sábado, fevereiro 28, 2009

Perfil da Clássica de Santarém


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ANTECIPAÇÃO (CONVITE): No próximo sábado, planeio fazer uma volta muito particular e desafiante, com muitas subidas duras, a que chamei, bem a propósito: Roteiro dos Muros (100 km). Quem quiser acompanhar-me, terei muito gosto. A partir do início da próxima semana, depois dos relatos das incidências de Santarém, darei mais pormenores sobre o percurso, ponto de encontro, etc.

quinta-feira, fevereiro 26, 2009

Informações Clássica Santarém

Para que não subsistam dúvidas sobre a Clássica de Santarém (horário, percurso), eis algumas informações adicionais e recomendações:

Horário de partida: 8h00
Local: Posto BP de Loures

Percurso: Loures-Tojal-Vialonga-Forte da Casa (Estrada dos Caniços)-Alverca-Vila Franca-Porto Alto-Samora Correia-Benavente-Almeirim-Santarém-Cartaxo-Azambuja-Carregado-Vila Franca-Alverca-Forte da Casa (rotunda dos Caniços)-Estrada dos Caniços-Vialonga-Tojal (por fora, pela variante e nó da CREL)-Loures (BP)

Distância: 155 km

Recomenda-se que seja ESCRUPULOSAMENTE respeitada neutralização em Santarém, antes de descer para a Variante (na praceta junto ao mesmo café do ano passado) para reagrupamento COMPLETO do grupo. Daí, deve-se garantir que todo o grupo saia AO MESMO TEMPO.

Em virtude do corte da estrada da Verdelha de Baixo, o percurso far-se-á pela Estrada dos Caniços (como nas duas voltas do fim-de-semana) tanto na ida, como no regresso. Ou seja, no regresso segue-se em frente nas rotundas de Alverca para o Forte da Casa e na rotunda de S. Iria (Forte da Casa) vira-se à direita para a Estrada dos Caniços que vai ligar à Variante de Vialonga, ao cruzamento junto ao Intermarché.

Por outro lado, para evitar a passagem no piso degradado e no cruzamento «cego» do Tojal, no REGRESSO, segue-se em frente na rotunda do COSTA E BALEIA pela variante que passa sobre o nó da CREL, descendo depois para a rotunda do Tojal (saída) e daí para Loures.

A chegada e concentração final será nas bombas da BP de Loures (no mesmo local da partida)

Dicas úteis
Para quem não sabe, o percurso é acessível, até bastante acessível, mas a distância e (eventualmente) o andamento serão dificuldades a considerar. Recomenda-se, pois, a todos os participantes que atentem às exigências impostas pela acumulação de quilómetros na segunda metade do percurso (a partir de Santarém), onde estão concentradas as principais dificuldades do trajecto - o terreno ondulado até Azambuja, e na fase final, a partir de Alverca.

Nesta fase, depois de Santarém, e porque será previsível que o pelotão se seleccione naturalmente, recomenda-se que, cada um, procure adaptar o seu andamento às capacidades físicas próprias, preferencialmente integrando um «grupetto» que colabore entre si. De qualquer modo, refira-se que o mais importante é prevenir a fadiga, pois o relevo, como disse, é acessível e não deverá constituir impedimento a que a esmagadora maioria conclua a prova em condições físicas satisfatórias. MAS PARA ISSO, REFORÇO, É PRECISO SEMPRE PRESENTE AS SUAS CAPACIDADES E AS CONDIÇÕES DE MOMENTO!

Para tentar, ao máximo, a acumulação de fadiga em participantes com menos «rodagem», recomenda-se, como sucedeu na edição do ano passado, que os mais «fortes» promovam ANDAMENTO MODERADO, PELO MENOS, ATÉ À ENTRADA EM SANTARÉM. Aliás, penso que isso acontecerá naturalmente, dada a longa distância e as características do percurso já referidas.

