domingo, outubro 28, 2007

Enfim, o defeso...

Esta semana, a habitual crónica da volta domingueira fica à responsabilidade de um dos seus participantes, como, aliás, já sucedeu em ocasiões anteriores. Tomem a «palavra», então, os intervenientes...

Quanto a mim, a entrada do «defeso» em definitivo justificou a ausência. Chegou o momento de reduzir a actividade física ao mínimo indispensável, retemperando forças e evitando intensidades altas e a sua tentação (irresistível em saídas de grupo). E ainda mais importante, aproveitar para estar mais perto da minha família, compensando-a (ou tentando!) do muito e precioso tempo em que esteve privada da minha companhia durante este longo e preenchido ano desportivo.

quinta-feira, outubro 25, 2007

Clássica de Torres

Próximo domingo (dia 28) - Clássica de Torres
Velha conhecida, com traçado no sentido do Forte de Alqueidão, Sobral e Runa, e regresso por Vila Franca do Rosário e Malveira.
Distância aprox.: 82 km

ATENÇÃO! A HORA MUDA NO DOMINGO!

ATRASA-SE 1H00! ÀS 8H30 (hora de patida) SERIAM 9H30!

terça-feira, outubro 23, 2007

Instantâneos do Caneira-Óbidos

Eis algumas imagens do Caneira-Óbidos, do último domingo (gentilmente cedidas pelo camarada Carlos Coelho). Tudo o que se vê é relaxe e sorrisos rasgados, mas nem sempre foi assim!...























segunda-feira, outubro 22, 2007

Caneira-Óbidos 2007: a crónica


O 1º «Caneira-Óbidos» foi um enorme sucesso! Cumpriu, praticamente na perfeição, o objectivo proposto para esta jornada-convívio de final de temporada organizada pelo camarada Paulo Pais – a quem, desde já, rendo homenagem pelo empenho e espírito de companheirismo inexcedíveis com que soube conduzir as operações.
A forte adesão ao evento foi demonstração cabal do seu êxito. O pelotão que se reuniu, às primeiras horas da manhã, no Livramento, contava com cerca de 40 elementos, entre amigos, velhos e novos conhecidos, na maioria habituais adversários nas corridas federadas de veteranos, aceitaram o repto do Paulo, contribuindo, sem excepção, para excelente jornada de ciclismo. Lá estiveram elementos das equipas Janotas & Simões, Amiciclo Grândola, Viveiros de S. Lourenço, entre outras, não faltando um destacamento dos domingueiros Pina Bike, composto por mim (Ricardo), Freitas, Renato, Salvador e o líder: Grande Abel.
Pouco depois das 9h00, o pelotão lançou-se à estrada para cumprir os cerca de 107 km, de ida e regresso, à lindíssima vila de Óbidos. O dia amanheceu nublado e nos primeiros quilómetros, a ritmo moderado, sentiu-se demasiado a frescura até ao início da subida de Catefica. Depois e até Óbidos, a «temperatura» no pelotão não foi mais do que... amena.
Durante a primeira parte do percurso (cerca de 53 km até Óbidos, onde o pelotão parou durante alguns minutos para reabastecimento líquido), o andamento foi leve, a espaços mesmo muito leve, o que pôde ter surpreendido considerando a «natureza» dos participantes. Todavia, cumpriu-se «regra» que ficara estabelecida – a corda deveria soltar-se no regresso.
Houve apenas um momento que chegou a gerar algum nervoso miudinho: o Abel furou à entrada de Torres e durante o impasse para aguardar a sua reintegração o pelotão fraccionou-se em dois, sendo que o segundo grupo, às voltas pela nova variante da cidade, só mais tarde se apercebeu que o Abel após ter trocado a roda atalhou pelos arruamentos do centro (conhecimento preciso do terreno, lá está!). Então, para os detrás a eventualidade de os da frente aproveitarem a situação dificultando a recolagem. Não foi isso que sucedeu, e bem. O grupo dianteiro «marcou passo» e não foi necessário grande esforço para o detrás recuperar. Depois deslizou-se até Óbidos, onde se cumpria uma média ainda assim bastante simpática de 30,5 km/h.
O regresso

