segunda-feira, agosto 31, 2009

Clássica da Serra da Estrela, no próximo domingo

Antes da crónica sobre tudo o que sucedeu, ontem, na terríveis rampas da Serra de S. Julião, adiantam-se desde já as informações principais sobre a Clássica da Serra da Estrela, do PRÓXIMO DOMINGO (dia 6).
O percurso eleito é o tradicional, com partida do Fundão e subida à Torre pela Covilhã – a vertente mítica até ao ponto mais alto de Portugal Continental. O trajecto terá aproximadamente 86 km (incluindo regresso ao Fundão) e no seu início estende-se por mais 14 km - divididos em dois troços de 7 km, com ida e volta pelo menos trajecto - antes da abordagem à subida, como sempre a partir do cruzamento da EN18, à entrada da Covilhã. O objectivo deste prolongamento... inicial é rolar mais alguns minutos (cerca de 30) antes se entrar definitivamente em esforço de montanha, a partir do referido. Como se sabe, até à Praça do Município, no centro da Covilhã – onde se incia, de facto, a subida à Torre – já se contabilizam cerca de 3,5 km de subida «à séria» (com inclinações médias a rondar os 7%) , a contar do ponto mais baixo da cidade (nó da EN18).
Assim, a extensão do percurso consiste em continuar durante mais 7 km na EN18 – a estrada que «levamos» do Fundão à Covilhã – a partir do nó em que habitualmente saímos para a cidade, até ao cruzamento com a EN18-3. São 7 km certos! Nesse local (topo de uma subida de 2,7 km com inclinação suave, tipo Sobral), dá-se meia volta de regresso a Covilhã, precisamente pelo mesmo caminho.
A subida à Torre tem 21 km, a que devem juntar os «tais» 3,5 km desde a entrada na Covilhã. Grosso modo, conte-se com 25 km à exigente média de 7%: uma contagem de montagem de categoria... especialíssima, não há dúvidas!!
A PARTIDA DO FUNDÃO – junto ao Hotel Alambique, na zona industrial da cidade – SERÁ ÀS 8h30!
O final da tirada será no mesmo local.
Durante esta semana serão adiantados mais pormenores sobre esta Clássica.


quarta-feira, agosto 26, 2009

Domingo: Serra de S. Julião!


A volta do próximo domingo tem como principal aliciante a subida ao alto da Serra de S. Julião, no Parque Eólico da Carvoeira, local que nos dois últimos anos foi final de etapa do G.P. Joaquim Agostinho.
Trata-se de uma subida curta (2,2 km) mas exigente , com 7% de inclinação média e passagens bastante íngremes, entre os 10 e os 15%. De qualquer modo, não é um «muro» intransponível e nem sequer se aproxima da dificuldade, por exemplo, da temível Capelã - que para a mesma distância impõe uma média de 10%!! E ao contrário desta, a subida de S. Julião tem descansos, embora quando empina, empina bem!
Todavia, mais relevante que as características da própria subida, é ser passagem inédita nas nossas voltas: ou seja, para a maioria será baptismo, mesmo se de... fogo!
Por outro lado, o envolvimento paisagístico, que é belo, também contribui para que a jornada do próximo fim-de-semana, sete dias antes da Clássica da Serra da Estrela, seja quase imperdível.
Resta referir que o trajecto antes e depois da subida não é propriamente acessível, logo recomenda-se moderação, principalmente (e como tem vindo a ser instituído...) nos quilómetros iniciais: neste caso, entre Loures e o Vale de S. Gião.
Depois deste primeiro sector, a subida do Milharado/Sapataria (a partir de Póvoa da Galega) e mais tarde, a subida de Ribaldeira e Caixaria, depois de Dois Portos, são outros obstáculos que irão fazer gastar energias.
Finalmente, a ligação entre Runa (cruzamento EN9, em Espera) e Curvel, onde se inicia a subida ao Parque Eólico, é quase sempre em subida suave e progressiva (6 km), habitualmente muito exposta ao vento, com passagem pela Carvoeira. Quanto mais for intenso o andamento (e o vento...) desde o cruzamento de Espera (onde está prevista uma «espera»... para reagrupamento), a grau de dificuldade da ascensão a S. Julião aumentará na mesma proporção!
ATENÇÃO: O ACESSO À SUBIDA AO FAZ-SE POR CRUZAMENTO À SAÍDA DE CURVEL, VIRANDO À ESQUERDA PARA S.JULIÃO/EREIRA. A SUBIDA INICIA-SE NOS PRÓXIMOS 100/200 METROS.
O regresso faz-se pela Merceana, Sobral, Alqueidão e Bucelas: ou seja, terá pouco de... higiénico.