Em caso de dúvidas, basta colocá-las

Boa volta!

quarta-feira, fevereiro 25, 2009

Carmões e Abrigada: crónicas carnavalescas

Tudo a postos para Santarém! É já no próximo domingo, na distância de 155 km, a primeira das grandes clássicas de 2009.
Para muitos que participarão na super-jornada escalabitana, o último fim-de-semana prolongado serviu, na perfeição, de apuramento de forma para enfrentar as dificuldades impostas, principalmente, pela longa distância do percurso, e não tanto pelas dificuldades do relevo. Aliás estas são muito poucas, a maioria a partir de metade do percurso – e logo com a maior de todas: a curta subida para Santarém.
Mas vamos às incidências da quadra carnavalesca. A folia começou, em antecipação, no domingo, com uma volta improvisada, Carmões-2, que se vai repetir lá mais para o final do ano, com percurso bastante interessante. Também mais acidentado na parte final, à imagem do que sucederá no próximo fim-de-semana.
No rescaldo das últimas semanas, houve... peripécias. E começaram a partir de Vila Franca, depois de uma toada moderada que se mantinha desde Loures, a velocidade de cruzeiro que rondou os 30 km/h. No entanto, o «pavé» de Vila Franca, como quase sempre desagregou o pelotão e as coisas nunca mais voltaram a ser totalmente tranquilas. Até Alenquer sucederam-se pequenas picardias sem qualquer sentido e alguns esticões pouco intencionais – exceptuando-se a iniciativa que isolou o trio Freitas/Manso «Cancellara»/Rocha após o Carregado, e que parecia ter possibilidades de «vingar» não fosse o Jony e o Evaristo terem decidido rapidamente... que não!
A anulada a (tentativa) de fuga, rolou-se sem grandes sobressaltos até à Merceana, onde o terreno «ondula» até ao início da subida de Carmões, na Carvoeira. Após alguns adiantamentos sem sucesso (o Rocha e eu chegámos a ganhar alguns metros ao pelotão), o «Cancellara» meteu o «Tempo», obrigando a cerrar fileiras atrás de si, e certamente metendo alguns no «vermelho» na abordagem à subida. Muito bom trabalho, próprio de excelente rolador, e com desapego por poupanças de forças que pudessem fazer-lhe jeito nas inclinações que se avizinhavam.
Aí, foram outros a ditar a lei. Primeiro eu, a impor andamento rijo nas primeiras rampas e o André a atacar, obrigando o Freitas a responder, fechando o espaço em poucos metros. Juntámo-nos novamente só os três, até aos últimos 500 metros, quando os dois aceleraram, entrando ligeiramente destacados na vila. Eu logo a seguir, e o Jony pouco depois, à frente do Rocha.
Superara as expectativas aquele que «teria sido» (porque não foi, como se verá...) apenas o primeiro de vários pontos «quentes» da tirada, que guardava ainda Sapataria e Montachique.
Só que... após a neutralização para reagrupamento, nada mais foi como dantes. Pois só houve paragem para alguns, muito poucos: eu, o Freitas e o Rocha - que na breve companhia do Zé-Tó, do seu pai e do Zé Morais, saímos de Dois Portos quando o grupo da frente já entrava na Feliteira... Logo aí, havia cerca de três minutos de atraso, consequentemente uma recuperação quase impossível, sabendo-se que à frente não haveria contemplações – e mal nós sabíamos que se tinham juntado o Paulo Pais e o João Aldeano.
Mas lá atrás decidira-se, espontaneamente, que também não houveria resignação enquanto restassem forças! E lançou-se a caçada, rapidamente limitada a três (eu, Freitas e Rocha), e ainda antes de Sapataria, só a mim e o Freitas. De Dois Portos ao início da subida (8,3 km) fizemos uma média de 34,5 km/h, em perfeita colaboração. Na subida puxei exclusivamente (25,5 km/h, a 175 bpm), absorvendo logo aí os primeiros dissidentes do grupo da frente (o Vidigueira e o Paulo Ferreira), e após a descida, agora com o Freitas a «abrir», alcançámos um pequeno grupo que incluía o «Cancellara». Este surpreendente encontro indiciava que a subida de Sapataria tinha sido selectiva (mais tarde soube-se que sob responsabilidade do Aldeano!). À saída da Póvoa da Galega avistámos finalmente o pelotão principal, a cerca de 300/400 metros, pela que, na aproximação ao Vale de S. Gião, procurámos gerir forças (e já eram poucas) para não entrar «descompensados» na subida. Nota: Sapataria-Vale S. Gião: 37,3 km/h de média.
O meu parceiro de ocasião revelou que não estava em condições de fazer a perseguição na subida e que se limitaria a ajudar-me, mas respondi-lhe que o objectivo era manter, se possível, até final a união que até ali se tinha revelado tão profícua. Por isso, meti o passo na subida, alcançando ainda antes dos primeiros 500 metros o «grupetto» que se tinha formado pelos elementos que não aguentaram o andamento forte imposto pelo Aldeano. Passámos directo e lançámo-nos à liderança, que entretanto perdeu o Jony e o Filipe ainda antes da passagem por Montachique. Na frente, restavam o Aldeano (sempre a puxar!), o André e o Paulo Pais, este também descaindo, junto ao chafariz, à entrada da derradeira e mais difícil fase da subida.
Entretanto, o Freitas também não aguentara o ritmo da perseguição – pois muito já conseguira, considerando que fizera 180 km na véspera! Nos últimos 100 metros passei o Paulo, chegando a 20/30 metros do duo da frente (23,5 km/h, a 178 bpm). Bom... dadas as circunstâncias.
No rescaldo deste proveitoso teste à capacidade de manter ritmos sempre «no prego», não resta qualquer sentimento de frustração, apenas de indignação pela manobra altamente discutível dos nossos companheiros de estrada em Carmões. Continuo sem perceber qual é o mérito, ou mesmo o sentido, de promover esforços redobrados aos comparsas através de métodos como... «acelera que eles descem bem...!». Enfim, sempre foi assim e sempre assim será... Ratices! Só que, desta vez, só serviram para deixar de «peito cheio»... os gatos!

