar». Daí a dobragem. Quando passámos, juntaram-se mas mantiveram a retaguarda, respeitando as «regras».
Entre o Bombarral e Óbidos, eis que chega, de trás, a equipa do Tutti-Fruti (tanta fruta...), formada, como se percebe, por miscelânea de elementos oriundos de várias proveniências, e que compunham um colectivo muito forte, com ambições. A saber: Runa, André, Carlos Gomes (que traição imperdoável!), Filipe Arraiolos e Hugo Maçã. Fora a última equipa a arrancar, seis minutos depois da nossa e logo ali demonstravam estar a efectuar um primeiro sector muito rápido, a roçar a média de 40 km/h! Pelo caminho, já tinham varrido a equipa Motorreis, angariando alguns elementos para o trabalho. E trabalharam bem! Foi uma ajuda que não e pode desvalorizar.
Pouco depois, alcançávamos os Ciclomoina. Tinham sido os primeiros a arrancar do Livramento. O seu andamento era claramente abaixo da média, mas a sua simpatia, camaradagem e união muito, muito acima. Inquebráveis!

Regresso
Na inversão de marcha, em Óbidos, aglomeravam-se três conjuntos. Se o Salvaterra tinha deixado a nós a tarefa de liderança quando foi alcançado, agora fazíamos (nós e eles) o mesmo em relação aos Tutti-Fruti – que estavam a jogar claramente para o melhor tempo. Mal sabiam eles quanto...
Neste ponto, a média da nossa equipa fixava-se em 37 km/h, correspondente ao tempo de 1h23m. Desde logo bem melhor que as melhores perspectivas, considerando o objectivo estabelecido à partida: terminar abaixo das 3h00.
Nos primeiros quilómetros da ligação de regresso, os Tutti-Fruti assumiam o comando do pelotão, com a maioria dos seus elementos, e ainda com a preciosa «aliança» do Motorreis. Continuaram a trabalhar, não se intimidando com o elevado número de respeitosas «boleias» que transportavam nas suas rodas.
O segundo sector foi, deste modo, tudo menos um contra-relógio para quatro equipas, mas uma amálgama que, como se antevia, não poderia deixar, até final, imaculada a tarefa dos Tutti-Fruti. Por várias ocasiões, a partir do Bombarral houve interferências alheias (mais que tentativas de desestabilização), entre as quais, a mais significativa foi a fuga de Vítor Faria antes do Outeiro da Cabeça, que se manteve durante alguns quilómetros a cerca de 200/300 metros de distância do pelotão. Creio que sempre controlado.
Começava, como se previa, a desenhar-se um figurino de corrida. Os Tutti-Fruti continuaram empenhados na sua causa e reconheçamos-lhes muito mérito. Mesmo com o acumular da distância e consequente fadiga de alguns dos seus elementos, nunca deixaram a que o andamento baixasse, embora insuficiente para ambicionar a média horária da primeira metade do percurso e, por muito poucos segundos, o melhor registo final.
Apesar de beneficiar do auxílio do Motorreis e, de a partir de Torres, do empertigamento do pelotão em jeito de corrida, a verdade que André, Carlos Gomes, Runa e companhia andaram muito bem.
Importa, ainda, ressalvar em abono do mérito dos Tutti que, entre Bombarral e Torres, o trabalho lhes esteve exclusivamente entregue, sem ajuda (no pelotão sobrava gente com capacidade para tal...) que melhoraria sem dúvida o seu registo final. E nessa altura nem os Motorreis lhes valiam, entrados na reserva.
Refira-se que, à frente e a andar muitíssimo bem sem qualquer interferência de terceiros, estava a equipa TGV do Oeste. Farto elenco de luxo, com nove «poderosos»: Jony, Duarte, Mário Fernandes, Marco Almeida, João Rodrigues, Xico Aniceto, Vasa, Rocha e Manso «Cancellara». Foram com naturalidade os mais rápidos. Por escassa margem, mas com toda a justiça, nem que seja pelo simples facto de terem trabalhado sempre a «a solo».