Sugerem-se as seguintes neutralizações para reagrupamento, se necessário.
1- Rotunda de Vale de S. Gião
2- Rotunda de Pêro Negro
3- Cruzamento EN9 Torres/Merceana (em Espera), pouco depois de Runa
4- Alto da Serra de S. Julião (Parque Eólico)
5- Sobral (rotunda da Praça de Touros)
6- Bucelas

terça-feira, agosto 25, 2009

Crónica de Montejunto: a importância da informação

Desta vez, o cronista é outro... O camarada Zé-Tó (o ZT...) que se disponibilizou, a meu pedido, para contar as incidências da exigente volta do último domingo, para Montejunto, vertente de Pragança. Que a seguir se transcrevem:

«Mais uma vez este blog confirma a sua utilidade ao ter transmitido a alteração do horário de partida da Clássica deste domingo. Infelizmente a informação não «circulou» e gerou o desencontro que ditou o desenrolar das saborosas 5h10 de selim para os 138 km (ao invés dos 120 km anunciados).
Assim, às 8h12 do meu relógio e após a impossibilidade de conter os presentes (até porque não sabíamos se chegaria mais alguém...) lá nos fizemos ao caminho. À passagem na rotunda do Infantado surgiu o Freitas, a sair da A8, de carro e com cara de poucos amigos. Também ele mal informado... atrasado!
A caminho de Bucelas tentei conter o andamento e provocámos corte propositado para o André, Renato de Bucelas (BTT) entre outros... Mas a caminho do Sobral, embora divididos e em andamento de pura contenção, nunca mais foi possível fazer o reagrupamento! Ainda parámos à saída do Sobral, mas a conta-gotas retomámos caminho. Percebi mais tarde que o Salvador e o Samuel haviam ficado no local.
Foi desta forma confusa que se foi fazendo o acesso a Montejunto. Vimos o André, o Renato e o Mário Fernandes à espera no cruzamento de acesso a Montejunto por V.V. dos Francos, mas que por andarem tanto tempo isolados também não nos acompanharam. Continuámos (eu, Duarte, Steven, Alex SuperSix, Alex KTM, Filipe, Carlos Barro e o brasileiro Welder) vagarosamente, mas eis que surge mais um percalço: quando conduzia o grupo para Pêro Moniz, levei à risca, o que dizia no blog e virámos à esquerda.
Na subida por Pragança, após as primeiras rampas o Duarte adiantou-se. O Carlos do Barro seguiu-o alguns metros atrás, quase os mesmos que eu deixei para ele. Os restantes logo atrás. Eis senão quando, a meio da subida, o Carlos vira à esquerda para Abrigada, eu segui (por engano, por nunca ter subido aquela vertente!) mas li no interior da curva uma placa que dizia «Montejunto 3 km». Fiquei admirado e perguntei ao Carlos se o caminho era por ali! Após várias tentativas e já após fazermos mais uma rampa, com o grupo a perseguir, o Carlos diz-me: «achas que eu ía lá acima???». Dei volta ao cavalo, disse-lhe das boas e desci a dita rampa para continuar a caminho dos famosos 15%. Cruzei-me com o grupo e só me seguiram o Steven e o Welder.
Não sabíamos mas já tínhamos sido ultrapassados por quem vinha de trás, que seguiu em frente (e bem...) na placa de Pêro Moniz e entrou na subida bastante adiantado De tal modo, que quando cheguei ao cruzamento antes do acesso às antenas já lá estavam o Isidoro, Evaristo e o Paulo Sousa, e estavam a descer Freitas, João, Samuel, Salvador e restante grupo.
Misturados com um grupo do triatlo que também subiu às antenas, fizemos a descida por Abrigada e por azar/descuido, o Paulo Sousa sofreu uma queda. Autêntico cenário de volta à França! Cotovelo à esquerda, excesso de velocidade, derrapagem e queda contra limitador (calhau) na parte exterior da estrada com um precipício enorme... O Paulo teve sorte! Abraço e voto de rápidas melhoras.
O regresso, foi o habitual: «rasgadinho» para espremer o que faltava!
De referir a hora de chegada à BP: 13h25, que reflecte o engano na quilometragem (meu ou da distância anunciada) que peço ao Ricardo que ajude a esclarecer».

Abraço e boas pedaladas
ZT

Nota do «administrador»: como ficou explicíto nesta crónica, a tirada ficou marcada negativamente pela falta de informação sobre a antecipação do horário da partida de Loures, por mim decidida (logo numa rara ocasião em que não iria estar presente...). Fi-lo em boa fé e considerando como plausível a sugestão de um visitante que lembrou, e bem, o facto de a distância e as dificuldades do percurso recomendar o recuo da partida, habitual nestas circunstâncias.
Todavia, como nem todos têm acesso ao blog (ou o têm de fazer), informando-se do percurso/horário através do Pina (directamente ou na loja), e pelo facto deste «canal» estar interrompido (em merecidas férias), deveria ter sido mais previdente que o horário não tivesse sofrido alterações ao que é tradicional, evitando os desencontros. Por esse motivo, as minhas desculpas pela responsabilidade/liberdade que tomei, com a consequente «desinformação» que provocou.

Ricardo Costa

quinta-feira, agosto 20, 2009

Domingo: Montejunto, por Pragança



No domingo há... Montejunto! E que dose! Desta vez, pela pouco «batida» subida de Pragança, que é, de todas, a mais típica de alta montanha. Não tanto pela distância – a mais curta das 4 vertentes, com cerca de 6 km, mas pela inclinação média, acima dos 7% e com passagem na célebre rampa dos 15%. O abominável Avenal deverá estar ainda mais acima, tanto em inclinação média, como em percentagens máximas.
Todavia, não é apenas a dificuldade da subida, bem mais «dura» que a tradicional de Vila Verde dos Francos, mas o percurso longo e selectivo até lá chegar. Este é idêntico ao de Vila Verde, precisamente até ao início desta vertente (por si só, já difícil), continuando, a partir daí, em direcção ao Vilar, Pêro Moniz e a Pragança, num sector de 16 km em relevo de rompe-pernas. Vai chegar-se, então, ao início da subida com 65 km e a superação de obstáculos exigentes como o Forte de Alqueidão, Atalaia e Pêro Moniz.
O regresso a Loures faz-se por Abrigada-Alenquer-Vila Franca-Alverca-Tojal. No total são praticamente 120 km, com quase 2000 metros de desnível acumulado, e mais de 4h00 de pedal.