Na terça-feira de Carnaval, o destino foi a Abrigada! E logo nos primeiros quilómetros se verificou que não eram exclusivas minhas as mazelas de domingo. Felizmente, estava lá o Renato, que após ter rendido o Freitas na condução do grupo pouco depois de Alverca, nunca mais a largou. Ao seu estilo, mas não propriamente. Muito mais moderado. Por isso, a volta foi pouco mais que um passeio tranquilo até Atalaia.
Aí tudo se alterou. O Renato esticou, a sério, pelo topo acima, dispersando o pelotão, que se debateu por não perder a roda. Nada que, para alguns, não se resolvesse com mais ou menos empenho, só que teve uma consequência inultrapassável: esgotou as já escassas reservas do «Grande» Abel. A decisão que, como eu, entre outros, o Freitas e o Hugo, tomaram – a melhor, sem dúvida – foi ajudá-lo naquele exigente regresso ao seio do grupo, em que é elemento exemplar de coragem, abnegação e humanidade sem limites. Para mim, o que até aí tinha sido, como disse, uma voltinha higiénica, tornou-se um dos treinos de força mais produtivos dos últimos tempos – embora com algum sacrifício dos lombares. Além de todos os que colaboraram em seu auxílio dedico, em particular ao Abel, homenagem pelo enorme esforço dispendido – do qual fui testemunha privilegiada, como se percebe, ombro a ombro. Simplesmente fantástico!
Apesar das pernas não estarem óptimas, não posso deixar de reconhecer a oportunidade perdida de ter estado lá à frente, especialmente (sem desprimor dos demais) pela presença do Renato: rodar com os bons fornece sempre indicações úteis. Com certeza, haverá muitas mais ocasiões nos próximos tempos.
Mas a volta não tinha terminado. No Alqueidão, o pelotão voltou a reunir-se e a descida para Bucelas: alucinante! O grupo: Renato, Jony, Freitas, Capitão, «Cancellara», Rocha, Evaristo, os dois Hugos de Negrais, o Pina e eu. A média: 51 km/h em 11 km, com sprint final a mais de 60 km/h, em que Jony impôs a sua lei – vendo-o disparar, como há muito tempo não via. E o acidente tão perto de acontecer, quando o Hugo e o «Cancellara» se tocaram àquela velocidade. Arrepiante!