«Ajuda» final
Regressando ao pelotão, à passagem por Torres, com Vítor Faria já reintegrado, finalmente os Frutti contaram com ajuda importante: da Pina Bike. Nem mais, e não é puxar a brasa à nossa sardinha... Nos topos da variante nova, tanto eu como o Freitas, passámos pela frente, ajudando, principalmente, o André, que se assumia como o elemento mais activo daquela equipa – ou o que acusava menos o cansaço.
Na subida para Catefica, partilhámos o esforço... forçando ao ponto de fraccionar o grupo. Infelizmente, com más consequências! Entre os Pinas, necessitava-se que, além de mim e do Freitas, pelo menos um terceiro elemento (para fechar o tempo de grupo) conseguisse resistir entre os homens da frente. O Pedro parecia reunir boas condições, mas acabou literalmente por «rebentar», chegando ao Livramento em claras dificuldades, e com atraso. Os restantes (ZT, Salvador e Pina) também perderam o comboio à saída de Torres.
Por este desfecho adverso, assumo a minha responsabilidade no contributo que dei para aumentar o andamento, tornando-o impossível para os nossos. FIZ MAL, com prejuízo da nossa equipa, e aos meus companheiros apresento sinceras DESCULPAS!
Após Catefica, a intensidade não baixou mais. Com a minha participação, reforço. Manteve-se na descida do Carvalhal e nos topos do Turcifal, onde voltei a carregar nos pedais à frente do grupo.
No final do primeiro, contudo, fiquei surpreendido ao sentir as pernas vacilarem – pois vinha a sentir-me bem. Hesitei, mas acabei por melhorar... rapidamente. Ajudou-me o facto de, ao contrário do que esperava, o pequeno grupo que sobrava necessitar de respirar. De tal modo, que me permitiu defender-me no segundo topo das acelerações do Salvaterra, até aí sem consequências. Porém...
O golpe decisivo sucedeu logo a seguir à Freixofeira. Há um primeiro ataque do Márcio Correia, a que respondi, levando o grupo na roda. Fechei o espaço e passei a impor o andamento, até que, pouco depois, o Vítor Faria acelerou, sem que ninguém fosse capaz de lhe agarrar a roda. O Freitas ainda tentou... mas sem êxito. Curioso que, nesse preciso momento e ainda com 2/3 km e o «muro» do Livramento para transpor, o recém fugitivo (Faria) celebrou imediatamente, como se soubesse que não perderia a vantagem até final. Ou estaria a zombar. A coisa parecia terminada, mas eu estava disposto a dar-lhe luta.
Cerrei os dentes e passei à perseguição, ficando em posição intermédia. No entanto, apercebi-me rapidamente que, sozinho, era tarefa impossível!
O grupo, entretanto, juntava esforços e partia ao nosso encalço, absorvendo-me à entrada do Livramento, pouco antes da derradeira subida. Nessa altura, há outro elemento do Salvaterra, João Portela, que acelera deixando todos para trás, ao ponto de se juntar ao seu companheiro antes da meta, no Livramento.
Logo a seguir, o André, o Runa e o Hugo Maçã e eu chegávamos à frente dos demais. Os Tutti-Frutti fechavam desde logo com excelente tempo: 1h40m39s (38,3 km/h). Mas ainda não sabiam que tinham ficado a escassos 18 segundos dos TGV do Oeste – uma ninharia após mais de 100 km de pedal.
Apesar de (eu) ter realizado 2h45 (regresso em 1h21, a 37,4 km/h), o nosso terceiro homem (entre o trio ZT, Salvador e Pina) demorou mais de 4 minutos. Logo, os Salvaterra, que tinham perdido três minutos no Bombarral, acabaram por dar a volta nos últimos quilómetros e ficar em vantagem - que talvez não tivesse chegado para nos superar se eu indirectamente não (os) tivesse ajudado a... cavar.
Conforta-me, todavia, tenha sido superior a satisfação, unânime, no nosso grupo, por tão empolgante desempenho, a velocidades pouco domingueiras, partilha e total entrega ao esforço – que foram extraordinários no trajecto de ida para Óbidos. Quando demonstrámos ser EQUIPA!

P.S. Recomendo «ver» o contra-relógio do TGV do Oeste pelos «olhos» do camarada Vasa, no seu blog. Com especial dedicatória aos Pinas!