ATENÇÃO: horário de partida: 8h00
Local: BP de Loures

Pontos de neutralização para reagrupamento:
- Rotunda à entrada do Sobral (Praça de Touros)
- Vila Verde dos Francos (junto ao início da subida)
- Cruzamento de Pragança (para reunir, se necessário, o pelotão antes da subida)
- Abrigada (no regresso, junto ao jardim, para reabastecimento líquido)

terça-feira, agosto 18, 2009

Crónica de A-dos-Loucos

A selectiva subida de A-dos-Loucos foi, naturalmente, o epicentro da tirada do último domingo, que ficou marcada, pela negativa, pela queda do Mário Fernandes, felizmente sem consequências graves. O acidente aconteceu já na fase final do percurso, em A-do-Barriga, no início da descida para Alverca, e envolveu o Steven, que conseguiu, com alguma sorte, evitar a queda. O mesmo não sucedeu ao Mário, que caiu para a berma, ficando com o joelho direito maltratado. Felizmente, não tão mal que não pudesse continuar. Voto de rápida recuperação ao “craque”, para que, no próximo domingo, já esteja apto a subir connosco... Montejunto.
À parte deste incidente, a jornada decorreu sem mais percalços a lamentar, mantendo a toada de contenção das últimas semanas na primeira fase do percurso, com indiscutível sucesso. A longa subida de Bucelas para a Venda do Pinheiro foi tranquila, com o pelotão a rolar quase sempre agrupado, contribuindo assim para proteger os que gastam mais energias quando a estrada empina. E para reforçar a unidade colectiva. A continuar!
No entanto, depois da Venda do Pinheiro, a caminho do Milharado, o ímpeto de alguns juntou-se ao terreno rompe-pernas para causar as primeiras fracturas no grande grupo, que só voltou a reunir-se na rotunda de Vale de S. Gião – respeitando o que estava estipulado. As excepções foram apenas o Ruben e o Rocha, por mero desconhecimento, mas que por não terem parado mais até A-dos-Loucos, fizeram toda ligação e – mais importante – a subida, sozinhos!
Na descida para Bucelas, o Freitas destacou-se do pelotão e passou no Cabeço da Rosa isolado. No enorme grupo perseguidor, até aí, resistiu-se à tentação de acelerar demasiado para preservar a coesão. No entanto, logo à entrada nessa subida (vertente da Romeira) os mais fortes impuseram-se. O Xico Aniceto foi o primeiro a forçar, ganhando alguns metros no primeiro sector da ascensão de 2 km, sempre controlado por um grupo restrito, que me incluía, ao Mário e ao Rui Torpes – ainda não tinha feito referência a este «ilustre» visitante propositadamente, porque pretendia remetê-la para quando chegasse o seu terreno de eleição: as subidas.
Todavia, quando estas faziam a primeira aparição teve de adiar a sua «exibição». A culpa foi minha, ou melhor, da minha máquina, cuja corrente caiu para o interior da pedaleira, deixando-me a seco porque o desviador, mal afinado, não a devolveu à sua posição original. Por isso, tive de parar em plena subida, e o Torpes foi solidário.
Descemos a toda a velocidade para Alverca, onde o restante grupo (Freitas incluído) aguardavam, para a abordagem colectiva a A-dos-Loucos. Mais uma vez como estava previsto, elogie-se!
Então, fez-se o capítulo mais importante da história da tirada. Na introdução, o primeiro a dar o mote, logo que as pendentes apontaram ao céu, foi o Freitas, a esticar à cabeça do enfileirado pelotão. O mais pronto na resposta foi o Xico Aniceto, que – segundo me pareceu – tinha ideias semelhantes, apenas se deixou antecipar. De qualquer modo, reagiu muito bem e contra-atacou em plena fase mais dura da subida, mas ainda antes dos dois terríveis ganchos. O Freitas voltou a insistir, mas o Xico queria comandar as operações... e contra-atacou!
Nestas andanças, eu procurava manter-me em jogo, esperando por momento mais favorável – ou seja, que as coisas acalmassem! Com o frenesim das primeiras centenas de metros, nem sequer tive «tempo» de me aperceber de quem (ainda) permanecia no grupo da frente, além dos elementos já referidos. Mas no final do segundo ataque e contra-ataque do duo Freitas/Xico, parte das minhas dúvidas ficaram esclarecidas: eis o Rui Torpes!
À primeira iniciativa, demonstrou que era... de outro campeonato. Saiu a sério, e de maneira a que os demais ficassem desde logo sem ilusões. A sua aceleração teve ainda o condão de começar a determinar a hierarquia no grupo, avaliada pela capacidade de reacção. Apercebi-me que era mais eficaz que os restantes, e quando o líder fez um compasso de espera (o primeiro, e porque quis!) consegui chegar-lhe à roda, alguns segundos antes do duo Xico e... Mário Fernandes. Este dispensa apresentações e a sua presença ali só poderia surpreender tendo em conta o facto de arrastar um lastro de 10 kg de massa corporal. Asseguro desde já que é o que ainda nos livra de começar a ver a sua roda... bem ao longe!
Mas ele já lá estava... Até que o Torpes, mal viu gente a mais, voltou a atacar. E então seleccionou definitivamente. O cenário que se seguiu foi igual ao da primeira aceleração. Apenas eu consegui chegar a sua roda, quando ele voltou a aliviar os pedais deliberadamente. Estávamos juntos à entrada da localidade (no empedrado) e assim nos mantivemos até ao final da subida, fazendo o último sector, mais suave, a boa velocidade em pedaleira grande.
O grande grupo surgiu, naturalmente, a conta-gotas. Logo a seguir, o Mário e o Freitas, que deve ter recuperado muito bem depois da fase mais dura da subida, como no ano passado. Estranhei a ausência do Xico, que afinal tinha parado algures porque o seu irmão partira a corrente. Não muito tempo depois chegou o Zé-Tó, confirmando a sua forma ascensional. Os mesmos elogios para o Salvador, Farinha, Steven e Nuno Garcia: este, outro a precisar de quilómetros para estar de novo a bater-se à frente.
Mas não só: homenagem a todos os que subiram – e participaram nesta volta –, incluindo «o» estreante que deve ter perdido preciosa energia só à conta das perguntas sobre tantas dúvidas que o assolaram durante a tirada. Ora sobre percurso, ora sobre o paradeiro do seu colega que desde muito cedo na tirada tentou insistentemente que o identificassem através do... capacete branco. Sem êxito, e sem surpresa.