Uma vez, de novo na estrada, o pelotão demorou a abrir as hostilidades que se previam. Entre Óbidos e Bombarral, apenas se saltou 3 ou 4 km/h, para uma velocidade de cruzeiro, em falso plano ascendente, que raramente subiu dos 35 km/h. Nesta altura, o Renato partilhava a condução do grande grupo com o João Aldeano, mas o «nosso» estava mesmo empertigado e não demorou a dispensar parceria, acelerando à frente na subida para o Bombarral – onde um ligeiro percalço na escolha do caminho cortou, de novo, o ritmo.
Aguardou-se, então, pela saída do Bombarral. Estrada ampla, bem asfaltada, não haveria melhor palco para altas cavalgadas. Mas a coisa demorava a «pegar». E teve de ser novamente o Renato a dar o mote. Não saiu com força, mas com pedalada suficientemente vigorosa para começar a ganhar metros com rapidez.
As tropas reuniram-se de pronto, mas durante algum tempo não houve quem ousasse tomar a iniciativa da perseguição. Fê-lo, então, o João Aldeano – e alto e bom som: «É para anular já ou quê?». Nem precisou de esperar pela resposta. Lançou-se na perseguição e desencadeou fortes movimentações no pelotão. A partir desse momento, finalmente estava lançada a «corrida»...
O Renato não demorou a ser absorvido e a haver novos ataques. E novas perseguições, e mais ataques – e uma tentativa do Freitas para se isolar, sem êxito. E de outros, também condenadas ao malogro. Impossíveis naquelas condições!
Não se parou mais até Torres. Depois da longa subida para Outeiro da Cabeça, muito rápida a descida, a espaços acima dos 50 km/h. Alta velocidade. Eis o primeiro topo mais acentuado, de 500 metros. O pelotão passa e nem se dá por ele – pelo topo, entenda-se! Bom sinal: os Pina Bike estão no primeiro grupo – à excepção do Abel.
As acelerações sucedem-se e o andamento não cai nem por instantes. Os Pina Bike não largam os primeiros postos. O Renato sempre muito activo, a impor andamento pesado, o que acabava por lhe custar alguns metros e esforço de recuperação sempre que saíam ataques detrás. Algum nervosismo a mais do Freitas no desencadear de cada perseguição. Para mim, estava (mais ou menos...) controlado. Ainda fechei alguns espaços, sem grande desgaste.
Repito: àquela velocidade, naquele terreno seria muito difícil a alguém destacar-se do pelotão – mesmo a um pequeno grupo. O «pro» da Antarte também esteve na liça e foram dele uma ou duas mudanças de velocidade a merecer resposta aplicada. Pareceu-me o único capaz de surpreender. Naturalmente. Mas nem ele.
A selecção

A subida do Ameal apresentava-se com o último ponto de selecção. Aproveitando o andamento forte à cabeça, mantenho-me nos primeiros postos e salto para frente nos últimos 100 metros. Até ao alto ganho 10/15 metros para um trio de que fazia parte o Freitas e um Janota. Os Janotas, em maioria, estiveram sempre muito mexidos. «Aponto» para a descida e aguardo pela sua chegada do trio. Mas não houve entendimento e o pelotão (ou o que restava dele) fechou rapidamente a distância.
Até ao cruzamento da estrada da Lourinhã/Torres, ainda voltei a forçar no último topo, mas incapaz de fazer qualquer diferença para o pelotão que rodava a alta velocidade. O primeiro grupo contava com 17 unidades – e todos os Pina Bike incluídos (como anteriormente, à excepção do Abel). Muito bem! Entre Bombarral e Torres Vedras, a média foi superior a 40 km/h!
Em Torres aguardou-se pela reintegração do Abel e dos mais que foram ficando para trás nos 20 km precedentes... Com isso, o pelotão não voltou a rodar compacto de regresso ao Livramento.
Tempo ainda para esgotar o depósito (como bem disse o Renato!), mas agora numa «questão» exclusiva aos Pina Bike’s – entre mim, ele e o Freitas. Foram os únicos a irem no meu encalço, à saída de Torres, quando o aperto do meu horário (familiar/profissional) já não permitia andamento de descompressão. Média final: 33 km/h.
A seguir ao «tratamento», para os restantes seguiu-se merecida comezaina e tertúlia pela tarde dentro. Repito: iniciativa com enormíssimo êxito, creio que opinião partilhada por todos os que nela participaram. A repetir! E não só uma vez por ano! Parabéns e muito obrigado à rapaziada e especialmente ao Paulinho! Quem mais, senão ele, para juntar, em sã convivência, tantos «galos»!?