Classificação (102,3 km):
1º TGV do Oeste: 2h40m21s
2º Tuti-Frutti: 2h40m38s (+18s)
3º Salvaterra: 2h47m06s (+6m45s)
4º Pina Bike: 2h49m38s (+9m17s)
5º Motorreis: 3h06m13s (+25m52s)
6º Ciclomoinas: 3h12m12s (+31m51s)
Média do vencedor: 38,3 km/h

quinta-feira, outubro 08, 2009

Crónica da Ota e o que aí vem

Como diz o ditado: «O que nasce torto, tarde ou nunca se endireita». Aplica-se bem ao desenrolar da volta do passado domingo, para a Ota, em versão alargada (123 km). Não que o adjectivo (torto) assuma, neste contexto, sentido negativo, pelo contrário, mas porque traduz o cariz que cedo se impôs à tirada e que a marcou até ao seu termo. Que foi, sem dúvida: a velocidade, as movimentações, os ataques... as fugas!
Começou a desenhar-se logo, em Unhos, com menos de 10 km percorridos, quando os primeiros «homens fortes» se começaram a mexer. Logo eles! Numa iniciativa madrugadora e inesperada, o Freitas destacou-se do pelotão a caminho de Sacavém, em fase de descida, vindo a juntar-se a alguns elementos que seguiam com ligeiro avanço (consentido). Todavia, a falta de interesse destes em dar corpo à fuga condenou-a rapidamente ao fracasso. Nessa curta (e facilitada) perseguição contribuíram o Jony e o João Rodrigues, levando o pelotão a rolar novamente compacto à passagem por Sacavém.
Estava descoberto o mote para o início da tirada: atacar! E foi o que não parou de suceder nos quilómetros que se seguiram, na EN10, onde acelerações e tentativas de «corte» de diversos elementos se sucederam, a um ritmo que chegou ao frenesim, ainda que sempre sem grande duração pela eficaz resposta do grande grupo. Neste trabalho (de condução do pelotão) destacou-se mais o João Rodrigues e o Paulo Pais. Entre os atacantes, foi o Jony, o Duarte e o Carlos Gomes que se mostraram mais empertigados. Os «duros» estavam incontroláveis, portanto.
Esta toada manteve-se, a espaços com bem-vinda acalmia, Entre Sacavém e Alverca a média foi de 37 km/h, baixando até Vila Franca (33 km/h), onde no empedrado esperam-se as tentativas de selecção do costume. Curiosamente não apareceram! Estranhou-se, ou nem tanto, pois havia motivos indisfarçáveis: a intensa actividade que até aí se desenrolara já moía, não só o corpo mas também as consciências... sobre o muito que ainda faltava percorrer. O pelotão estava a precisar de «respirar» e rolou mais tranquilamente até ao Carregado (32 km/h).
Até que, após esta passagem, surgiu o golpe decisivo do dia: o Carlos Gomes e o do Barro adiantam-se ligeiramente dentro da localidade, onde o pelotão contemporizava devido ao trânsito. Nesse breve desagregamento, também logrei destacar-me, colando à roda do duo, que à saída para Alenquer se apercebeu da oportunidade e... carregou a fundo, ainda perante a passividade do grosso da coluna.
Ao constatar que a distância aumentava com facilidade – aparentemente sem resposta – dei o toque a rebate no trio, e principalmente o Carlos Gomes correspondeu a preceito. A partir daí, metemos andamento de morte, sem restrições ou poupanças, cavando mais o fosso para o pelotão, de onde tinham escapado o Jony e o Duarte – também sem oposição! Nos primeiros metros da variante Alenquer, juntavam-se a nós – que, entretanto, tínhamos aumentado em número com a adição de alguns elementos que rolavam destacados (Capitão, Evaristo, Marco [regresso saudado], entre outros que não conseguiram «agarrar-se» ao comboio).
Ainda temi que, com a iniciativa do Jony e do Duarte, o pelotão viesse a reagir fortemente e assim colocar em risco o sucesso da fuga. Mas tal não sucedeu. Após o topo de Alenquer, a vantagem já era confortável, levando-me à convicção que dificilmente seríamos apanhados até ao Vale do Brejo (onde estava prevista a tradicional neutralização).
Rolou-se a toda a velocidade, merecendo destaque o empenho de todos – inclusive os que «apenas» se esforçaram por se manter no grupo! No trabalho mais árduo, comigo sobressaíram principalmente o Carlos Gomes (como nunca o tinha visto!!) e o Jony, este último com especial contributo na fase final, na subida do Vale do Brejo, em que se revezou comigo, aliando a enorme capacidade física ao sentido colectivo. Mas também o Duarte, o Capitão e o Evaristo colaboraram.
No alto do Brejo, contabilizávamos 41 km/h de média desde o Carregado! E na subida, andamento a roçar os 30 km/h, a apenas escassos 5/10 segundos do melhor registo: 4m05s (10/01/2008). Na altura, não precedido de tão grande desgaste.
Naquele local, quase mítico nas nossas voltas, entre o grupo da frente a nota de maior realce vai para a presença do Capitão – que se agarrou muito bem até ao final. Mas estavam lá quase todos: o Jony (que «mandou» na subida), Duarte, Carlos Gomes... e ainda o Pina e o Salvador que tinham entrado no «comboio» já em plena Ota - fresquinhos, portanto! O Evaristo e os restantes (e também os do grupo do Pina) chegaram algum tempo depois. Era, pois, «tempo» de aguardar pelo pelotão!
Mas não. Contrariamente a mim, a malta preferiu continuar... embora devagar. Fiquei a aguardar, e estranhei o atraso: 5, 10, quase 15 minutos... e eis que chegam, finalmente! Tinham uma forte justificação para a demora: furo do Paulo Pais.
Juntei-me ao grupo, de cerca de 10 unidades, que rolou muito bem no regresso, realizando os seguintes parciais: Vale do Brejo-Carregado: 36,5 km/h; Vila Franca: 38 km/h; Alverca: 34 km/h; Vialonga: 34 km/h.
Os «adiantados» vieram a «fumar charuto», e só assim foi possível, entre Alverca e Vialonga, terem sido alcançados. A sua vantagem era, como referi, de quase 15 minutos no Vale do Brejo!
Assim, por ter alinhado com as duas facções, acabei por andar sempre depressa, averbando 34,6 km/h de média aos 118 km (em Vialonga). Certamente chegaria aos 35 «redondos» se tivesse continuado com o grupo até Loures, pois agora em «mistura» entre os perseguidores, os que restavam dos fugitivos do Carregado e os que saíram adiantados ao quilómetro «abaixo de zero» (o grupo do Pina, Salvador), a acrescentar à controversa não-espera em Vale do Brejo, não se vislumbravam motivos para sã convivência...