Próximo domingo: Montejunto, por Pragança. O percurso e informações nos próximos dias.

quinta-feira, agosto 13, 2009

Domingo: A-dos-Loucos


A volta do próximo domingo é daquelas que só de ouvir falar já atemoriza: A-dos-Loucos. Tudo, pela famosa subida perto de Alhandra, dura e exigente, que lhe dá o nome e é o seu ponto mais «quente». No entanto, é apenas o único «espinho» de um percurso que, longe de ser plano e fácil, não apresenta dificuldade fora do comum. Aliás, se comparado com o de domingo transacto, da Ericeira-Carvalhal, é muitíssimo mais acessível – não apenas pelo desnível acumulado inferior, como também pela menor distância (83 km), em relação à média das tiradas do nosso calendário.
De qualquer modo, é um traçado do tipo rompe-pernas, que recomenda à moderação (inicial e na sua maior parte) que se vem praticando com êxito nas últimas semanas. A fase inicial é igual à volta da semana passada, com saída para o Tojal e a partir daí a longa ascensão para a Venda do Pinheiro, com passagem por Bucelas; segue-se um sobe e desce muito «nervoso» até ao Milharado; a descida para Póvoa da Galega e a ligação em falso plano ascendente ao Vale de São Gião, a descida da Chamboeira para Bucelas (nalguns locais perigosa), a subida da Romeira (para aquecer motores para A-dos-Loucos). Depois desta, a descida para A-do-Barriga e subida imediata ao alto, para se voltar a descer, agora mais, para A-dos-Melros até Alverca. Então, restará o regresso a Loures pela subida dos Caniços e Variante de Vialonga.
Sugere-se os seguintes pontos de neutralização para reagrupamento, quando necessário:
- Venda do Pinheiro (cruzamento EN8)
- Vale de São Gião (rotunda)
- Rotunda da Silveira (saída Norte de Alverca – objectivo: o grupo entrar compacto em A-dos-Loucos)
- A-dos-Loucos (fim da subida/Alto do Agruela)
- Alverca (rotunda, junto ao núcleo sportinguista)

Nota: a 1ª passagem por Alverca, vindo do Cabeço da Rosa (descida) deverá fazer-se pelo interior, virando à esquerda no final da descida, para Bom Sucesso/Arcena, tomando a Estrada da Proverba até ao túnel da A1, seguindo pela esquerda na rotunda do núcleo sportinguista em direcção à estrada de Arruda e no Brejo à direita para a rotunda das Silveiras (saída Norte da cidade).