Notas de observador

À chegada a Óbidos, o Renato afirmava estar um pouco defraudado com o andamento «demasiado baixo» registado até aí. Disse que esperava «mais» de um pelotão com tantas «feras». Queria mais. Não concordei, mesmo compreendendo o motivo do seu descontentamento. No meu ponto de vista, a sua opinião pecava por defeito... de antecipação. Como se provou, no regresso, naqueles 20 km de aço. De resto, mesmo em relação ao andamento na primeira parte do percurso, até a própria média, superior a 30 km/h (incluindo o furo do Abel), não justificava a insatisfação. Inclusive de quem está com «ganas» de dar largas ao exponencial momento de forma que atravessa. E houve tempo para fazê-lo! Mas se a média tivesse sido 1 ou 2 km/h mais alta, creio que também ninguém se queixaria!

De qualquer modo, em abono da posição do Renato, há um facto que passo a descrever. Esta jornada acabou por não ser tão exigente como um memorável treino no início de Junho deste ano, com um grupo muito menos numeroso – além de mim, do Paulo, do Luís Runa e do João Aldeano, estavam o Jony e o Mário (cunhado do Paulo Pais – a quem envio um abraço e o agradecimento pelo elogio ao blog!). Então, entre a Caneira, Torres, Cadaval, Bombarral, Torres e Caneira, fez-se 34 km/h de média. O andamento chegou a ser infernal nalguns pontos do trajecto, como referi, na altura, em crónica neste blog. Aliás, apesar dos 40 km/h de média entre Bombarral e Torres (fez-se em menos 6 minutos do que naquele treino de Junho), este troço pareceu mais duro de passar naquele dia, devido a fortíssimos ataques nos topos mais acentuados. Desta vez, passou-se melhor... pois o comboio vinha mais lançado. E também o facto de a primeira parte ter sido tão calma contribuiu para a tirada de ontem ter sido mais acessível! Aqui reside a ponta de razão do amigo Renato. Para quem está bem, a vontade é carregar nos crenques e que o andamento seja sempre selectivo! Por isso, apesar dos tais 20 km frenéticos, ficou-lhe algum sabor a pouco...

Afirmação curiosa teve o Zé Henriques (que não participou devido a avaria na bicicleta antes da partida), que acompanhou o pelotão no «carro de apoio», enquanto aguardávamos os retardatários em Torres Vedras. Entre estes estava o «nosso» Abel, que demorava a aparecer. Às tantas, tive a «infeliz» ideia de o questionar sobre o facto do carro de apoio não ter acompanhado os últimos, em vez dos primeiros, que não deveriam necessitar tanto de auxílio. A resposta do Zé e o próprio tom da mesma foram elucidativos: «A ideia era assistir ao que se passava lá na frente», admitiu. À corrida, está a ver-se! Terá valido a pena, arrisco dizê-lo...

terça-feira, outubro 16, 2007

«Caneira-Óbidos»

No próximo domingo, dia 21, vai realizar-se o 1º «Caneira-Óbidos», encontro-convívio para assinalar o final da temporada de 2007, promovido pelo camarada Paulo Pais e que deverá reunir numeroso e ilustre pelotão.
A concentração está marcada para as 8h30, junto ao pavilhão gimnodesportivo do Livramento, e a partida prevista para as 9h00. O percurso ligará a Óbidos, por Torres Vedras e Bombarral, com regresso pelo mesmo trajecto, num total de aproximadamente 105 km.
Para evitar aglomerações nos quilómetros iniciais, está previsto que os participantes partam divididos em grupos, que se reunirão durante a primeira fase do percurso, provavelmente logo à saída de Torres para o Bombarral, quando a estrada é mais larga.
No final, no regresso, estabeleceu-se uma neutralização em Torres Vedras, junto à estátua de Joaquim Agostinho, onde se procederá, se necessário, ao reagrupamento, após o que se concluirá o troço em falta, de volta ao Livramento. Aqui, serão disponibilizados balneários para banhos, seguidos de almoço de confraternização.
Prevê-se uma jornada de ciclismo muito especial, com o propósito de juntar velhos e novos conhecidos, e a que não deverá faltar dose de competitividade ao nível dos seus participantes.