Domingo: Torres-Espinheira
No próximo domingo, realiza-se a derradeira volta mais exigente da temporada. Na teoria, claro! O traçado (ver descrição abaixo) é um interessante rompe-pernas sem verdadeiras subidas capazes de fazer sobressair os trepadores. De qualquer modo, o relevo acidentado e a distância considerável elevam-na a um nível de dificuldade superior, por exemplo, aos das rondas das duas semanas transactas - ambas acima dos 100 km e disputadas a velocidade média a rondar os 35 km/h!
Recomendam-se neutralizações (se necessário) nos seguintes locais:
-Sobral (rotunda da praça de touros)
-Torres Vedras (rotunda da A8, antes de seguir para Sarge)
-Alenquer (rotunda de baixo)



Contra-relógio Paulo Pais, dia 18
No próximo dia 18 (domingo), o camarada Paulo Pais vai organizar a 3ª edição da «sua» concentração ciclista, este ano em formato diferente: será realizado em contra-relógio, por equipas, entre o Livramento-Óbidos e regresso ao Livramento, sem a tradicional paragem a meio do percurso (Óbidos).
As formações deverão ser constituídas entre três e dez elementos, sendo que, para se classificarem, terão de se apresentar no final com o mínimo de três ciclistas.
A concentração está marcada para as 8h00, na localidade do Livramento (junto ao campo de jogos/polidesportivo), onde estarão instaladas, tanto a partida como a chegada.
Recomenda-se, assim, a todos os interessados em participar que se «organizem». As inscrições (3 euros, com direito a camisola alusiva ao evento) deverão ser realizadas no local, antes do início da tirada. A esta seguir-se-á, como sempre, almoço-convívio.