terça-feira, agosto 11, 2009

Crónica do Carvalhal

Por estes dias, a adesão às saídas domingueiras tem sido cada vez maior, a motivação e o nível colectivo mais ainda. Prova que o grupo finalmente está melhor e... recomenda-se! A fórmula das últimas semanas tem resultado em cheio, imune a todos os efeitos «inflacionistas» que a presença assídua de elementos de patamar «competitivo» superior à media. Aliás, pelo contrário, tem sido o seu comportamento correctíssimo e amiúde os seu úteis ensinamentos a ajudar a (r)estabelecer a confiança no seio do grupo. Duarte, Paulo Pais, Runa, Jony, entre outros.
Foram duas as grandes surpresas do dia: o regresso saudado do Nuno «Papá» Garcia, cuja pilosidade abundante é demonstrativa do seu pouco envolvimento na prática da modalidade nos últimos meses. Embora o seu satisfatório desempenho, numa volta com percurso tão exigente, tenha deixado a ideia de haver actividade específica entre biberões e mudas de fraldas; e a presença do Mário Fernandes, que esperemos ser para continuar, porque muito enobrece o nosso grupo contar com a experiência e o companheirismo de personagem de tão elevadas qualidades desportivas e humanas.
Voltemos à estrada, para referir que o esforço na longa ascensão do Tojal à Venda do Pinheiro foi muito bem gerido, graças ao andamento moderado – em comprometimento com uma toada que tem ajudado ao colectivismo e que assim se deverá preservar. Pelo caminho, todos os elementos que o pelotão foi recrutando entraram no «ritmo» regulamentar, e agradeceu-se.
Agora com o grupo na sua máxima composição, desceu-se a toda a velocidade para Vila Franca do Rosário. Na subida para a Azueira, as primeiras acelerações. Todavia, falta de conhecimento do percurso forçou os mais adiantados ao reagrupamento no cruzamento para a Freiria – quando já se preparavam para seguir em frente para o Sobral da Abelheira. Não era esta a ocasião...
Novas movimentações na Encarnação, e o mesmo desfecho. Engano no trajecto. O quarteto que se destacou (Runa, André, Duarte e Carlos do Barro) «fez-se» ao resto da subida, quando o percurso seguia pela esquerda, no cruzamento à entrada da vila, em direcção à Galiza e Ericeira. Pior: nenhum dos quatro se apercebeu – e não tivesse sido eu a fazer um «forcing» no seu encalço para, ao menos, colocar-me à distância de poderem ouvir-me (gritar!), provavelmente só dariam pela desorientação... em Torres Vedras.
No entanto, nem todos tiveram bons ouvidos. O Runa foi um deles, e só ao telefonema do Paulo Pais respondeu... para dizer que tivera um furo. Fomos andando, os três resgatados, eu e o Paulo, na perseguição ao pelotão. Alcançámos-o em plena subida da Galiza, a lidar com as fortes inclinações daquela curta mas dura rampa. O Duarte subiu a ritmo forte. Eu fiz o mesmo, embora tivesse entrado mais tarde. Boas sensações. No topo, o grande grupo deteve-se à espera do Runa. E de tanto esperar... desesperou! E a maioria decidiu zarpar, devagar, a caminho da Ericeira, até lá com Ribamar e Ribeira d’Ilhas ainda para negociar.
Ficaram a aguardar o retardatário, praticamente os mesmos do primeiro acto: eu, PP, André e Duarte. Os minutos passavam sem que aparecesse. Permanecemos ferreamente, mas o PP começava a desesperar. E a ficar furioso com a demora. No limite da sua tolerância, eis que, finalmente, surge o homem por quem se esperava. Explicou que a reparação tinha sido mais complicada que o previsto... Mas agora, havia que meter «ferro» para alcançar o pelotão.
Em princípio, o nosso atraso não deveria ser problemático, nem implicar uma correria. O pelotão deveria neutralizar-se na Ericeira, como tinha sugerido na apresentação da volta neste blog. Contudo, como é habitual nestas situações... enquanto não se «agarra o rabo ao gato», é andar como se não houvesse amanhã! E assim foi. O quarteto carregou nos crenques e em colaboração cumpriu a distância entre S. Lourenço e a Foz do Lizandro à média de 37 km/h – as rampas de Ribamar e Ribeira d’Ilhas foram de foguete! E as descidas, de foguetão. Na de Ribeira D’Ilhas, o velocímetro marcou 80 km/h.
Em Ribamar, sucedeu um episódio curioso: na parte final da subida, com as caldeiras em brasa, ultrapassámos dois ou três ciclistas, em passo moderado. Um deles conhecia o PP – afinal, quem não conhece? – e esforçou-se para se chegar e falar-lhe: tinha um recado! Imagine-se, a atenção prestada pelo bom do PP. Tudo isto, misturado com os gritos do Duarte e do Runa ao André, contrariados com os esticões que este dava sempre que passava para frente. Uma barafunda... a 40 por hora. Às tantas, o tal ciclista é forçado a desistir da ideia de querer dialogar a 200 pulsações, mas antes de voltar ao seu andamento tranquilo, talvez «ressabiado» com a falta de reciprocidade, não e coibiu de lançar uma farpa ao grupo: «Dá-lhes jovem – referindo-se ao André –, os gajos estão à rasca!». Dá, dá... que os velhos fazem-te a folha (por «folha» entenda-se «dar tau-tau», já que o resto não é assim tão fácil.
Na Ericeira, o pelotão não constava, o que levou a prolongar cavalgada até à subida do Pobral (Foz do Lizandro). Aqui, a média foi de 25 km/h, de permeio com um chorrilho de queixas sempre dos mesmos e com o alvo de sempre. Este, às tantas, fartou-se das reprimendas e contra-atacou. «E se vocês, em vez de gritar, andassem mais um bocadinho?...» Curiosamente, não teve a resposta que se previa. Em minha opinião, o André pode não ser o melhor companheiro (mesmo quando decide colaborar...): não passa progressivamente para a frente, força até chegar a partir e não tem cuidado em tentar aperceber-se disso. De qualquer modo, nalgumas situações, em subida, não foi isso que sucedeu, mas sim uma indiscutível dificuldade dos restantes em acompanharem o seu andamento. Por isso, quando o «puto» decide trabalhar – por ser tão raro – deve-se cerrar os dentes na sua roda e... aproveitar a boleia. Porque vai andar...
Finalmente, nas bombas do Pobral, o pelotão aguardava, tranquilo, longe das altas andanças do quarteto que se atrasara. E o Carvalhal ali tão perto...
A curta ligação ao cruzamento de Alvarinho, que dá acesso à subida, não foi propriamente pacífica. Os dois condutores do pelotão – Salvador e Capitão – talvez não se tenham apercebido, mas o seu bom andamento, que eu aproveitei desde logo a seguir ao arranque das bombas, apanhou o pelotão desprevenido chegou a cavar-se um fosso de cerca de 50 metros que, talvez, pela minha presença na dianteira, obrigou a fechar rapidamente espaço devido à proximidade da subida.
Algures nessa breve transição, o Salvador ainda instigou o Capitão a insistir na iniciativa, com o intuito de entrarem com avanço na ascensão. Ao que segundo disse não estar interessado, que «o melhor era guardar forças». -lo com sensatez, e o seu parceiro só teve a agradecer, pois o seu retraimento, naquela altura, valeu-lhe óptimo desempenho na subida. Tal como ao... sensato. Devem tomá-lo como ensinamento, digo eu, principalmente o Salvador.
Enfim, o Carvalhal. Antes a descida, rápida, perigosa, e ainda mais porque foi atacada, gerando alguma inquietação. O André teria o objectivo de esfrangalhar o pelotão, mas este acabou, na medida dom possível, por entrar agrupado nas primeiras rampas estreitas, que empinam a mais de 10%. O André foi avante com as suas intenções e atacou desde o início, ganhando cerca de 20 metros. Ninguém respondeu. Mas ele deteve-se e a dianteira do grupo absorveu-o em poucos metros. Entretanto, procurei desde logo encontrar o carreto mais adequado e ao encontrá-lo meti o «meu» andamento. Na altura, o Freitas estava ao meu lado, e perante o meu súbito adiantamento, exteriorizou: «eh, onde é que vais?». Respondi com o que me saiu da boca: «Vou-me embora!». E fui. No grupo principal, não só não houve reacção imediata, como esta demorou. Mais do que seria previsível. Provavelmente, o mau momento de forma que tenho atravessado deve ter sido a razão do impasse. Mas como não revelava sinais de fraqueza (depois de dois meses, as pernas estavam a finalmente a corresponder), a perseguição não poderia tardar muito mais.
O Runa foi o primeiro a partir no meu encalço. O André saiu logo a seguir. Foram os únicos. O Runa chegava à minha roda e lá se manteve durante algumas centenas de metros, até decidir atacar. Não tive hipótese de sequer esboçar uma reacção. Adiantou-se rapidamente cerca de 30 metros mas estabilizou. O André seguiu-se-lhe. Só que demorou menos atrás de mim e só um pouco mais na roda do Runa. Depois do «descanso» na subida, logo que a pendente voltou a aumentar, partiu sozinho. Aparentemente, em definitivo.
O Runa acusava o desgaste e entrou em ligeira perda. Deu-me novo alento e alcancei-o pouco antes do quilómetro final, quando a subida suaviza. Quando cheguei, não o ataquei. Pelo contrário, incentivei-o a aliar-se na perseguição. Mas ele não podia, e cedeu. Então parti em busca do André, que tinha cerca de 100 metros de vantagem. Meti a pedaleira grande e forcei. Demasiado tarde para o alcançar, mas o facto de chegar ao alto com apenas um décimo do atraso inicial, deixou-me amplamente satisfeito. Média na subida: 21,5 km/h. Contudo, foram somente indicações de progresso, pois faltam limar muitas arestas para atingir a forma ideal.
Pouco depois, chegava o Runa, logo a seguir o grupo do Freitas, com o Duarte e o Paulo Pais. Mais tarde, mas com aproximadamente um minuto apenas de desvantagem para o tempo mais rápido da subida, chegou o Zé- na companhia do Carlos do Barro, que tinha entrado destacadíssimo na subida – nós passámos por ele, pouco depois de o Runa me ter ultrapassado. O Salvador e o Capitão poucos segundos depois – igualmente muito bem. E os restantes no mesmo registo positivo. Nota de destaque para o Grande Abel – igual a si próprio: excelente! - e o Senhor Zé (com S grande) que este ano está a superar-se.
Entre Igreja-a-Nova e a Malveira houve ainda uma perseguição forte de um quarteto, conduzida pelo incansável PP, a um duo que não foi mais fraco, André e Mário Fernandes. Quanto a este, deixem-no perder alguns quilinhos...