Para a semana, Santarém!
Atenção: partida antecipada para as 8h00, na BP de Loures.

P.S. Meu lamento, para a queda do Samuel e do Vidigueira, na Atalaia, felizmente sem consequências físicas para ambos.

segunda-feira, fevereiro 23, 2009

Terça de Carnaval: Abrigada


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Percurso da volta de terça-feira de Carnaval (dia 24)

Loures-Tojal-Variante Vialonga-Vialonga-Caniços-Forte da Casa-Alverca-Vila Franca-Carregado-Alenquer-Cheganças-Ota-Marés-Abrigada-Eiras-Paúla-Penedos de Alenquer-Labrugeira-Atalaia-Freixial de Cima-Merceana-Carmões-Freiria-Sobral-Seramena-Forte de Alqueidão-Arranhó-Bucelas-Tojal-Loures

Distância aprox.: 100 km

terça-feira, fevereiro 17, 2009

S. Pedro da Cadeira: a crónica

A tendência já vinha a revelar-se neste início de ano: as voltas domingueiras estão cada vez mais ao jeito de quem gosta de fazer ciclismo – logo haja pernas! - e menos próprias para apreciadores de vertente mais lúdica da bicicleta de estrada. Sem a recomendável contenção, mesmo que mínima, a toada actual deverá continuar a subir de escala com todas as consequências implicadas.
E porquê: desde logo porque o grupo atingiu nível e competitividade sem precedentes; e se antes apenas eram muito poucos os elementos mais assíduos que tinham capacidade de tornar as voltas realmente selectivas, agora há cada vez mais gente, todos os domingos, capaz de o fazer. Não quero dizer que a nova realidade seja negativa; pelo contrário, é boa! – repito: saem a ganhar os que gostam de pegar na bicicleta ao domingo para andar... depressa, por vezes nos limites do esforço e da adrenalina. Mas não convém perder as rédeas da situação. Principalmente quando é bravia. Corre-se o risco de as coisas se tornarem indomáveis, fazendo perigar os pressupostos fundamentais destes encontros semanais. E assim, lá se vão as virtudes!

Esta introdução pode parecer... mais do mesmo. Mas, como se verá, serve de introdução à crónica da volta do último fim-de-semana. Uma espécie de abertura das mentes, para mais fácil interpretação das palavras que se seguem.