sábado, outubro 03, 2009

Volta do feriado

Na próxima segunda-feira, feriado (dia 5), a volta é a seguinte:
Loures-Tojal-Bucelas-Forte de Alqueidão-Sobral-Freiria-Aldeia Gavinha (p/Alenquer)-Alenquer-Carregado-Vila Franca-Alverca-Vialonga-Tojal-Loures.


quinta-feira, outubro 01, 2009

Infantado: a crónica... possível

Desengane-se a pretensa maioria de opiniões que julgava, ou defendia, ter nos percursos planos mais facilidades – ou então, menos dificuldades que nos trajectos mais montanhosos. A alteração ao mapa de voltas neste último trimestre do ano foi ao encontro de algum descontentamento com as agruras das subidas exigentes nas tiradas dos últimos tempos. Cabia-lhe certa razão, logo mudou-se o figurino das voltas, com a antecipação da topografia típica da época de defeso.
Contudo, a experiência já permitia antever efeitos contrários – ou algo muito parecido. Quanto mais «rolante» é o traçado, maior é a intensidade que se emprega, e durante mais tempo que as próprias voltas com subidas. Ou seja, acabam-se os calvários das ascensões penosamente sofridas, impõem-se os tormentos de longos minutos a alta velocidade planície afora. A volta do Infantado, no domingo transacto, demonstrou-o.
Durante a minha (encurtada) permanência na referida volta, percorrida em sentido inverso ao original (pelo Porto Alto-Campo de Tiro de Alcochete-Infantado), ficou bem patente a «fome» de planura que grassava no nosso pelotão. Os roladores, tão ávidos de engrenar o ferro todo, atiraram-se com voracidade ao asfalto, devorando-o praticamente desde os primeiros quilómetros. De tal maneira, que, à saída do Porto Alto (na primeira passagem) já se contabilizava média horária superior a 35 km/h – precisamente a que se verificou no final dos 115 km, em Loures. Se não foi recorde, andou lá perto!
Pode alegar-se que em grupo que se diz de tão bom nível, aquela média num percurso em que a ponte de Vila Franca ou a recta da Sagres são os principais obstáculos do relevo, não é excepcional proeza. Ou que é marca que não representa dificuldades extraordinárias quando tantos e tão bons músculos carregam a fundo nos pedais. Todavia, se por algum motivo alguém ou um pequeno grupo perde o «comboio», o cenário muda radicalmente. É o cabo dos trabalhos. E posso dizê-lo por experiência própria, em apenas um terço da volta!
De Loures a Alverca, aqueceu-se os motores, de facto, em linha com o que é habitual nos percursos que se iniciam por esta ligação. Ainda assim, a média de 30 km/h à passagem pela «minha terra» revela não ter sido um começo descansado, mas o progressivo acelerar da locomotiva, ansiosa por entrar em velocidade de cruzeiro elevada.
Após Alverca, não demorou nada a que a composição se estendesse pela estrada, desde logo colocando de sobreaviso os que seguiam mais à retaguarda. Houve mesmo quem que não evitasse ficar cortado após o semáforo (vermelho) do Sobralinho, obrigando a trabalhos redobrados para alcançar o pelotão principal. Participei voluntariamente nesse esforço, ajudando ao reagrupamento, já que entraria de folga muito mais cedo. Entre Alverca e Vila Franca, a média (no sector) subia para 35 km/h. Ou seja, a esta velocidade, à parte de pequenos contratempos externos, toda a gente se manteve reunida e sem esforço especial.
O pior foi quando se deparou a famigerada travessia do empedrado, onde, invariavelmente, se aproveita para desferir golpes que possam causar cissões importantes no pelotão. Dão-se, com naturalidade, em consequência de abordagens distintas às características do piso, e à sua selectividade quando é bem «atacado». Há sempre os mais prudentes e os que aproveitam para tentar «cavar» diferenças precisamente por ser um dos escassos pontos nestas voltas em que é possível fazê-lo... sem empenhar grande esforço!
Neste caso, fez o grupo partir-se em três, com o factor agravante de o mais numeroso e que reunia elementos mais fortes neste terreno ter sido o... dianteiro. Nele pontificavam figuras como o Jony, Freitas, André, Carlos Gomes, Capitão, Salvador, Evaristo, Nuno Garcia, Filipe. Em posição intermédia, ficava(m) apenas eu, Duarte, Runa, Steven e o «Gesink» (nome fictício em alusão à sua estatura elevada). Ainda mais para trás, um aglomerado menos numeroso, que incluía, entre outros, o Carlos do Barro e o Gil.