Nota: como se pode observar em rodapé, voltou a ser permitido efectuar comentários directamente no blog. Todavia, estará accionada uma função de moderação, em que os mesmos só serão publicados (exibidos), depois de revistos e com a devida permissão do autor deste espaço – a minha.

sexta-feira, agosto 07, 2009

As imagens do Carvalhal


O Carvalhal sobe-se aos 72 km do percurso. Para aceder à subida, vira-se à esquerda à saída de Alvarinho (estrada da Ericeira-Terrugem) cerca de 6 km depois do Alto do Pobral. O cruzamento está meio dissimulado - inclusive está fora da estrada principal. A indicação é: Carvalhal (na placa).

Depois do cruzamento segue-se uma descida rápida (2,4 km), cujo final, à entrada da localidade de Carvalhal, é bastante íngreme, a recomendar bastante precaução. Mal se acaba de descer, inicia-se imediatamente a subida. E logo... a doer. No total, a subida tem 3,7 km, a uma inclinação média de 5,3%. Após a curva à direita que se vê ao fundo, a estrada inclina consideravelmente.

Os primeiros 500 metros são duros (cerca de 10%), entre as casas. O asfalto é novinho, excelente!


Já depois da vila do Carvalhal, a estrada continua «empinada». Os primeiros 1250 metros são a uma média de 8,2%! É fundamental uma abordagem cautelosa, pois ainda estamos no... início.
Após a primeira fase dura, a pendente suaviza e até há uma pequena descida. Estes 500 metros fazem-se a 3,5%.

