segunda-feira, outubro 27, 2008

Inesperada intensidade, ou talvez não...

Ontem foi domingo de inesperado ciclismo a alta intensidade, quiçá ainda sob o efeito do Livramento-Óbidos da semana passada. Manhã primaveril de Outono, pelotão numeroso, percurso acessível, cerca de 100 km, plano nos primeiros dois terços e principais dificuldades perto do final. Condições favoráveis a andamento higiénico de fim de temporada. Se bem que isso esteja longe de ser regra neste grupo.
Afinal, a previsível tranquilidade deu em fuga, para mais de «gente» forte, duo imprevisto a exigir perseguição a condizer do pelotão. Ponto de partida: o empedrado de Vila Franca, onde poderia mais ser?! O Freitas a acelerar à frente do grupo, levando o novato André na roda. O pelotão estirou-se. Eu na cauda, a tentar passar o «pavé» com delicadeza... calmamente, mesmo sabendo que estava a arriscar demasiado. Sem surpresa, à saída da cidade tinha cerca de 300 metros de atraso para o pelotão. Iniciei a recuperação paulatinamente – com o sr. Zé na roda. Tentei levá-lo ao grande grupo com menos dano possível. A distância encurtava só muito pouco – mas só estava preocupado que os «tubarões» se apercebessem do meu atraso – sem eu próprio me aperceber que eles já não lá estavam.
Em Castanheira, o sr. Zé «libertou-me» – iria voltar no Carregado para Arruda, poupando-se ao troço de ir e voltar a Azambuja. Só à chegada ao Carregado encostei ao pelotão, e não demorei a perceber que ia nervoso! Por que razão? A resposta foi imediata: faltavam o Freitas e o André. E nem se viam...
O pessoal estava à nora com a perseguição. Eu precisava, primeiro, de recuperar forças. O pelotão não desacelerou e parecia empenhar-se mais na perseguição. Na grande recta de Vila Nova da Rainha, avistámo-los. A recta «toda» de avanço: tirei o tempo: 1.45 minutos. Muito! Estavam a rolar que se fartavam. A perseguição tinha de se organizar melhor e já não havia margem para facilidades. Até a Azambuja, fomos muito bem. Bom revezamento na condução do pelotão, a cerca de 40 km/h, e quando cruzámos com o duo já tínhamos retirado 30 segundos.
Com os fugitivos ali tão perto (do outro lado da estrada, em sentido contrário, mas ao mesmo tempo estavam mais longe do que pareciam) houve laivos de euforia no pelotão – demasiado precoces, na realidade. O trabalho não estava quase feito como poderia fazer crer a ilusão de óptica, e isso ficou provado na 2ª passagem pela recta de Vila Nova da Rainha: a distância praticamente não diminuíra desde Azambuja: 1.10 m.
Mas o mais difícil do terreno estava a chegar, para o pelotão e acima de tudo para os fugitivos, com o acumular da fadiga. Na primeira recta logo a seguir ao Carregado, nova contagem de tempo: surpreendentes 45 segundos. Depois de Cadafais: 30 segundos apenas. O contacto visual facilita os perseguidores e é péssimo para quem está em fuga. Começava agora o terreno ondulado. A coisa estava com boa cara. Logo nas primeiras rampas, a fuga estava controlada. Foi isso que transmiti às tropas, já reduzidas a menos de uma dezena de elementos. À chegada Arruda, havia apenas 200/300 metros – e assim se manteve a distância na recta ascendente em direcção ao Sobral. Havia que agravar o desgaste dos fugitivos, adiando ao máximo a junção. Isso parecia não agradar ao Ruben (grande contributo na perseguição!), que mostrava alguns sinais de impaciência. Procurei tranquilizá-lo. Aqui ou ali, verbalizava alguma fadiga. Momentos que passam! E passaram.
Naquela altura, apenas restavam o Carlos do Barro (boa ajuda nos topos de Arruda) e o brasileiro (limitando-se a aguentar). Pouco antes tinham ficado o Capitão e o Evaristo.
No final da rampa dos semáforos, a fuga foi anulada. Um quarteto formava-se. Tomei o comando sem hesitar, havia que manter a intensidade, pois a subida estava já muito perto. O Ruben correspondeu. O André também. O Freitas parecia abdicar, mas era «táctica»: atacou! Mas o trio respondeu. Entrei na subida à frente, a 36 km/h. Em seguida, novo ataque do Freitas. Novamente com resposta eficaz. E de imediato, contra-resposta excelente do Ruben, a causar estragos. O André perdeu-lhe a roda e «arreou». Eu geri o choque e depois encostei. O Freitas ficou definitivamente. Fomos os dois embora. Até ao alto de A-dos-Arcos, onde ele demonstrou ser mais forte – coroando uma prestação global de muito bom nível. Mereceu-o inteiramente.