A tirada de domingo ficou marcada por uma fuga, duradoura, daquelas que obrigam a perseguir a sério durante vários quilómetros. Os seus autores, três e fortes no terreno que era (Manso «Cancellara», Rocha e Filipe), desaconselhavam relaxe do grupo perseguidor. Mas a verdade é que, às tantas – sem desprimor para o seu esforço –, lá atrás poucos pareceram preocupados. Poucos no início, mas não demorou muito para... nem um!
Explico. A fuga desenhou-se logo a seguir à Murgueira e consolidou-se, num ápice, na descida da Picanceira, onde comecei a mexer-me para controlar a distância no pequeno pelotão perseguidor (com Freitas, André, Hugo, de Negrais e Pina). Ou seja, não demorou muito a reacção. Na abordagem à subida da Encarnação, perante a passividade dos meus companheiros (sem o Pina, que já tinha deitado a carga ao mar em Mafra, ficara para trás) assumi o andamento, metendo o «Tempo». Até aqui, tudo normal...
À chegada ao alto (não faltavam mais de 30 metros), o Freitas sprintou (como sempre, nada de anormal!...) e o André respondeu. (Ok!, não é atitude muito correcta num grupo que devia unir-se e colaborar, mas enfim...). No entanto, eis que surpresa ou talvez não! O Freitas chama pelo André para continuarem a esticar pela descida, manobra que deve ser interpretada como tentativa de me deixar pendurado – a mim e ao Hugo, claro! Não tiveram êxito e tiraram tudo quando os agarramos.
Mas não foi tudo: no seguimento, quando o Hugo passou para frente do grupo e André tomou a liberdade de lhe ir dizer claramente para não o fazer. O rapaz nem deveria estar a perceber as intenções. Neste impasse, ainda antes de S. Pedro da Cadeira, o Freitas salta de esticão. Não foi longe. Ao ver que era o Hugo a fazer a perseguição, revoltou-se. Para mim, acabavam-se as dúvidas! O ambiente era hostil, e partir daí (e agora justificando o motivo da nota introdutória) ficava decidido que a fuga, se só a mim parecia interessar, tinha deixado!
Por isso, quando foi anulada, deveu-se às minhas passagens a fundo nos dois topos duros da estrada da Ventosa, apenas por interesse pessoal e não colectivo. Quando nos juntámos, os fugitivos não faziam a mínima ideia do que estaria a ocorrer. De tal modo, que face ao desentendimento, o «Cancellara» ainda teve ensejo para tentar novamente a sua sorte, embora, naquela altura já ninguém iria a lado algum sem que eu tivesse pernas para ir!
A aproximação a Vila Franca do Rosário abria mais uma «frente» de batalha: a derradeira. Depois dos topos do Turcifal, o Freitas passa para frente e mete o «passo». Com o movimento denunciou que não estava em condições de discutir a subida. Mas trabalhou muito bem até à passagem pela vila, imprimindo um andamento selectivo. O «Cancellara» foi o primeiro a ceder; depois foi o Rocha.
No início da rampa do Vale da Guarda, o Freitas dá-me um sinal amistoso – mostra-me a sua roda e diz que vai levar até ao topo. Mas não tem força. Nesse instante, quando o estou a render, o André ataca (ou simula...), mas cai sobre o guiador.
Assume o Hugo, muito bem, obrigando-nos a reagir. Leva a até ao alto, onde o André volta a tentar sair, novamente em vão. Destacados os três (o Filipe ficara com o Freitas), iniciamos a ligação à rampa final, da Malveira. O André não passa uma vez pela frente. Cerca de 200 metros antes da curva, surge de trás o Freitas, passando directo, mas não podia ir longe. Nunca depois do esforço que fez para recuperar! O efeito foi... de elástico.
O topo foi feito no «prego», a meias entre mim e o Hugo, mas foi o André a «carimbar» no alto.
Após a correria, o descanso. Em amena cavaqueira sobre as incidências, toda a gente concordava que a volta tinha sido... «gira». Principalmente os fugitivos, com motivos para estarem entusiasmados com o esforço despendido na iniciativa, mesmo que não tivesse resultado. De facto, são essas entre muitas outras situações típicas do ciclismo que tornam as voltas «giras».
Estava tudo sanado, a adrenalina baixara, mas da contenda perduram acções que penso só se justificarem num contexto de competição, em que a táctica se pode confundir com matreirice e desportivamente vale tudo, ou quase. A malta está aqui para se divertir, fazer «corridas» sem batedores, por ruas e vielas, meter os «rivais» no vermelho, castigá-los e castigarmos-nos! Mas sempre com desportivismo intocável. Como sempre digo, fazer um pouco de ciclismo sem as exigências das competições oficiais, federadas. Mas não transformemos, estas manhãs de convívio em jornadas em que impera a desconfiança e a falta de solidariedade próprias de corridas com adversários a sério! Cada um que participa nas voltas deve fazer a melhor leitura das ocorrências, guardar forças para os momentos em que se sente melhor ou de acordo com as suas características ou interesses, mas estar num grupo de conhecidos, de início a fim, com matreirice e hostilidade (para mais reincidentes) só contribui para fomentar a suspeição e condená-lo a morte lenta. Aos seus membros, que o prezam, cabe-lhes contribuir para que tal não suceda. Para reflexão!
Consequência imediata: desconfiadas as «comadres», o ambiente está mais que nunca propício a fugas. E o próximo domingo promete, com a alteração da volta que estava prevista (Marginal), devido ao corte do troço do Terreiro do Paço. Fica o novo percurso, que pretendeu manter as características do original. Embora, em minha opinião, mais interessante ainda! A conferir.