domingo, outubro 14, 2007

Maratona BTT de Alcácer

A minha estreia em maratonas de BTT foi de bradar aos céus! Quedas para todos os gostos e um empeno que não há memória!
Antes da crónica da atribulada prova, importa destacar a extraordinária prestação do Renato Hernandez, que se classificou na terceira posição! O Nuno Garcia também esteve muito bem (15º), tal como o Fantasma, que preferiu atrasar-se (inclusive ficando atrás de «básicos» do trilho, como eu) por uma boa companhia feminina – a bela da Sónia, a melhor que esteve nos montes de Alcácer do Sal. «Melhor», entenda-se, por primeira da sua categoria.
Agora a história. Devo sublinhar que fui perfeitamente «ao engano», mesmo que ninguém me tivesse, realmente, enganado! Eu próprio, devido à inexperiência, avaliei por defeito as características do percurso em relação às minhas capacidades. Ou seja, o trajecto foi demasiado exigente para as minhas habilitações no BTT. Tão longa distância (102 km), no mato, torna-se uma tortura para o corpo. Estava a contar com pouco mais de 4 horas, saíram-me mais de cinco e meia.
Porque não estava a contar com nada desses «extras», avaliei mal a própria gestão dos líquidos e da alimentação. Tanto mais, que ainda não tenho a destreza suficiente para tirar as mãos do guiador mais de 5 segundos sem perder o controlo da bicicleta.
De resto, a falta de rotina nestas lides tornou-me o rei do mergulho na areia. Foram muitas as quedas, mais uma dezena, demasiadas segundo a opinião da maioria das pessoas com quem falei, quase todas em troços muito arenosos – e eram bastantes ao longo do percurso –, e que foram deixando marcas físicas e anímicas negativas.
Como se não bastasse a estreia ainda teve direito a um furo. Felizmente, a camaradagem impera nesta especialidade do ciclismo e contei com preciosa ajuda na troca da câmara-de-ar.
Mas não foi tudo. A partir de metade do percurso, de tão maltratada, a bicicleta deixou de colaborar (e tinha razão!...), não permitindo engrenar as mudanças mais leves da pedaleira intermédia. Ou seja, nas picadas mais íngremes não havia outra coisa a fazer que levá-la à mão. Mesmo assim, não foi mau, porque na segunda metade do percurso foram poucas. Menos só com a pedaleira grande, passei relativamente bem só esbarrando no solo a cada areal em que passava! Assim, mesmo tendo concluído a prova em sofrimento físico e muito dorido, foi penoso, o resultado final (creio que 23º), que considero positivo, fica a dever-se exclusivamente à componente atlética. E nada mais!
Camaradas, o BTT é duro, muito duro para quem começa. Recomendo a quem pretende dar as primeiras pedaladas no trilho puro e duro – e apenas tem experiência de estrada (como eu) ou do eixo Parque das Nações Norte-Sul, que reduza as expectativas pessoais. Nem pensem em arriscar em maratonas e desconfiem do desnível acumulado (os sites das provas disponibilizam-no quase sempre). Além disso, malta que lá anda, sabe do ofício, não facilita. Ao contrário da estrada, não se vê quem queira desafiar o limite das suas capacidades. Porque, se o fizer, pode «acabar» mal e no meio de nenhures.
As indicações com que fiquei é que existe um grupo de elite (em que o Renato se incluiu nesta prova), que junta excelente preparação física a uma técnica muito apurada e tem andamento muito forte, outro que faz uma gestão criteriosa do esforço e da habilidade para ultrapassar, o melhor possível, os obstáculos e a distância. É este patamar que ambiciono, mas ainda falta bastante prática para lá chegar...
Em suma, «desenganem-se» os que crêem que a condição física é suficiente no BTT. Sem uma boa dose de técnica e experiência, a tensão é permanente e o esforço é desmedidamente maior, com a agravante das quedas e dos sustos. Aliás, durante algum tempo (pouco) consegui sentir algum equilíbrio esforço/técnica, em que as coisas começaram a sair com alguma naturalidade – e então tudo foi diferente... para melhor! Até uma boa «roda» encontrei, como na estrada. Infelizmente, este estado de graça acabou depressa, interrompido por um furo. E depois voltou tudo ao início. Pior, ainda com mais areia!

P.S. Refira-se que o Jony também alinhou, mas teve de abandonar cerca dos 30 km por motivos de saúde.

sexta-feira, outubro 12, 2007

Actividade, muita actividade...

Amanhã (9h00), Maratona de BTT «Vale do Sado», Alcácer do Sal.
Distância: 100 km
Desnível acumulado: 1560 metros
Equipa: Fantasma, Jony, Nuno Garcia, Ricardo e Renato


Domingo (8h30): Loures, bicicleta de estrada: Volta do Infantado (Porto Alto).
Distância: aprox. 110 km
Para roladores!