Para logo voltar a aumentar a inclinação, fixando-se em torno dos 8%. As pernas começarão a acusar o esforço.

O próximo km tem 6,6% de média. É a segunda parte mais complicada da subida, que termina neste topo (na imagem)
A parte final da subida é bem mais fácil. Os mais afoitos podem, inclusive, arriscar a pedaleira grande... São cerca de 900 metros a 2%.

Últimas centenas de metros, praticamente planas. Ao fundo, o cruzamento onde termina a subida

Eis o final da subida. Hora de recuperar o fôlego e reagrupar!

quinta-feira, agosto 06, 2009

Domingo: Ericeira-Carvalhal




A volta do próximo domingo, em minha opinião, está entre as mais exigentes do nosso calendário, se exceptuarmos os Trepadores e as tiradas de Montejunto. Denomina-se Ericeira e tem como «ponto quente» a subida do Carvalhal, agora com «tapete» novinho em folha. A estrear, portanto. Os camaradas Vasa, Xico e Manso provaram-no no último fim-de-semana... e gostaram!
O percurso é conhecido de anos anteriores, tendo ficado no «gôto» pelo terrível muro de Montelavar (Cabrela) – mas que, em 2008, foi substituído pela subida do Carvalhal. No entanto, até chegar lá (ao pitéu do Carvalhal) é necessário ultrapassar um traçado extremamente acidentado, que vai impor enorme desgaste (ver descrição). São pouco mais de 100 km com cerca de 1700 metros de desnível acumulado.
Por esse motivo, lanço desde já o repto a todos participantes, para que se repita o «modus operandi» da volta do último domingo que, segundo creio, resultou em agrado geral. Naturalmente, desta vez será muito mais complicado manter a unidade no grupo devido ao relevo irregular, que implicará níveis de esforços muito diferenciados mesmo com «passo» moderado.


De qualquer modo, creio que, no seguimento de suposta «responsabilidade» que me foi confiada pelas palavras sinceras do sr. Zé no início da volta de domingo passado (ver crónica), sinto-me no dever de, mais que sensibilizar os «poderosos» para privilegiarem a moderação ao longo da maior parte do percurso, ser eu próprio a dar o exemplo. Por isso, confirmo desde já a minha permanência no pelotão durante a maior parte do percurso, tentando, o quanto me fôr possível, nivelar o seu andamento por uma fasquia INTERMÉDIA que permita a maior número de elementos possível acompanhá-lo sem demasiado desgaste.
Esclareça-se, porém, que o andamento será obviamente livre, como o-é sempre! E que a mesma responsabilidade dos ditos mais fortes, deverão ter também os... menos fortes. Como se recomenda, deverão, nas situações de maior dificuldade, procurar juntar-se (em chamados «grupettos») com elementos do mesmo nível, colaborando entre si na poupança de esforços.

De acordo com os diversos pontos nevrálgicos do percurso (e porque irão acontecer inevitáveis diferenças de ritmo), sugiro que se respeitassem as seguintes neutralizações:
- Cruzamento da Venda do Pinheiro (após a subida de Bucelas/Vale S. Gião)
- Cruzamento (EN247/Estrada de S. Lourenço), após a subida de Valongo
- Bombas de gasolina Galp/parque estacionamento na Ericeira (estrada principal)
- Bombas gasolina BP, no Pobral, após subida da Foz do Lisandro
- Igreja-a-Nova (após a subida do Carvalhal)
Nota: Seria interessante que o grupo entrasse reunido na subida do Carvalhal
Amanhã, a subida do Carvalhal ao pormenor (c/ imagens).