quarta-feira, fevereiro 11, 2009

Próximo domingo: S. Pedro da Cadeira



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Percurso:
Loures (posto BP)
Pinheiro de Loures: 2 km
Alto de Guerreiros: 6 km
Ponte de Lousa: 7 km
Lousa: 10 km
Venda Pinheiro: 14 km
Malveira (rot. Esq. p/ Mafra): 17 km
Alcaínça: 20,5 km
Carapinheira (rot. frt. Mafra): 25 km
Mafra (convento): 26 km
Paz: 27,5 km
Murgueira: 30 km
Encarnação: 42,5 km
S. P. Cadeira (dir. p/ Ventosa/Turcifal): 45,5 km
Turcifal: 57 km
Barras: 62,5 km
Vila Franca do Rosário: 67 km
Malveira: 71,5 km
Venda do Pinheiro: 76 km
Lousa: 80 km
Ponte de Lousa: 83 km
Loures (posto BP): 90 km

terça-feira, fevereiro 10, 2009

Ericeira: a crónica

No rescaldo da semana mais inflamada dos últimos tempos neste blog, a volta do passado domingo, para a Ericeira, foi mais nervosa que o habitual das saídas domingueiras do grupo Pina Bike. Não que se tivesse suspeitado da presença (devidamente identificada...) do instigador da polémica que aqui se instalou, mas porque algumas incidências deste início de temporada têm contribuído para acicatar a competitividade entre alguns elementos, quase sempre com epicentro na indomável irreverência do puto André.
Desde os primeiros quilómetros foi acesa a disputa – mais verbal que outra coisa... - com o Freitas. Quezílias saudáveis, embora por vezes desproporcionadas, mas já é grande a chispa que promete incendiar a contenda em próximas voltas.
Por outro lado, deu-se a coincidência de se terem juntado, durante a tirada, vários «federados», como o Paulo Pais, João Aldeano e o Marco Almeida (estes na Malveira), sem esquecer o Jony (este desde o início). Com esta companhia não se poderia esperar... calmaria, mesmo que esta tivesse perdurado - o andamento certo, pelo menos... - até já depois de Mafra.
Então começaram as hostilidades, com várias acelerações no falso plano descendente para a Ericeira. Primeiro o Paulo Pais, depois o Marco, em seguida o Aldeano, com os restantes a responderem à altura, nunca havendo distâncias entre pequenos grupos com mais de 20/30 metros. À chegada à Ericeira, o pelotão estava de novo compacto.
A subida da Foz do Lizandro para o Pobral traria, certamente, novas movimentações. Confirmadas! Começou por ser bem lançada ainda na rápida descida do Lizandro. O Aldeano esticou o grupo, mas fez a abordagem à subida em ritmo moderado, pautando-o em parceria com o Marco. Bom andamento nas primeiras centenas de metros, contudo insuficiente para desencorajar eventuais iniciativas e permitindo que à passagem pelo cruzamento da Carvoeira/Sra. do Ó, o Ruben saísse progressivamente do grupo, levando o André na sua roda. Os dois jovens pesos-pluma ganharam rapidamente cerca de 100 metros beneficiando de não haver alterações de velocidade na perseguição, que continuou a cargo do Aldeano e do Marco.
No cruzamento da Praia de S. Julião, o André atacou e libertou-se do Ruben – num excelente golpe! -, arrancando decididamente. Perante esta manobra, no pelotão o Freitas apercebia-se da demora da reacção e procurou convencer o Aldeano a forçar a perseguição. Então sem êxito. Nesse impasse, decidi «saltar», mesmo sabendo que desencadearia a correria – e sem ter a certeza que teria capacidade para aguentar o ímpeto que imprimi. Não tive! O Ruben, em clara perda, foi rapidamente aglutinado pelo vendaval, mas o André resistiu até ao alto do Pobral à frente, mesmo depois do Aldeano se ter lançado, por fim, ao assalto, passando por mim «directo», com o Freitas na roda. O Jony alcançou-me nos últimos metros da subida, e já foi em desaceleração que se formou um sexteto na frente, depois do Marco também se ter juntado um pouco mais tarde.
O relaxe não demorou... nada. O Marco não se coibiu de passar imediatamente ao trabalho, liderando o grupo, tendo este rodado isolado a bom andamento até Terrugem, durante cerca de 10 km. Aqui, a distância para os restantes era significativa. E então esperou-se...
Até Loures, apenas houve mais uma ou outra aceleração, destacando-se o tradicional sprint em Sta. Eulália, muito bem lançado pelo Aldeano e melhor terminado pelo Freitas; e no topo de Guerreiros, onde fiz o derradeiro forcing para gastar os últimos cartuchos – já com o grupo bastante reduzido.