Próximo domingo: Caneira-Óbidos-Caneira, bicicleta de estrada (organização Paulo Pais); Pelotão de elite! Mais destaques ao longo da semana.

segunda-feira, outubro 08, 2007

Bons momentos na Carnota

Alguém acreditava que a volta de domingo, para a Carnota, serviria para «limpar o ácido» das jornadas exigentes do feriado de sexta-feira? Logo nas primeiras rampas do Sobral, o Freitas meteu passo acima do moderado, forçando os restantes a optarem entre (tentar) seguir ou abdicar para um andamento mais higiénico.
O Grande Abel, um dos heróis da Ericeira, foi no engodo da sua habitual abnegação e rapidamente pagou a factura. O Jony fez-lhe companhia e ajudou-o a recolocar-se quando o pelotão decidiu esperar. Mas o comedimento foi «sol de pouca dura». O Freitas voltou a carregar nos pedais e, nessa altura, fez-se a selecção definitiva. Seguiram-no o Salvador, o Fantasma e eu. As despesas foram da sua exclusividade até ao alto, e no ferro-velho de Arranho o grupo perdeu o primeiro elemento: o Fantasma, cujo esforço de dois dias antes pesou na sua condição física durante a volta.
Com o aproximar do cume do Alqueidão, o Freitas castigou mais ainda. Eu, como o Salvador, largámos pouco antes do «descanso» do cruzamento de A-dos-Arcos. Ele definitivamente e eu, por instantes, com a intenção de manter a distância para não sacrificar os músculos, tentando depois recuperar na rampa final. Consegui só o primeiro objectivo – porque o homem da frente não estava para dar tréguas! E deu a primeira prova do dia da sua excelente forma.
A descida do Sobral para Arruda foi rápida, como habitualmente, motivado pelo perfil do traçado. A suave inclinação e os vários relevos dão «ganas» de acelerar o comboio. Quem o fez primeiro, fá-lo quase sempre bem! E quem? O Grande Abel, pois claro! Depois foi rendido, acabando o Jony por meter velocidade de cruzeiro elevada até Arruda.
Daí para os Cadafais, não houve grande história. O grupo ainda chegou a partir-se na descida, com o Fantasma a liderar na dianteira, mas lá de trás os mais fortes não demoraram a fechar o espaço. Não me apetecia nada e fui o último a juntar-me!
Nos Cadafais, o Jony deixou-nos, seguindo para o Carregado. O Fantasma só resistiu à tentação de fazer precisamente o mesmo, porque não pôde defraudar a voz do «exemplo»: do Grande Abel. De qualquer modo, ambos (e também o Luís) subiram a ritmo bastante moderado.
No início da Carnota, procurei meter um passo confortável, mas o Freitas estava com ideias fixas. Rapidamente saltou para patamares de intensidade altos. Eu e o Salvador aceitámos o repto e fomos até aguentar. Não muito mais além! O ritmo não era fácil e, às tantas, o Salvador deu-me sinal, oferecendo-me a roda do Freitas, que preferi rejeitar, preferindo dar-lhe algum espaço naquela fase. Foi um erro, para quem teria a ideia de repetir a «estratégia» do Sobral: subir ao meu ritmo, deixando-o entregue a si próprio, e depois na fase mais inclinada da subida (últimos 3 km, após Santana), tentar fechar a distância. Impossível para mim! Até lá, rolou-se, em perseguição, a alta velocidade, mas sem que o líder cedesse um metro sequer. Na minha roda, muito bem o Salvador. Pena que não pudesse ajudar-me. Mas já fez muito, acredite-se!
Quando entrou a subida propriamente dita estávamos, à custa de muito esforço, a cerca de 10/15 segundos do Freitas. Distância recuperável se, à frente, houvesse uma quebra, mesmo que ligeira. Só que não houve! Pelo contrário, a distância aumentou paulatinamente e no alto foi quase o... dobro. Excelente forma a do Freitas! Arrisco mesmo dizer que está no ponto mais alto de toda a temporada – incluindo a altura da Etapa do Tour. E estamos em Outubro!
O Salvador largou a minha roda apenas no último 1 km da subida, e aguentou com grande mérito, demonstrando também estar numa das suas melhores fases da época.
A partir daqui, moderou-se muito mais a força de pedalada. Mesmo com nova passagem pelo Alqueidão, não houve mais movimentações hostis. E o sprint para o alto só aconteceu porque o Salvador «picou» o Freitas na subida, que não quis dar o flanco depois de dizer que ficaria com o Abel. O sprint correu-me bem e fiquei com a improvável sensação que poderia ter dado luta séria ao Freitas se tivesse conseguido meter a pedaleira grande durante a aceleração. Sprintei em 36x12!
Mas a confirmação veio pouco depois, à chegada a Bucelas, depois de uma descida fantástica, com toda a gente a passar pela frente. Só que, de forma pouco habitual nele, o Freitas ficou na frente à saída da Bemposta. Por um instante, tive o impulso de antecipar a aceleração, quando o ritmo baixou, mas ele estava muito atento e respondeu de imediato. Entretanto, aliviei (embora ainda nem sequer tivesse embalado) mas ele decidiu arrancar ainda antes da última curva. O Fantasma agarrou-lhe a roda e eu a dele. Nos últimos 200 metros, senti que estava em condições de discutir o sprint e ainda tive de adiar a aceleração porque houve algumas mudanças de trajectória. Com o sprint lançado a 55 km/h, fiquei lado a lado com o Freitas e adiantei-me no final ao conseguir aguentar um pouco mais o esforço, dando por mim numa posição muito pouco ortodoxa em cima da bicicleta – «quase» sentado no guiador!
Compreensivelmente, rejubilei com o feito! Perdoem-me os meus companheiros pela comemoração efusiva, mas a sensação foi óptima. Como deverá ser, quando conseguimos superar-nos... e aos colegas – para mais em «especialidades» em que não somos tão fortes.
Por tudo isso, incluindo os bons momentos de ciclismo no Sobral e Carnota, foi uma volta muito interessante...