Notas de destaque para o esforço dos dois fugitivos: Freitas e André. Capacidade para se destacarem e consolidarem a fuga em terreno plano, onde é tradicionalmente difícil contra o «rolo compressor» que é o pelotão Pina Bike, qual bando de perseguidores esfaimados, numa aventura que durou várias dezenas de quilómetros. O facto de terem claudicado perto do final é perfeitamente justificável, pelo grande desgaste que foram acumulando.

Elogio ao pelotão perseguidor, na sua globalidade, pela entrega ao trabalho e organização acima da média. Nem sempre o mais importante é a colaboração de todos, mas antes o empenho e generosidade.

terça-feira, outubro 21, 2008

«Livramento-Óbidos 2008: um êxito!

A 2ª edição da Clássica «Livramento-Óbidos» – 2008 superou as expectativas, «ameaçando», desde já, abrir janela de novas oportunidades no ciclismo amador, não só regional, mas, porque não, a médio prazo à escala nacional – exemplo de prova ciclo-desportiva de estrada «à séria», que tanto tarda para desespero de muitos milhares de praticantes que gostam de fazer ciclismo que continuam à míngua! Pelo menos, demonstrou que, com empenho e competência (neste caso, sob a liderança de apenas uma só pessoa, imagine-se - o camarada Paulo Pais), é possível ultrapassar o marasmo em que está imerso o ciclismo português na organização de provas não federadas.
O «Encontro de Ciclistas Livramento-Óbidos» não tem fins competitivos nem é «passeio» de cicloturismo: é um «Open» que junta praticantes de todas as idades, sexos e níveis atléticos díspares, de profissional (se fosse esse o caso) a domingueiro, num percurso acessível de pouco mais de 100 km, mas com condições quase sempre muito favoráveis à passagem delicada de uma caravana ciclista com mais de sete dezenas de elementos, sem policiamento ou restrições de trânsito. Há por isso um mínimo de regras – muito bem aceites e amplamente respeitadas –, este ano apuradas para corresponder ao aumento exponencial, para quase o dobro, de participantes em relação a 2007.
Cumpriu-se, praticamente na perfeição, o objectivo proposto para esta jornada-convívio de final de temporada organizada pelo Paulo Pais – a quem, repito, rendo homenagem pela dedicação e espírito de companheirismo inexcedíveis com que soube conduzir as operações. Por tudo isto, iniciativas deste género são sempre de acarinhar.A forte adesão ao evento foi demonstração cabal do seu êxito. O pelotão que se reuniu, às primeiras horas da manhã, no Livramento, contou com mais de 70 ciclistas, entre amigos, velhos e novos conhecidos, federados e não federados, equipas e agrupamentos, que aceitaram o repto, contribuindo, sem excepção, pelo segundo ano consecutivo, para excelente jornada de ciclismo.
Pouco depois das 9h00, o enorme pelotão, dividido em dois grupos, lançou-se à estrada para cumprir os 104 km de ida e regresso à vila histórica de Óbidos. O dia amanheceu enevoado e nos primeiros quilómetros, a ritmo bastante moderado, sentiu-se demasiado a frescura. Até Óbidos, a «temperatura» no pelotão não foi mais do que... amena. Durante a primeira parte do percurso (52 km até Óbidos, onde os grupos pararam durante alguns minutos para reagrupamento e reabastecimento), o andamento foi leve, a espaços mesmo muito leve, ligeiramente abaixo dos 30 km/h de média. Cumpriu-se «regra» estabelecida – a corda deveria soltar-se só no regresso. E soltou-se depois do Bombarral, no início da subida para Outeiro da Cabeça e nunca mais parou – não em Torres, como sucedeu na edição de 2007, mas só no Livramento.
A selecção definitiva deu-se apenas nas principais (e finais) dificuldades do percurso, desde logo à saída de Torres, a caminho de Catefica (rotunda da A8), isolando dois fugitivos e restringindo a perseguição a um pequeno grupo com meia dúzia elementos; até à rampa final da Azueira, aqui tanto entre o duo da frente, como no grupo que o perseguia.
Eis algumas médias horárias nalguns pontos de passagem no regresso de Óbidos. (registadas por mim, integrado entre os elementos da dianteira até à subida de Catefica):
Óbidos-Bombarral: 34,5 km/h; Bombarral-Outeiro da Cabeça (alto): 36,2 km/h; Outeiro-Torres: 44,1 km/h; Torres-Livramento: 37,3 km/h.
Média na 2ª parte do percurso: 38 km/h (demorou-se menos 25 minutos que na 1ª)
Média final: 33 km/h.
Tempo final (meu registo; os primeiros devem ter chegado 30 a 45 segundos antes): 3:09.40 h.