quarta-feira, fevereiro 04, 2009

Próximo domingo: Ericeira

No próximo domingo, a volta é a da Ericeira, no seu traçado tradicional. Apesar do relevo acidentado que apresenta a primeira metade do percurso, no eixo Loures-Malveira-Mafra, o nível de dificuldade do percurso é significativamente inferior ao do último fim-de-semana, em Santiago dos Velhos. Tal com a distância, também menor.
Em jeito de curiosidade, recordo que na edição do ano passado desta volta, no pequeno grupo que participou (lembro-me do Freitas, do Salvador, do ZT...), às tantas, entre o Pobral e Odrinhas decidiu-se inovar e cortar à esquerda, para o vale de Cheleiros, estreando a interessante subida do Carvalhal - que vai dar a Igreja Nova. Aconselho vivamente a quem não conhece. Daí, e para não perder a embalagem, fez-se à ligação «parte pernas» para Alcainça.
Assim feita, a volta tem outras exigências! E de dificilmente selectiva, passa a sê-lo... e muito!

Fica a descrição do traçado original






segunda-feira, fevereiro 02, 2009

Tanta pólvora!

Como vaticinei, para mim foi mais um domingo higiénico. Tal como dizia o outro... «na caminha». O céu carregado e os pequenos aguaceiros que iam caindo às primeiras horas de manhã foram mais que suficientes para me desencorajar – e nem sequer era difícil! – a enfrentar a intempérie que se adivinhava.
Ok, confesso que também contribuíram para a decisão os indicadores dolorosos que a volta da véspera, com o grupo do Carlos e o Freitas, tinha deixado nas pernas. Preço a pagar pelo actual deficit de quilómetros.
Li com muito interesse a excelente crónica do Manso Cancellara - a quem agradeço pela colaboração na dinamização do blog! – e não me surpreendi com a animação reinante. Mesmo com grupo restrito e estrada molhada, o percurso acidentado dava-se a mudanças de ritmo que pudessem deixar o alheio sob pressão, e a distância longa faria certamente o resto. Depois, quando se junta tanta pólvora (já em avançado estado de ignição nesta altura do ano) bastaria acender o rastilho para que as explosões se encadeassem.
A afirmação final, que referes ter sido da autoria do Pina, é mais do que acertada, mas não é novidade deste ano. Os pápa-quilómetros já estão a bom nível e vão ser cada vez mais difíceis de controlar, principalmente em voltas com mais desníveis. Aos restantes, cabe-lhes gerir criteriosamente o esforço e as incidências das voltas, para assim tentarem atenuar as limitações.
Curioso, ainda, o comentário/correcção de um «1 dos Renatos» (qual deles seria!?...). Por duas razões: a primeira - que desde já elogio! – pela estreia neste blog (pelo menos em comentários de autor identificado!); e a segunda, porque dirigindo-se tão claramente ao atrevimento do puto André, demonstra que a combatividade por este revelada (e que lhe é habitual, mesmo que acabe por pagá-la, seja por cansaço ou por menos plausível «falta de quilómetros»), não deixa ninguém indiferente. Nem aos que apenas esporadicamente participam nas nossas voltas domingueiras, e por melhor treinados que estejam.
Ainda nota destaque para a presença do ZT e do seu pai, também eles enfrentarem, certamente com sacrifício, o clima invernoso. Como o primeiro recentemente aqui referiu, para não hipotecar a Clássica de Évora. Boa coragem!
Para a semana, a volta é para Ericeira - ideal para eu descansar... se voltar a chover!