sexta-feira, outubro 05, 2007

Grande jornada para a Ericeira

Hoje de manhã, para a Ericeira, grande jornada!
Abel: o exemplo de fibra e coragem de sempre
Pina: sempre presente e solidário; a forma ainda não dá para mostrar «serviço»
Fantasma: amigo do «ferro», sempre disponível, mas hoje com grandes dificuldades para «aturar» o Evaristo e o Pintainho.
Samuel: atitude impecável: defender-se bem a maioria do percurso e acabar ainda com «alma» para dar.
Luís: devido a uma má disposição, não deu para demonstrar a evolução que vem vindo a registar, depois de longos meses de ausência. Há dias assim! Mas é para continuar!
Evaristo: o mais forte concorrente do Fantasma no gosto pela «vampiragem». Gosta de castigar quando a a força ainda abunda, mas ontem mostrou, no final, ainda tem mais um «bocadinho» que a sua «sombra». Foi capaz de meter o pelotão a 60 km/h a caminho da Ericeira. E foi o terceiro homem em Sta. Eulália.
Pintainho: agradável surpresa. Terceiro homem na montanha e muito trabalho à frente do grupo... a rolar contra o vento! Chapeau!
Hugo: confirmação de grande atleta, a sua fama de mauzão mete em sentido quem o conhece do BTT. Excelente subida para o Milharado - surpreendeu-me muito a maioria do elementos do pelotão que não cederam um metro, perante um andamento verdadeiramente selectivo. Muito bom ainda na Foz do Lizandro, a guardar-se bem na minha roda, rendendo-me nos últimos 500 metros. E a «ferro e fogo» em Negrais, sem vacilar um milímetro! Muita intensidade, e as caimbras a apareceram aos pares no topo de Guerreiros. Vai aparecendo, serás sempre bem-vindo!
Camarada conterrâneo do Carlos do Barro: juntou-se ao grupo na rotunda da Carapinheira e não demorou muito mostrar atrevimento, na sua bicicleta equipada com extensores. Foi ele a abrir as hostilidades após Mafra, mas rapidamente viu com quem se metia - ora quem! As ideias ainda duraram as primeiras rampas da Foz do Lizandro, e apesar do andamento na frente ter sido «impossível» para ele, mesmo assim foi o quarto homem a chegar ao cimo da subida - logo atrás do Pintainho. A partir daí, escondeu-se, e fez bem! Tem «ganas»! E agora está sempre convidado!
Eu: pernas doridas a limitar-me em 10 pulsações no limite. Na Foz do Lizandro, foi onde mais se fez sentir essa restrição. Foi uma boa subida, mas abaixo das possibilidades. De Pêro Pinheiro a Negrais fiz as despesas e o «forcing» final para Sta. Eulália, com 90 km, deu-me algumas indicações importantes.
Média final muito próxima dos 30 km/h!!

A todos, parabéns pelo esforço e companheirismo.

Domingo: Carnota
Percurso: Tojal, Bucelas, Sobral, Arruda, Cadafais, Carnota, Freiria, Sobral, Alqueidão, Bucelas, Loures.