Quem facilitou no empedrado foi... punido! Eu, por culpa própria, como em muitas ocasiões. Outros, como o Duarte e o Runa, creio que por motivo idêntico e também algum cansaço causado por competições na véspera.
A história é simples, mas intensa! Começa a desenhar-se ainda no empedrado e ganha formas definitivas quando, à saída destes, se avista o pelotão principal na segunda viragem à direita para ponte. Ia já a grande velocidade. A partir daí, ainda procurei encurtar a distância, acelerando sobre a ponte, sentindo-me acompanhado. Calculei quem seria.
A meio da travessia alcançámos o Steven, entretanto «descaído» do grupo da frente, mas à entrada da recta do Cabo, a nossa desvantagem para este era significativa: cerca de 200 metros. Afigura-se muito difícil de anular, se à frente não se aliviassem os pedais... Sem surpresas, foi o sucedeu.
A partir daí, adivinha-se: começou a corrida de gato e rato, com desfecho previsível: o rato, com o seu maior tamanho e força, esmagaria sempre o gato, franzino e durante muito tempo pouco solidário consigo próprio. Refiro-me à fundamental entreajuda, que só se iniciou praticamente a meio da recta! Não é uma queixa, porque assumi as despesas desde o começo sem solicitar ajuda e procurando empenhar-me ao máximo das minhas capacidades. Mas a perseguição só poderia ter hipóteses de se concretizar (embora remotas nas condições que descrevi) em profícua colaboração no quinteto (e que houve no grupo da frente, mesmo com uma elite de «poderosos» em maioria).
Assim, a distância entre grupos foi aumentando progressivamente até ao Porto Alto – mas de forma menos acentuada que o seria expectável e sem o mínimo sintoma de abandono da perseguição. Mais: como disse, a partir de certo ponto da longa recta, iniciou-se a cooperação (exceptuando do Runa...) e o esforço tornou-se mais brando e o desempenho mais eficaz.
De qualquer modo, a junção só foi possível devido à desaceleração significativa do pelotão, a partir do Porto Alto. A rolar a 45-50 km/h, em cerca de 1 km «fechámos» 300-400 metros de desvantagem. Vila Franca (final do empedrado)-Porto Alto: média de 40 km/h. Acumulada: os tais 35 km/h.
Quando voltei para trás (não sem antes cumprimentar os parceiros de grupo que comigo se tinham empenhado fortemente), iniciei desde logo a fase de descompressão de uma volta-treino que acabou por incluir uma «série» mais intensa e longa que o previsto. Pouco depois, cruzei-me o grupo que seguia ainda mais recuado, naquela altura a algumas centenas de metros do pelotão, mas que certamente o alcançou rapidamente com este em compasso de espera. O Carlos do Barro vinha à cabeça, secundado, entre outros, pelo Gil – que também foi apanhado desprevenido sobre o «pavé» de Vila Franca.
O que «perdi», segundo rezam as crónicas, foi um complemento animado, a espaços igualmente intenso como a primeira parte do percurso e até com várias picardias que, neste tipo de terreno, não trazem grandes benefícios individuais ou prejuízos colectivos. Sempre abrem mais o caixote!
Em suma, ficou mais uma vez reforçada a toada impetuosa destas jornadas planas, demonstrando que, a 20 km/h, em subida muitos «ficam»; mas a 40 km/h, a rolar, quase todos «vão»...
Para a semana, mantém-se o cenário da planície ribatejana, com a tradicional volta da Ota, acrescida de uma passagem por Sacavém (por Frielas-Unhos) no início. Ver percurso detalhado em baixo.
Nota: por escassos minutos não nos juntávamos aos Duros do Pedal, que tiveram a gentileza de interromper, por instantes, a sua cavalgada do Algueirão ao Cartaxo para nos cumprimentar à passagem por Loures. Pelos vistos, quem fez de «cicerone» foi o camarada Carlos Gomes, com quem a reputação do nosso grupo está (e estará) bem defendida. Quanto aos Duros, o encontro aguardado ficará para futura ocasião, quiçá já na próxima segunda-feira, durante o Cascais-Fátima.