terça-feira, agosto 04, 2009

Crónica das Cachoeiras

«Estás a ver, a malta correspondeu ao teu desafio!», a afirmação pertence ao senhor Zé (pai do Zé-Tó), ao cumprimentar-me de manhã cedo, antes da partida de Loures, e abriu o cenário para a volta de domingo transacto, cobrindo-a imprevisto de carácter especial.
Porquê? Porque contou com forte adesão, em particular de elementos que, nos últimos tempos, marcaram posição divergente do restante grupo, ao antecipar as saídas para as voltas. Lá estavam, entre eles, o próprio Zé – que, sem dúvida, por ser o elemento mais «exposto» à intensidade do andamento, marcava a posição do pequeno grupo que tem andado desalinhado. Foi, sem querer, uma espécie de porta-voz. Mesmo sem ser, soou a uma espécie de última oportunidade... e os primeiros quilómetros do percurso provaram-no!
Logo que o terreno inclinou, entre Frielas e Unhos, fizeram-se ouvir vozes de contestação. Não sei porquê, talvez pelas palavras que me foram dirigidas pelo sexagenário ainda antes da tirada, senti que devia serenar os ânimos e tentar assumir (algum) controlo do pelotão. Tarefa ingrata, por ser enorme e muito bem recheado. No entanto, a entrada na planura da EN10 e o vento forte frontal foram preciosos aliados, desencorajando a andamentos fortes e a iniciativas potencialmente desestabilizadoras. Passaram pela frente na longa ligação de Sacavém a Vila Franca, além de mim, o Zé Henriques, o Evaristo, o Duarte, o Jony, entre outros.
A partir de Vila Franca - que se passou sem «apertos» no empedrado, porque mais dele estava reservado para a subida final - o Freitas tomou a liderança mesmo com o vento a soprar cada vez mais de cara, levando o grupo a bom ritmo (mas ao alcance de todos...) à saída de Alenquer.
Entre Alenquer e Olhalvo, o pelotão rolou sempre compacto e aparentemente tranquilo, embora fosse indisfarçável que, ao acumularem-se os quilómetros, aumentasse a ansiedade no seu seio: havia quem «desesperasse» por mudanças de ritmo, por picardias; e outros que rezavam para dentro para que a toada se mantivesse pacífica. Mas todos anteviam que a paz não seria eterna!
Assim, para estes, como não há bem que sempre dure, a entrada no troço Labrugeira-Abrigada trouxe as primeiras hostilidades. O Hélder (estreia esta época) deu o mote e o André foi no seu encalço. Juntou-se ainda um terceiro elemento, e depois houve a contra-ofensiva do Duarte e do Jony, e com estes outros mais, quebrando definitivamente a unidade do pelotão. O andamento era forte e o terreno desnivelado implicava grande empenho para não perder a dianteira, onde se juntaram cerca de meia dúzia de ciclistas: entre os que referi, também o Paulo Pais, o Ruben, Zé-Tó e mais um ou outro que começava a descair. Entre eles, o Steven, que ultrapassei no meu esforço, em solitário, para chegar ao grupo. No final da subida da Labrugeira, consegui-o, pouco antes de se passar a uma fase de relaxe. Tempo para respirar... O pelotão estava dividido, quiçá irremediavelmente, e ainda faltava tanto!
Até à Abrigada ainda se ensaiaram alguns ataques entre os homens da frente, mas todos fugazes. E com a moderação que se fez os primeiros quilómetros na EN1, em direcção à Ota, anteviu-se a reunião do grande grupo para breve. Foi uma questão de minutos para se concretizar tão fácil previsão. Não posso confirmar, mas deverá ter sido o Freitas a trabalhar mais no grupo de trás.
O pelotão rolou, então, compacto até ao Carregado, onde o Salvador se destacou para, eventualmente, entrar com vantagem na subida de Cacheiras. Foi o que aconteceu, com a devida autorização do grupo, onde, curiosamente, não imperava nervosismo pela iminência de novas agruras ou sequer contestação pelos despiques passados. Sobrepunha-se, nessa altura, a noção do dever cumprido, ao marcar presença, após tantos quilómetros, na frente da coluna, entre os ditos «poderosos». Agora, o que viesse (e não era pouco) era para passar com mais ou menos dificuldades, mais ou menos depressa. O mais árduo da missão estava cumprido, mesmo faltando o maior obstáculo da tirada: as Cachoeiras.
Na frente do pelotão, o Freitas diz-me: «Avisa-me quando a subida iniciar, que vou meter um andamento que isto vai tudo de pantanas...». Acedi, mas fiquei surpreendido porque pensava que ele iria forçar à frente e não sair de esticão, como fez. E fez bem, ganhando cerca de 50 metros rapidamente, logo quando a inclinação aumentou. Mexeram-se as principais «pedras» no pelotão, com o André a assumir-se brevemente. Mas como viu que, à frente, o fugitivo tinha parado, voltou à retranca. Então decidi meter o passo. Deixaram-me impô-lo apenas até passar pelo Freitas, momento em que o André lança o seu primeiro ataque. Teve resposta pronta do Duarte. A reacção foi colectiva e fez isolar um pequeno grupo, que se manteve até final: além daqueles dois, Paulo Pais, Hélder, Ruben, Jony e eu.
Mas este não se manteve unido muito mais tempo: a entrada na aldeia coincide com o primeiro sector de pavé e com as primeiras diferenças: para mim foi um choque demasiado brutal. O Jony deverá ter sentido o mesmo, porque vinha em intensa recuperação. Ficámos ligeiramente descaídos. O Salvador era alcançado e perdia o comboio. Eu e o Jony, juntámos esforços e assim recolocámo-nos a pouca distância do quarteto (PP, Ruben, Hélder e Duarte) que perseguia o André, este a partir definitivamente isolado. A última rampa foi-nos favorável, guiámo-nos mutuamente e tirámos mais de metade da desvantagem, chegando ao alto a pouco mais de 10 metros do grupo, que aí passou a quinteto ao juntar-se ao André (que aguardava).
A nossa integração também parecia consumada, mas pouco antes de tal vir a acontecer, à frente houve nova aceleração, agora sob o comando do Ruben (excelente) e do próprio André (quem diria!). O Jony lançou-se em desenfreada perseguição, levando-me à custo na sua roda, sempre controlando bem para não me deixar... Agradeço-lhe. Rolou-se sempre acima dos 35 por hora até ao Mirador da Bela Vista, onde, só aí, conseguimos encostar ao grupo. Descemos depois tranquilamente.
Grande cavalgada nesta subida de todos os que participaram na volta, chegando a conta-gotas ao seu cume, no alto do Agruela (antes de descer A-dos-Loucos para Alhandra), e assim culminando de êxito uma jornada em que, de certo modo, parece ter promovido a aproximação de «interesses» e de «posições» que tanto têm dividido o nosso grupo. Os próximos tempos julgá-lo-ão...

Nota: aquele exercício de revezamento, no final, entre Alhandra e os Caniços, que nos fez recuperar para o grupo que seguia à frente, foi excelente, malta! Parabéns a todos os que nele se empenharam.

No próximo domingo, a volta não se prevê menos interessante que esta! Amanhã será aqui apresentada ao detalhe.