A destacar, em particular, a forte adesão do grupo Pina Bike – e a sua excelente prestação global, aliás, como é habitual mesmo face a fortíssima «concorrência». Mesmo que entre esta, estivessem alguns ciclistas mais empenhados que outros, outros mais «pró convívio», outros em «baixa» no defeso de uma temporada de competição – mas todos, sem excepção, envolvidos em garantir o sucesso de um evento que – repito! – merece continuar a ser acarinhado!
Para o ano há mais!

Agradecimentos da organização: Sra. Salomé, da Herbalife (marca de complementos para alimentação e dietéticos); Bicigal (loja de bicicletas em Torres Vedras), Sporting Clube do Livramento, à Junta de Freguesia de Azueira e à Vitargo (marca de alimentação desportiva).

terça-feira, outubro 14, 2008

Tudo a postos para o «Livramento-Óbidos»


(Clicar na imagem para aumentar)


No próximo domingo, dia 19 de Outubro, vai realizar-se o 2º Encontro Ciclista «Livramento-Óbidos-Livramento», evento promovido e organizado pelo camarada Paulo Pais, que reunirá numeroso e ilustre pelotão, esperando-se mais de 70 participantes.
A concentração está marcada para as 8h30, junto ao pavilhão gimnodesportivo do Livramento, e a partida prevista para as 9h00. O percurso ligará a Óbidos, por Torres Vedras e Bombarral, com regresso a Livramento (local da partida) pelo mesmo trajecto, num total de 107 km.Para evitar aglomerações na estrada nos quilómetros iniciais, para maior segurança está previsto que os participantes partam divididos em grupos (saída Sul do Livramento), com alguns minutos de diferença.
O percurso seguirá pela Estrada Nacional 8 (EN8), por Caneira, Turcifal, Carvalhal, Catefica e Torres Vedras. A passagem por Torres far-se-á pela Radial nova (via rápida), virando à esquerda na primeira rotunda à entrada da cidade, seguindo-se até à última (Sta. Cruz), onde vira à direita; e na rotunda seguinte, junto ao jardim, em frente, para Bombarral/Lourinhã. O desvio, à direita, para a estrada do Bombarral (EN8) far-se-á cerca de 500 metros após a anterior rotunda. A seguir: Ameal, Ramalhal, Outeiro da Cabeça e Bombarral. E daqui para Óbidos, pela EN114.
A organização estabeleceu que, à semelhança de 2007, o andamento do pelotão (ou pelotões), na primeira metade da prova, seja «certo, relativamente moderado», de modo a que o grupo chegue compacto a Óbidos – repetindo a boa experiência do ano transacto. Em Óbidos deverá respeitar-se uma paragem breve, para reabastecimento, antes de dar meia-volta, por percurso idêntico.
No regresso, principalmente a partir do Bombarral, o andamento será «livre», e ao contrário do que sucedeu na edição-2007 não haverá neutralização em Torres Vedras, continuando, em andamento livre, até ao final, no Livramento (local da partida).
O trajecto de regresso, na passagem por Torres Vedras, far-se-á tal como na ida: pela Radial, da primeira à última rotunda, seguindo-se para a Estrada Nacional 8 (EN8), em direcção à «recta dos stands» e posterior subida para Catefica; depois pelo Turcifal e Caneira, onde se sai da EN 8, à direita para o Livramento (entrada Norte).
No final, serão disponibilizados balneários para banhos, seguidos de almoço de confraternização.Depois do êxito do 2007, prevê-se outra jornada de ciclismo muito especial, com o propósito de juntar velhos e novos conhecidos, e a que não deverá faltar dose de competitividade ao nível dos seus participantes.

sábado, outubro 11, 2008

Domingo, 12 - Torres Vedras

Volta de amanhã, domingo, dia 12

Hora de partida: 8h30
Local: Bombas BP de Loures

Percurso:
Loures
Tojal (p/ Bucelas)
Bucelas (p/ Sobral)
Arranhó
Forte de Alqueidão
Sobral (esq. p/ Feliteira, descida perigosa)
Feliteira (dir. p/ Dois Portos)
Dois Portos
Ribaldeira
Runa
Cruz EN9 (à esq. p/ Torres Vedras)
Ordsqueira
Torres Vedras (em frente para p/ rotunda A8)
Rotunda A8 (esq. p/ Torres centro- Arena Shopping)
Torres Vedras (p/ Circular Exterior)
Rotunda (Serra da Vila)
Catefica
Turcifal
Caneira
Barras
Vila Franca do Rosário
Vale da Guarda
Malveira
Venda do Pinheiro (em frente p/ Lousa)
Lousa
Guerreiros
Loures

Distância: 85 km